segunda-feira, 30 de novembro de 2020

E... SE JESUS NÃO RESSUSCITOU!

Crenças equivocadas sempre surgiram na história da humanidade. Heresias sempre brotaram na mente fértil de muitos pecadores que buscam promover o seu eu. A apologética sempre foi essencial na história da Igreja Cristã. Tome como exemplo I Coríntios 15.

Quando o apóstolo Paulo combateu as crenças e ideias equivocadas relacionadas à ressurreição em I Coríntios 15, ele argumentou sobre a condição do pecador no presente, caso Cristo não tenha ressuscitado. Observe atentamente suas indagações:

1. “Ora, se está sendo pregado que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês estão dizendo que não existe ressurreição de mortos?” (v. 12).

2. “Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou” (13).

3. “E, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm” (v. 14).

4. Se Cristo não ressuscitou, continua o apóstolo, “seremos considerados falsas testemunhas de Deus, pois contra Ele testemunhamos que ressuscitou a Cristo dentre os mortos” (v. 15).

5. “Mas, se de fato os mortos não ressuscitam, Ele [Deus] também não ressuscitou a Cristo” (v. 15).

6. “Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou” (v. 16).

7. “E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados” (v. 17).

8. “Neste caso”, se Cristo não ressuscitou, “também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (v. 18).

9. “Se é somente nesta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão” (v. 19).

10. “Se não há ressurreição, que farão aqueles que se batizam pelos mortos?” (v. 29).

11. “Se absolutamente os mortos não ressuscitam, por que se batizam por eles?” (v. 29).

12. “Também nós”, se Cristo não ressuscitou, “por que estamos nos expondo a perigos o tempo todo?” (v. 30).

13. “Se foi por meras razões humanas que lutei com feras em Éfeso, que ganhei com isso”, se Cristo não ressuscitou?” (v. 32).

14. “Se os mortos não ressuscitam, ‘comamos e bebamos, porque amanhã morreremos’” (v. 32).

Ao ler e reler estas citações, ao refletir e meditar nestes argumentos inspirados, e depois de observar a sociedade ao meu redor, sondar o comportamento dos que afirmam ser cristãos, a ideia que parece sobressair das atitudes humanas, de homens e mulheres, de crianças e idosos, de crentes e descrentes, no geral, é que a doutrina da ressurreição não os afeta. Então eu pergunto, até que ponto as pessoas acreditam mesmo na ressurreição, seja ela de Cristo ou dos mortos cristãos na segunda vinda de Cristo?

Diante dos questionamentos incrédulos dos crentes, “a resposta de Paulo, o resultado de convicções inabaláveis e de argumentação lúcida, demonstra a posição de importância que essa doutrina ocupa na fé cristã. Levando-se em consideração, a ressurreição histórica de Cristo (vs. 3-11), a sua negação não apenas relega o Messias ao túmulo de um mártir, mas torna a fé inútil, o pecado triunfante e a esperança da glória um mito desprezível (vs. 12-19). Em termos de verdade objetiva, o Cristo ressurreto dos mortos dá a garantia para a ressurreição humana, a vitória sobre a morte, a subjugação do mal e a capacitação diária para o serviço cristão (vs. 20-34)” (Paul W. Marsch, Comentário Bíblico NVI, p. 1917).

Paulo é enfático e contundente, ele declara convincentemente: “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram” (v. 20).

Sendo que de fato Cristo ressuscitou, é preciso considerar suas implicações: 

1. Se Cristo ressuscitou deve-se evitar associação com aqueles que deturpam ou negligenciam a crença na doutrina bíblica da ressurreição: Por que afastar-se destas pessoas? O versículo 33 apela: “Não se deixem enganar: ‘As más companhias corrompem os bons costumes’”. Andar com hereges e incrédulos pode levar ao naufrágio da fé, a apostasia da verdade. Então, antes que percas a fé e te afastem da verdade, é melhor perder algumas péssimas amizades.

2. Se Cristo ressuscitou, nosso comportamento deve ser impactado e alterado pelo poder do evangelho, o qual tem como base esse fato: Por isso o apóstolo inspirado apelou: “Como justos, recuperem o bom senso e parem de pecar [quanto à incredulidade na ressurreição]; pois, alguns há que não têm conhecimento de Deus; digo isso para vergonha de vocês” (v. 34). Este provérbio [as más conversações corrompem os bons costumes], “era um provérbio grego comum, usado aqui para estimular os coríntios a não pecar [em relação à incredulidade e corrupção da doutrina da ressurreição] e não seguir o caminho daqueles que vergonhosamente não têm conhecimento de Deus. Como diria o provérbio do povo akan, de Gana: ‘Alguns tipos de mandioca não são bons para cozinhar’” (Darchollom Datiri, Comentário Bíblico Africano, p. 1432).

3. Se Cristo ressuscitou, os cristãos devem manter-se firmes sem que nada os abale (v. 58). A fé de quem acredita na ressurreição de fato deve ser firme e inabalável frente a qualquer situação, seja esta de desafio da fé por parte de questionadores incrédulos ou frente às adversidades enfrentadas neste mundo de oposição, injustiça e martírio.

4. Se Cristo ressuscitou, devemos atender ao apelo com o qual Paulo encerra o capítulo: “Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil” (v. 58). A mesma certeza que motivava o apóstolo a perseverar na missão evangelística, deveria motivar aos cristãos fieis à doutrina da ressurreição a se envolverem efusivamente na evangelização: “Também nós, por que estamos nos expondo a perigos o tempo todo? Todos os dias enfrento a morte, irmãos, isso digo pelo orgulho que tenho de vocês em Cristo Jesus, nosso Senhor” (vs. 30-31).

