O PERFIL DA LIDERANÇA NA IGREJA


INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: I Timóteo 4:12 

1. Paulo fala a um jovem pastor, mas sua voz ecoa a todos os líderes espirituais da igreja remanescente do tempo do fim: O veterano apóstolo, em sua sabedoria e experiência, dirige-se a um jovem líder, que enfrentava o desafio de conduzir uma igreja em Éfeso, uma cidade complexa e cheia de problemas espirituais e morais, assim como os de nossos dias.

2. Paulo orientar Timóteo deixando-nos excelentes princípios aos que de alguma forma lideram o povo de Deus: Timóteo, por sua juventude, poderia ser facilmente desprezado ou subestimado por aqueles a quem deveria liderar. No entanto, Paulo não o encoraja a se impor pela força ou pela autoridade da posição, mas sim pelo poder transformador do exemplo. Daí surgem todos os  princípios fundamentais da liderança espiritual.

3. Paulo deixa um mandato claro e direto que nos faria bem em acatá-lo para que nossa liderança na igreja seja conforme Deus deseja: Para nós hoje, o texto em pauta é um espelho que reflete não apenas o que devemos pregar, mas acima de tudo, quem devemos ser. A credibilidade de nosso ministério – qualquer que seja, a eficácia de nossa mensagem, e a saúde de nossa congregação estão intrinsecamente ligadas à qualidade de nosso exemplo.

I. LIDERANÇA ESPIRITUAL NÃO SE MEDE PELA IDADE, MAS PELO CARÁTER – I Timóteo 4:12

Está escrito: “Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem”. No limiar do tempo profético, quando a igreja é chamada a brilhar em meio às trevas do mundo, Deus requer líderes que sejam não apenas eficientes, mas exemplares.

1. Para Deus, o exemplo de cristianismo verdadeiro é mais importante que a idade do líder espiritual: Aqueles que são chamados por Deus para gerir devem primeiro viver na prática os princípios do evangelho bíblico; pois, a autoridade espiritual nasce da coerência entre vida e mensagem do líder.

2. A juventude não é impedimento à liderança da Igreja quando o caráter é o argumento: O desprezo das pessoas podem vir, mas não define o chamado que Deus faz. Paulo reconhece que o desprezo é real, mas orienta o líder novato a não viver à sombra disso.

3.  Para Cristo, o cabeça da Igreja, a influência não vem do tempo vivido, mas da vida devidamente consagrada: Biblicamente, a autoridade espiritual não está condicionada à idade cronológica, mas ao caráter do líder. Por isso, como Paulo, “aos mais velhos cumpre, por preceito e por exemplo, educar a juventude, atender aos direitos que a sociedade e seu Criador sobre eles têm” (EGW, Obreiros Evangélicos, p. 68).

II. O LÍDER DA IGREJA DEVE SER UM PADRÃO CONFIÁVEL QUE OUTROS PODEM IMITAR – I Timóteo 4:12

Está escrito: “Seja um exemplo”. Em tempos de crise moral e apostasia (I Timóteo 4:1-2), Paulo convoca ao jovem Timóteo a ser padrão – um exemplo visível do evangelho vivido. Para os dias atuais, Ellen White vai ao ponto ao declarar: “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola é ao povo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” (Educação, p. 57).

1. O líder deve ser padrão de cristão para os liderados: Numa época em que muitos ignoram suas responsabilidades cristãs alegando não ser exemplo a ninguém, Paulo é categórico: “Seja um exemplo”, “torna-te padrão”.

2. O líder é uma referência visível do perfil do cristão: As pessoas precisam de referências. Os fiéis precisam de modelos visíveis de Cristo na Terra. Se as pessoas observam os líderes, eles devem olhar para Jesus e refletir Seu caráter. Os liderados devem procurar aprender com seus líderes!

3. O líder confiável é aquele que busca a coerência entre o ensino de Cristo e pratica os princípios do Seu evangelho: Nisso reside a autoridade espiritual do líder eclesiástico. Em que o líder deve ser exemplo?

a) Exemplo na Palavra: A palavra do líder espiritual deve edificar vidas, não destrui-las. A comunicação deve ser marcada pela verdade, graça e edificação do Corpo de Cristo, que é a Igreja. O líder que governa bem a sua língua, pastoreia bem o coração de seus liderados – para isso deve fundamentar sua fala na Palavra de Deus. Ser exemplo na Palavra significa:

1) Em primeiro lugar, que nossa pregação e ensino devem ser com integridade: Não podemos nos dar ao luxo de sermões vazios, sem base bíblica, ou de ensinos que distorcem a verdade para agradar aos ouvintes. A igreja precisa de líderes que preguem a Palavra de Deus, não as próprias opiniões ou filosofias humanas.

2) Em segundo lugar, nossa comunicação deve ser edificante: Nossas palavras devem ser sempre cheias de graça, temperadas com sal, capazes de encorajar, consolar e edificar (Efésios 4:29). Devemos fugir de fofocas, murmuração, críticas ou qualquer forma de linguagem que cause divisão ou desânimo. Pelo contrário, devemos promover a unidade e a paz através da comunicação, sendo pacificadores e agentes de transformação.

3) Em terceiro lugar, é importante sermos cientes que o uso das redes sociais é uma extensão de nossas palavras: A comunicação online de um líder eclesiástico deve refletir os mesmos princípios de edificação, verdade e graça. Nossas postagens, comentários e interações online devem glorificar a Deus e edificar o corpo de Cristo.

b) Exemplo no procedimento: O testemunho diário do líder é sua maior pregação. Sua conduta no dia a dia valida sua mensagem e sua influência (I Pedro 4:10-11). As decisões, atitudes e estilo de vida devem ser coerentes com as instruções de Cristo, para haver autoridade espiritual.

1) A conduta do líder deve ser exemplar em todas as áreas da vida: pessoal, familiar, profissional e ministerial. Isso inclui honestidade nas finanças pessoais e nas da igreja, fidelidade conjugal, e transparência nas decisões que afetam a congregação.

2) O procedimento do líder deve refletir o ministério de Cristo: humilde e serviçal. Jesus, nosso maior modelo de liderança, veio para servir e não para ser servido, devemos aprender com Ele a ser manso e humilde de coração (Mateus 11:29). Um líder humilde e servo inspira e edifica, enquanto o líder arrogante e dominador afasta e destrói.

c) Exemplo no amor: O amor é a motivação que legitima a liderança na igreja (I Pedro 5:2-3). Na verdade, o amor é o fundamento de toda liderança eficaz. Jesus, o maior líder que já existiu, revelou uma liderança marcada por serviço e compaixão. Fato é que, aquele