Anima-te! Levante a cabeça, pois, “Paulo afirma que a ressurreição dos justos com corpos glorificados não é só possível, mas de fato acontecerá”, por isso, vale a pena qualquer investimento ou risco. “Essa é uma das verdades mais encorajadoras aos que lutam contra uma enfermidade e que temem a morte” (Comentário Bíblica Adventista, v. 6, p. 891).

Ao escrever sobre isso, tenho como objetivo fortalecer a tua fé, tua convicção na ressurreição e, te incentivar a um maior envolvimento na missão de testemunhar incansavelmente da ressurreição de Cristo – a qual é a garantia da ressurreição dos cristãos mortos, a qual se dará na segunda vinda de Cristo (v. 23).

Pr. Heber Toth Armí

domingo, 29 de novembro de 2020

COMO HARMONIZAR AMOR E ÓDIO NO CORAÇÃO DE DEUS?

Em Malaquias 1:2-3 o texto declara que Deus “ama” e “odeia”: Ama a Jacó e odeia a Esaú. Se Deus é amor, conforme destaca I João 4:8, como explicar que o ódio também faz parte de Seu perfeito caráter? Como Deus pode amar a uns e odiar a outros? É possível a um Deus que é amor em Sua essência odiar alguém? Como entender e harmonizar os sentimentos de Deus?

Primeiramente, precisamos entender que pelo fato de Deus ser santo, Ele é intolerante (no mais alto nível) ao pecado. Para Ele, porém, há pecados mais repugnantes que outros. Observe atentamente o texto de Provérbios 6:16-19 onde cita seis pecados que Deus odeia, e o sétimo na sequência, é pior que os outros seis; este último, Sua alma abomina:

1. Olhos arrogantes;

2. Língua que profere mentiras;

3. Mãos que martirizam inocentes;

4. Coração que planeja o mal;

5. Pés que correm pela vereda da impiedade;

6. Boca que engana; e,

7. Aquele que provoca brigas e discórdias entre irmãos (isso é “intragável” para Deus, pior que os outros seis pecados na lista).

Analisando o relato bíblico como um todo, é possível perceber vários desses pecados no histórico de Edom. Esaú é o mesmo Edom (o irmão gêmeo de Jacó), o qual teve seu nome alterado após desprezar e rejeitar as coisas espirituais inerentes na primogenitura ao trocá-la por um prato de guisado de lentilhas avermelhadas (Gênesis 25:30; 26:43-35; 36:1-2). Após seu casamento bígamo, sua história de perversidades continuou com sua descendência, os edomitas. Note estes pontos que podemos extrair da história desse povo perverso:

1. Deus percebe a recusa na prática do bem: Os edomitas recusaram a proposta amigável de seus irmãos israelitas de atravessar pelo território deles sem qualquer prejuízo a eles. Além de negar à travessia, os edomitas saíram armados visando impedir qualquer tentativa de passagem, obrigando Israel a dar uma volta imensa para chegar à Terra Prometida (ver Números 2:14-21; Deuteronômio 2:8-9).

2. Deus vê a renúncia do amor em todas as suas formas: Os edomitas saquearam seus irmãos israelitas quando os caldeus (de Babilônia) conquistaram Jerusalém (Obadias 10-11, 13); riram com prazer da desgraça de seus irmãos (Obadias 12); e, pararam nas encruzilhadas para matar qualquer israelita que tentasse fugir, ou entregavam aos babilônios (Obadias 14).

3. Deus ouve a oração que suplica por causa da crueldade: Por todas estas maldades praticadas contra o povo de Deus, no cativeiro Israel suplicou por intervenção divina contra os cruéis edomitas (Salmo 137:7). A resposta desse clamor está em Malaquias 1:2-4.

Deus prova Seu amor por Israel falando de Seu ódio a Edom. O Soberano do Universo prova Seu amor incondicional apesar dos muitos defeitos de caráter de Seu amado povo – pecados perceptíveis em todo o livro de Malaquias. A essência de Malaquias 1:2-3 é que Deus quer provar Seu amor a um povo que não o merece; tal prova está no Seu ódio para com aqueles que se rebelaram contra Ele e a base de Seu trono, “a grande lei do amor, que é o fundamento do governo divino” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 493).

Deus odeia nossas obras más e até mesmo as heresias que criamos (Apocalipse 2:6); Ele quer que odiemos o que Ele odeia e amemos o que Ele ama (Apocalipse 2:4). Para isso, é importante perceber que, Deus não tenta provar Seu amor incondicional apenas aos antigos israelitas pecadores, mas também aos pecadores da atualidade. Leia atentamente Romanos 5:6-9. Onde fica claro que:

1. O Deus de amor Se ira com o pecado, mas prova Seu amor entregando Seu filho para salvar e absolver pecadores.

2. O Deus amoroso é intolerante ao pecado, porém, não mediu esforços para tentar provar Seu amor incondicional ao dar Jesus para sacrificar-Se por pecadores que merecem a condenação.

3. Na cruz, você pode perceber nitidamente o ódio de Deus pelo pecado, mas também vê claramente a maior prova de amor pelos miseráveis pecadores.

4. O amor de Deus é como o de um pai amoroso, que odeia e Se enfurece contra aqueles que torturam aos Seus filhos (mesmo que estes filhos sejam desobedientes).

No fim do milênio, Deus eliminará todos os agentes do mal que arruinou a vida de Seu povo durante a história mundial (Apocalipse 20; Malaquias 4:1-2). Mas, intentando combinar amor e ódio em Deus, reflita ainda: Olhando para a cruz, podemos nos convencer do imensurável amor de Deus; contudo, também podemos entender que esse amor exige uma resposta de nós, que somos alvos de Seu amor, embora sejamos pecadores. Como vamos provar que correspondemos ao indescritível e revelado amor divino quando merecíamos Seu ódio?

Pr. Heber Toth Armí

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

LIBERTAÇÃO NA MORTE OU DA MORTE?

Na teologia cristã tradicional, o ser humano é visto como liberto na morte; na Bíblia, por outro lado, diz que o pecador é salvo na redenção oferecida por Cristo, e será salvo da morte na segunda vinda de Cristo – nunca na morte!

Na morte ou da morte?

Para acreditar que a pessoa é salva na morte, é necessário desconsiderar a crença de que existe um dia específico no calendário de Deus para julgar vivos e mortos; é necessário ignorar doutrinas básicas reveladas na Bíblia, tais como a segunda vinda de Cristo e a ressurreição dos mortos, entre outras.

A ideia de que a pessoa é salva na morte surgiu devido ao sincretismo doutrinário; isto é, mistura de doutrinas cristãs com filosofias pagãs, crenças puras com concepções espúrias.

Como isso aconteceu?

Com o passar dos anos, a igreja cristã tradicional foi acrescentando ideias greco-romanas às doutrinas eclesiásticas. Consequentemente, inúmeros cristãos de hoje creem em uma libertação na morte, ofuscando assim uma libertação da morte!

A Bíblia trata a morte como inimiga da vida e do Autor da vida, que é Jesus; a morte não é o meio de obter vida, não é a porta de entrada para o Paraíso, muito menos Portal do Céu. Como pode a consequência final do pecado (que é a morte) ser a recepção (as boas-vindas) para vida eterna?

Estude I Coríntios 15:1-58 com afinco, desprovido das ideias pagãs pré-concebidas e você verá quantas incoerências existem na teologia de muitas denominações que afirmam ser cristãs. Faça isso com muita oração e dependência total do Espírito Santo e verás que muitas crenças consideradas cristãs são, na verdade, pagãs.

I Coríntios 15 mostra Paulo argumentando com base na historicidade e biblicidade da ressurreição de Cristo para demonstrar o cuidado que se deve ter com respeito à espiritualização do evangelho (vs. 1-4). Para a mentalidade grega, o corpo humano era como que o túmulo da alma; contaminado com esta filosofia, muitos cristãos tendem a crer que na morte acontece a libertação da alma. Em contraste, Paulo afirma que na ressurreição, os crentes que estiverem mortos, ressuscitarão com corpo material, embora, transformado. Estude mais para que estejas bem informado, e não sejas enganado!

“O último inimigo a ser destruído é a morte” (v. 26). Por ser a morte um inimigo, a pessoa que receber a vida eterna precisará ser liberta da morte, não liberto na morte! A morte nunca se tornou positiva, nem mesmo após a morte e ressurreição de Cristo. A morte sempre esteve contra a vida e contra os seres humanos. “Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 54).

A morte de Jesus é a garantia de que os mortos em Cristo serão libertos da morte no dia da volta de Jesus, não no dia de nossa morte! Nesse capítulo extraordinário de Paulo, o apóstolo trata com profundidade e maestria a questão da libertação da morte:

1. ...Falando da esperança certa da ressurreição do corpo, não da libertação no corpo. Não há necessidade de sermos libertos do corpo; por outro lado, nosso corpo precisa e será liberto da morte e experimentará a imortalidade. Ao ressuscitar, Jesus tornou-Se as primícias dos que dormem; ou seja, a ressurreição de Cristo é a garantia da ressurreição dos cristãos mortos (vs. 16-20, 53-55).

2. ...Falando da futuricidade do evento em que ocorrerá a ressurreição do corpo (da morte para a vida), não de uma libertação da alma do corpo quando morre. A libertação da morte para o cristão não acontece na morte, acontece na ressurreição. A morte não é positiva, ela é inimiga – sempre foi! A ressurreição do corpo será a vitória sobre a morte, a qual se dará no dia do segundo advento de Cristo (vs. 23, 50-57).

A certeza da ressurreição de Jesus, que garante a ressurreição dos cristãos mortos, é o que nos dá vitalidade e eficiência na existência cristã no presente. Essa certeza deve ser produzida pelo Espírito Santo, que inspirou Paulo a escrever o que escreveu. A certeza da promessa da ressurreição serve de motivação frente a quaisquer provações que nos assolam neste mundo.

O cristão deve viver motivado, não para aguardar a morte, mas, mesmo sabendo que pode morrer, vive evangelizando intensamente, aguardando a ressurreição (vs. 10-11, 30-33, 58). A morte é consequência do pecado, a ressurreição é consequência do plano da salvação provido por Cristo. O evangelho não foca nossa esperança na morte, mas para além da morte; pois, a ressurreição será fato para todo cristão que passar pela fatalidade da morte.

Devemos procurar entender o significado da frase: “O aguilhão do pecado é a morte” (v. 56), para ficar claro que, com a ressurreição dos cristãos mortos, poderá ser dito: “Tragada foi a morte pela vitória” (v. 54); para que, no dia da segunda vinda de Cristo, possam, os vivos transformados e os mortos ressuscitados vibrarem bem forte, como num estrondoso brado de guerra, entusiasmados: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (v. 55).

Não podemos negligenciar a Palavra de Deus, pois, se o fizermos, mergulharemos em fantasiosas especulações, diminuiremos nosso compromisso com a verdade da revelação divina, e, por fim, nos perderemos do foco da salvação. Observe atentamente essas perguntas tendo em vista o capítulo em foco:

1. Se a libertação acontece na morte, como e quando vibrar gritando as palavras de I Coríntios 15:55?

2. Se a libertação acontece na morte, quando seremos libertos da morte conforme aponta a doutrina bíblica da ressurreição?

3. Se a libertação acontece na morte, conforme reza a crença popular, por que as pessoas choram nos funerais em vez de vibrarem conforme indica o texto bíblico?

Que a incoerência de crenças espúrias, as quais trazem como consequência contradições doutrinárias, nos leve a um aprofundamento bíblico, a fim de que haja esperança genuína em nossa mente e em nosso coração! A correta compreensão da ressurreição dos mortos é uma das verdades cruciais da verdadeira religião cristã. Desta forma, pior que estar embriagado com bebidas alcoólicas, é estarmos embriagados com drinques do inferno, taças de vinho cheias de ensinamentos falsos, contrários à Bíblia (v. 34).

Precisamos cuidar para que influências externas não nos levem a uma fé que seja vã (v. 14), sem sentido, e desprovida de ensinamento bíblico (vs. 3-4). Desprezar a ressurreição com a crença de que a libertação seja na morte e não da morte, equivale a desprezar a ressurreição de Cristo (vs. 2, 13).

Jesus morreu e ressuscitou (v. 20)... por isso, os crentes que morrerem certamente ressuscitarão! (veja os vs. 21-23). Diante disso, aguardemos esta promessa! Descansemos nessa certeza! E, avancemos confiantes rumo ao futuro!

Pr. Heber Toth Armí

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

VERSÃO MELHORADA DO CORPO HUMANO

Nossa salvação é um processo presente, com raízes fincadas no passado, na morte e ressurreição de Cristo; com sua consumação no futuro, na tão ansiosamente aguardada segunda vinda de Cristo. O fato de que Cristo morreu e ressuscitou nos oferece certeza de que ainda que o crente morra, certamente viverá. Não podemos permitir que doutrinas bíblicas se tornem híbridas absorvendo a filosofia grega – pautada pela cosmovisão de uma alma imortal no ser humano; e, assim, ofusque, enfraqueça e deturpe a maravilhosa esperança na ressurreição atrelada à volta de Jesus.

O erudito Paulo de Tarso, convertido em apóstolo de Cristo, dedica seu maior capítulo para falar da ressurreição dos salvos. I Coríntios 15, com seus 58 versículos, contém a revelação mais bem sistematizada sobre a ressurreição dos mortos – tornando nítida a importância da ressurreição para cada cristão em qualquer tempo.

O que ocorrerá ao crente após morrer?

Essa questão ainda intriga e inquieta muita gente. Falsos mestres na Igreja cristã, na época de Paulo, “provavelmente sugeriam que seríamos apenas seres espirituais sem corpo físico”, assim que os mortos ressurgissem de suas tumbas geladas, observa William MacDonald.

Visando responder à pergunta acima, Paulo prova que a morte de Cristo é um fato; foi real, assim como foi também a Sua ressurreição do mesmo corpo, porém glorificado. O destaque maior é que o mesmo corpo (cadáver), a mesma pessoa, com a mesma personalidade é que voltará à vida; não outra pessoa, com outras lembranças. A diferença está no fato de que o mesmo corpo virá numa versão melhorada.

O corpo enfraquecido com a corrosão do pecado, arruinado pela força da natureza pecaminosa, pervertido pelos anseios egoístas, destruído por bactérias e vírus e, apodrecido e decomposto pelo efeito destrutivo do poder da morte, ressurgirá totalmente livre das marcas da corrupção, da fraqueza resultante da vida neste mundo totalmente tomado pelo veneno do pecado. Esse mesmo corpo, na ressurreição, será semelhante ao corpo de glória de Cristo quando ressurgiu do mundo dos mortos. Seus discípulos O viram, reconheceram ser O mesmo Senhor de antes da crucificação; comeram com Ele e O tocaram. Tomé até apalpou as Suas feridas.

Para entrar no Céu, não apenas os ressurretos precisam de transformação. Inclusive os vivos que forem subir com os crentes ressuscitados terão de ser transformados. Tal transformação deve ser experimentada pelos dois grupos, devido a que nosso corpo estivera projetado para um ambiente em decomposição, além de em nosso íntimo possuirmos uma natureza caída, perversa, pecaminosa. Por isso, tal transformação é fundamental antes dos salvos adentrarem aos santos portais celestiais.

Abaixo, postei três citações importantes corretamente escritas por Ellen G. White, baseando-se na revelação bíblica, que valem à pena nossa reflexão para ampliar nossa compreensão do texto: 

1. “No declínio do padrão moral entre os crentes coríntios, houve os que abandonaram alguns aspectos fundamentais da fé. Alguns havia ido ao ponto de negar a doutrina da ressurreição. Paulo enfrentou essa heresia com um claro testemunho referente à inegável evidência da ressurreição de Cristo [I Coríntios 15:1-7]. Com poder convincente, o apóstolo expôs a grande verdade da ressurreição [I Coríntios 15:13-20]. O apóstolo transportou o pensamento dos irmãos coríntios para os triunfos da manhã da ressurreição, quando todos os santos que dormem serão ressuscitados para viver para sempre com o Senhor [I Coríntios 15:51-57]. Glorioso é o triunfo que espera o fiel. O apóstolo, reconhecendo as possibilidades que tinham perante si os crentes coríntios, procurou colocar diante deles o que eleva do egoísmo e do sensual, e glorifica a vida com a esperança da imortalidade. Ardentemente exortou-os a ser fieis a sua alta vocação em Cristo [I Coríntios 15:58]. Assim, o apóstolo, de maneira mais decidida e impressiva, procurou corrigir as falsas e perigosas ideias e práticas que estavam prevalecendo na igreja de Corinto. Falou claramente, porém com amor por sua salvação” (Atos dos Apóstolos, p. 319-321).

2. “Nossa identidade pessoal é preservada na ressurreição, se bem que não as mesmas partículas de matéria e substância material que foram para a sepultura. As maravilhosas obras de Deus são um mistério para o homem. O espírito, o caráter do homem, volta a Deus para ser preservado. Na ressurreição cada pessoa terá seu próprio caráter. Deus, em Seu devido tempo, despertará os mortos, dando novamente o fôlego de vida e ordenando que os ossos secos vivam. Aparecerá as mesmas formas, mas estará isenta de doenças e de todo defeito. Revive apresentando as mesmas características pessoais, de modo que um amigo reconheça o outro. Não há nenhuma lei de Deus que revela que Deus restitui as mesmas e idênticas partículas de matéria de que se compunha o corpo antes da morte. Deus dará aos justos falecidos um corpo que Lhe apraz. Paulo ilustra este assunto pelo grão de cereal semeado no campo. O grão plantado se decompõe, mas aparece um novo grão. A substância natural da semente que se decompõe jamais é ressuscitada como antes, mas Deus lhe dá um corpo segundo Lhe apraz. O corpo humano compor-se-á de um material muito mais requintado, pois é uma nova criação, um novo nascimento. ‘Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual’” (Meditações Matinais: Maranata, p. 299). 

3. “‘Aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que em vós habita’. Rom. 8:11. Os mesmos corpos que são semeados em corrupção, ressurgirão em incorrupção. Aquilo que é semeado em desonra, ressurgirá em glória; semeado na fraqueza, se levantará em poder; semeado em corpo natural, ressurgirá corpo espiritual. Os corpos mortais são vivificados por Seu Espírito que habita em vós [...]. Que manhã gloriosa não será a manhã da ressurreição! Que cena maravilhosa se abrirá quando Cristo vier, para Se fazer admirado em todos os que creem! Todos os que forem participantes na humilhação e sofrimentos de Cristo serão participantes de Sua glória. Pela ressurreição de Cristo, todo santo crente que adormece em Jesus, sairá, triunfante, de seu cárcere. Os santos ressurgidos proclamarão: ‘Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?’ I Coríntios 15:55” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 270-272). 

Pr. Heber Toth Armí


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

PORQUE CRISTO RESSUSCITOU, POSSO CRER NO AMANHÃ!


A garantia de “um amanhã da ressurreição” está na certeza de que Cristo morreu e ressuscitou, criando assim essa maravilhosa possibilidade à humanidade.

Se Cristo não tivesse ressuscitado, todos os cristãos teriam perdido tempo ao acreditar na mensagem do cristianismo, teriam vivido por nada e morrido por nada! Tudo não passaria de uma grandiosa ilusão, uma decepcionante fatalidade. Porém, como Cristo ressuscitou, se negarmos a ressurreição dos mortos, estaremos negando o evangelho, e também estaremos desacreditando a ressurreição de Cristo! Acreditar na ressurreição é essencial à fé cristã! Se o evangelho não garante a ressurreição dos mortos, de que valeu Jesus ter morrido e voltado à vida?

Quanto maior nossa confiança na soteriologia, maior será nossa esperança na escatologia!

A Lei revela o pecado, o pecado nos conduz à morte; porém, Jesus, com Sua morte substitutiva, nos concede a vitória total sobre a morte! Não agora, mas na Sua esplendorosa segunda vinda a este planeta! Diante da morte, os olhos da fé se erguem para além das circunstâncias terrestres, possuindo uma percepção de uma perspectiva positiva no futuro: Os mortos ressuscitarão! Assim, ainda que seja real nos despedirmos dos mortos, a saudade durará pouco tempo; pois, em breve, na segunda vinda de Cristo, nos despediremos da morte para sempre!

Na segunda vinda de Cristo, em vez de nos despedirmos dos mortos, nós, juntamente com os recém ressuscitados, nos despediremos da morte!

Cada funeral ou enterro em que participamos ou cada vez que entremos em um cemitério, nossa mente deveria avivar a crença de nosso coração em relação à história do pecado e conscientizar-nos de que essa história logo chegará ao fim. Jesus veio a este mundo, nasceu, cresceu, amou, confiou, obedeceu, curou, ensinou, pregou, Se entregou, Se humilhou, morreu, ressuscitou, venceu, foi assunto ao Céu obtendo autoridade para dar um basta no pecado e suas terribilíssimas consequências – dentre as quais está a morte!

Pelo fato de Cristo ter vencido à morte em Sua primeira vinda, Ele tem condições de chamar os mortos à vida em Sua segunda vinda!

O revestir-se de imortalidade no dia da vinda de Cristo, implica que a imortalidade não é inerente ao ser humano: Somos todos mortais, aguardando em Cristo a imortalidade que não possuímos. Não é possível adentrarmos na eternidade com nosso corpo terrestre e pecaminoso (mortal). É imprescindível uma transformação, mas sem perder a essência e a personalidade do nosso ser.

Nos convêm apegarmo-nos à Palavra de Deus e levar à sério às promessas que ela contém. O retorno de Cristo será tão real quanto Sua primeira vinda; Seu poder para ressuscitar os mortos é tão literal quanto Sua vitória sobre a morte; consequentemente, Seus planos de transformar mortos e vivos devem estar em nosso coração produzindo esperança e certeza! Tão certo quanto Cristo viveu, morreu e tornou à vida, a morte de um cristão não é o ponto final de uma história, é uma vírgula para uma nova história em um reino de glória! A ressurreição de Cristo nos dá a certeza de que os que morreram em Cristo irão ressuscitar em Sua segunda vinda!

I Coríntios 15 é um capítulo de esperança a todo aquele que viu ou vê partir um ente querido que confiou no sacrifício e mérito de Cristo.

O pecado e a morte vieram por meio de Adão; a salvação e a ressurreição para a vida eterna vêm por meio de Cristo. Portanto, em Cristo temos um futuro seguro!

A fim de que você possa estudar esse tema, e encher teu coração de fé viva e esperança real, leia e analise I Coríntios 15, do qual deixo um esboço a você:

1. Prólogo: O cristianismo é um convite a crer e a pregar a real e sobrenatural ressurreição de Cristo (considere os versículos de 1 a 11).

2. Note as consequências de acreditar que a ressurreição de mortos não é real (assimile a mensagem dos versículos 12 a 19).

3. Perceba as desvantagens de duvidar de que as ressurreição dos mortos ocorrerá (examine os versículo 29 ao 34).

4. Observe as vantagens de acreditar na ressurreição dos mortos não como uma possibilidade abstrata, mas como uma certeza absoluta (estude os versículos 35 ao 49).

5. Epílogo: O cristianismo é um convite a aguardar a transformação sobrenatural que acontecerá no final de nossa história de sofrimento (analise atentamente os versículos 50 ao 58).

Antes de encerrar esta reflexão, acrescento uma nota do Dr. Samuele Bacchiocchi, do seu livro “Imortalidade ou Ressurreição?”, onde diz, na página 18 e 19 que: “No Novo Testamento a parousia ressalta uma consumação final realizada por um movimento de descida de Cristo à humanidade, antes que de almas individuais subindo até Ele. A esperança do advento não é uma vaga expectativa sem nexo, mas um encontro verdadeiro sobre a Terra entre os crentes incorporados e Cristo no glorioso dia de Seu retorno. Por ocasião dessa reunião real ocorrerá uma transformação que afetará a humanidade e a natureza”.

É importante e vale a pena estudar com atenção e aprofundar-se na doutrina da ressurreição, ainda mais porque em nossa sociedade evangélica secularizada com filosofias pagãs, a grande expectativa da realidade da ressurreição, foi “obscurecida e eliminada com a crença da imortalidade individual e ventura celestial imediatamente após a morte”, alerta Bacchiocchi. 

Pr. Heber Toth Armí.

INCORRUPTIBILIDADE INSTANTÂNEA

 


Tanto os mortos em Cristo que ressurgirem de suas tumbas, quanto os vivos fieis, experimentarão, na segunda vinda de Cristo, a total libertação da corrupção. Tal ensinamento está claro em I Coríntios 15. Os mortos justos ressuscitam para ir ao Céu apenas na segunda vinda de Cristo (v. 23). Tanto eles, como os que nunca experimentarem a morte, obterão o status de impecáveis somente quando, na segunda vinda de Cristo, “ao ressoar a última trombeta”, receberem graciosamente o milagre da transformação: “A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós [os vivos], seremos transformados” (v. 52).

Para isso, o apóstolo apresenta duas razões:

  1. Até que a segunda vinda, possuiremos carne e sangue impróprios para o Céu, isto é, uma natureza corrompida, corrupta: “Isto afirmo, irmãos, que a carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção” (v. 50). Paulo aqui não está lidando com pagãos ou ímpios que rejeitaram o plano da salvação. Ele está lidando com a transformação que os cristãos experimentarão apenas na ressurreição, ou seja, no dia da segunda vinda de Cristo – tal transformação não acontece antes. O apóstolo declara: “Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos” (v. 51). Somente quando ressoar a “última trombeta”, instantaneamente, “num momento, num abrir e fechar de olhos” (v. 52) essa transformação ocorrerá. Portanto, a compreensão de Ellen G. White está correta ao declarar: “Não podemos dizer: ‘Estou sem pecado’ antes que esse vil corpo seja transformado segundo à semelhança do Seu [de Cristo] corpo glorioso [I Coríntios 15:49]” (Para Conhecê-lO, 1965, p. 359). Após sua conversão radical e depois de ter escrito: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:19-20), Paulo está em plena harmonia com I Coríntios 15, também escrito por ele. E também se harmoniza ao afirmar em Romanos 7: “Eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado” (v. 14) e ao referir-se “ao pecado que habita” nele (v. 17). Paulo é ciente e explica: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, isso faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim” (vs. 18-21). Essa realidade continuará até a volta de Jesus!
  2. Para adentrar as portas sagradas do santo Céu a fim de estar entre os seres celestiais, “é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista da incorruptibilidade” (I Coríntios 15:53). O apóstolo Paulo, em Romanos 7, mostra sua conversão, alegando “ter prazer na lei de Deus” (v. 22), o qual não tem o ímpio. Contudo, ele testifica, “vejo nos meus membros, outra lei guerreando contra a lei da minha mente”, fazendo-o “prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros” (v. 23). Por isso, lidando com essa luta interna, ele explode: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (v. 24). Ele, então, exclama aliviado: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado”. Após estas observações em Romanos 7, retorne para I Coríntios 15. Note que em I Coríntios 15:57 Paulo parece completar a ideia da indagação de Romanos 7. Após dizer que “carne e sangue não podem herdar o reino de Deus” e declarar ser necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade (I Coríntios 15:50, 53), afirma: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 57). Observe também que, lei, pecado e morte estão presentes tanto em Romanos 7, como também em I Coríntios 15 (especialmente, o versículo 56). A luta que inicia e continua a guerrear após a conversão (Romanos 7:23), por causa de nosso corpo/natureza corruptível, só terá fim “quando este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade”; e, vinculado a isso, estará livre da corrupção do “aguilhão da morte que é o pecado” (I Coríntios 15:57), “o que é mortal se revest[irá] da imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória” (I Coríntios 15:54). Nesse momento magnífico da segunda vinda de Cristo, os mortos ressuscitados incorruptíveis e os justos transformados, erguerão a sua voz: “Onde está ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (v. 55).

Enfim, mesmo após a conversão, continuamos com um corpo corruptível, com tendências corruptas e até práticas erradas, “porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Romanos 7:15); porém, aguardamos o momento glorioso em que deixaremos de ser pessoas com “corpo terreno”, “natural”, caracterizado pela “corrupção”, “desonra” e “fraqueza” e passaremos a ter “corpo celestial”, “espiritual”, o qual será caracterizado pela “incorrupção”, “glória” e “poder” ( Coríntios 15:42-49) – totalmente livre do “aguilhão da morte [que é] o pecado, e [da] força do pecado [que] é a lei”. Tudo isso, certamente é “graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (vs. 56-57).

Conquanto, entremos na luta, e aguardemos o dia dessa vitória, vivendo o “graças a Deus” de Romanos 7:25, esperando o “graças a Deus” de I Coríntios 15:57. Isso porque, “enquanto Satanás reinar, teremos de subjugar o próprio eu, teremos assaltos a vencer, a não há lugar de parada, nenhum ponto a que possamos chegar e dizer que atingimos completamente” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 340). Quando nosso corpo vil for transformado instantaneamente, poderemos declarar: “Estou sem pecado”.

Pr. Heber Toth Armí


sexta-feira, 13 de novembro de 2020

DEUS DESPERTA REMANESCENTES EM TEMPOS DE CRISES


INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: I Samuel 3:1-21


1. Deus não fica indiferente quando os pecadores O tratam com indiferença.

2. Deus conduz cada detalhe da história de nosso Planeta visando alcançar ao maior número possível de pecadores.

3. Deus age em nossos dias mais do que imaginamos, assim como esteve operando na época em que Israel estava abaixo do nível de mornidão espiritual.

 

I. DEUS SEMPRE TEM UMA ESTRATÉGIA ESPECIAL QUANDO O PECADO PARECE PREVALECER SOBRE SEU POVO – I Samuel 3:1-7

 

1. A visão espiritual do povo de Deus pode ser fraca, mas a atenção de Deus pelo Seu povo continua muito grande: A perca da visão física por parte de Eli, o sumo sacerdote, ilustra a falta de visão espiritual do povo de Deus em sua geração. Consequentemente, a vida espiritual do povo de Israel estava com os dias contados, como ilustra a velhice de Eli com sua forte evidência de morte certa. Contudo, o divino Guarda de Israel não dorme (Salmo 121).

 

2. A luz da revelação divina pode estar se apagando, contudo o Deus que não vacila continuará a guardar Seu povo: O antigo Tabernáculo era o palco da salvação onde a presença do Deus Soberano se manifestava ao povo; a luz da lâmpada de Deus estava se apagando, porém, antes que se apagasse, Deus agiu em favor de Israel visando salvar o mundo inteiro.

 

3. A situação política, social, financeira e espiritual pode estar despencando na sociedade, mesmo assim Deus tem poder para revitalizar a vida de Seu povo:

 

a) Quando uma mulher desfilhada vivia uma crise emocional, sentindo-se inferiorizada e humilhada por sua rival, que o marido havia tomado para lhe dar filhos, Deus agiu quando ela clamou por socorro no Templo (I Samuel 1). Ficou evidente que da esterilidade Deus tirou vida para mostrar que diante de qualquer dificuldade, Ele pode operar grandes maravilhas.

b) Quando um pai de família estava desempregado devido à irregularidade no ministério eclesiástico onde atuava como líder espiritual, Deus estava agindo. O levita Elcana deveria estar ministrando no templo, mas fora despedido e estava em casa com duas esposas – vivendo um tormento, oriundo da bigamia –, mesmo assim, Deus estava agindo ao permitir a fecundação do menino Samuel.

c) Quando uma pessoa sincera está no fundo do poço e vai à igreja orar e chorar e o principal líder espiritual a trata como uma bêbada qualquer, Deus estará agindo, ainda que os sacerdotes sejam vistos como filhos de Belial (Diabo) (I Samuel 2:12-36). Ana viveu situação constrangedora em casa e no templo; porém, se manteve confiante que Deus responderia sua alma angustiada; como de fato aconteceu, pois Deus estava agindo em sua vida e na vida de seu povo: Nasceu Samuel que, como juiz, sacerdote e profeta fez grande diferença na história sagrada.

 

II. DEUS SEMPRE PREPARA UM REMANESCENTE PARA ATUAR EM PROL DE UM REAVIVAMENTO ESPIRITUAL – I Samuel 3:8-19

 

1. Deus suscita alguém quando o caos parece tomar conta da sociedade e da igreja: A um pai negligente e aos filhos indiferentes, Deus envia mensagem de advertência esperando com paciência por uma mudança (I Samuel 2:27-36). Quando não se toma providência, Deus alerta por segunda vez (I Samuel 3:11-14). Em meio ao caos imoral de uma sociedade pervertida, Deus tem sempre um remanescente com quem pode contar: Ana, o homem de Deus (I Samuel 2:27) e Samuel – menino de 12 anos que tornou-se profeta.

2. Deus pode colocar Seu povo de volta nos trilhos após ter descarrilhado devido às crises espirituais: No momento crítico e desesperador de um povo que perdia a verdadeira fé, Deus Se aproximou de Samuel e Se pôs ao lado dele enquanto crescia (I Samuel 3:10, 19). A presença de Deus ao lado do remanescente é o meio mais eficaz de prepará-lo para uma missão que visa a restauração.

3. Deus promove um reavivamento em meio às incertezas da vida, do aumento da imoralidade e da perversão do ministério eclesiástico: Quando Israel vivia o entardecer de sua espiritualidade, e a imoralidade, perversidade e crueldade tomavam conta de cada canto da sociedade, Deus estava presente tomando providências:

 

a) A igreja de Deus hoje é caracterizada por um perfil de mornidão espiritual que causa ânsias e náuseas em Deus (Apocalipse 3:14-21), porém Cristo não a abandona por nada.

b) A igreja cristã atual é fraca; nosso fervor e amor estão longe do ideal de Deus para nós. Contudo, Ele está agindo.

c) A igreja de Cristo atualmente precisa de um extraordinário poder para reverter a situação deprimente em que se encontra. O lado bom é que o dono dessa igreja sabe o que fazer; e, para agir, Ele precisa de pessoas como o menino Samuel: humildes, sinceras, prestativas, consagradas e disponíveis.

 

III. DEUS ESTÁ SEMPRE CONDUZINDO UM REMANESCENTE PARA UMA MISSÃO IMPORTANTE NO MUNDO – I Samuel 3:2-21

 

1. Deus tinha uma mensagem de juízo para a família de Eli assim como tem uma para as famílias de Terra de nosso tempo: Deus capacitou o menino Samuel para agir como profeta, sacerdote e juiz com o objetivo de colocar a nação de Israel nos trilhos de onde havia descarrilhado. Jesus também colocou o cristianismo nos trilhos, após ter vivido nas trevas espirituais da Idade Média. Além de ter sido profeta e sacerdote em Seu ministério em prol da humanidade, Jesus entrou como Sumo Sacerdote no Lugar Santíssimo no Santuário Celestial em 1844 (Daniel 8:13-14). A mensagem de juízo está sendo proclamada desde então por um remanescente de cristãos fieis (Apocalipse 14:6-12).

 

2. Deus tem uma mensagem que precisa ser proclama pelo remanescente a cada família da Terra. Somos chamados por Deus assim como foi Samuel, para avisar ao mundo que Jesus em breve voltará para levar àqueles que aceitarem ao Jesus que morreu para salvar a humanidade. O evangelho eterno, provido pelo Deus verdadeiro, deve ser espalhado a cada nação, tribo, língua e povo.

 

3. Deus quer advertir aos que vivem desregrada e perversamente através de um remanescente fiel, assim como fez com Samuel. Há muita gente precisando ouvir sobre Jesus; tem muitos corações desesperados carentes da esperança real oferecida por Jesus.

CONCLUSÃO:


1. A igreja cristã foi tomada pelo diabo em sua trajetória assim como os filhos de Belial assumiram a liderança espiritual nos dias de Samuel. Mas, assim como Deus operou naqueles dias, recentemente tem operado em Sua igreja. Após 1260 anos da profecia que revelava grande apostasia (ver Daniel 7:8, 24-25), os quais terminaram em 1798, as trevas morais e a perversão religiosa estavam sendo surpreendidas pelos reformadores. Até que em 1844 a verdade plena estava sendo proclamada novamente.

2.  A igreja adventista é um movimento que surgiu com pessoas de diversas denominações que estagnaram no desenvolvimento da restauração da verdade; porém, assim como Deus tinha Ana, o profeta anônimo e Samuel para contar naquele tempo, teve também algumas pessoas simples para contar no início do tempo do fim, após 1798: Guilherme Miller, Tiago e Ellen G. White foram alguns deles.

3.  A igreja remanescente surgiu para promover um reavivamento e reforma no mundo, assim como Samuel promoveu nos dias críticos de seus dias. As três mensagens angélicas, as quais incluem uma mensagem de advertência, devem ser proclamadas, as quais estão reveladas em Apocalipse 14:6-12, assim como Samuel proclamou a mensagem de juízo à casa de Eli.

APELO:


1. Como Samuel, coloque-se à disposição de Deus para proclamar o evangelho eterno antes que o tempo do fim chegue definitivamente ao fim.

2. Como Samuel, aceite o chamado de Deus para promover um reavivamento em nossa sociedade deprimente.

3. Como Samuel, seja porta-voz de Deus nessa geração tão carente de salvação e restauração.

Pr. Heber Toth Armí


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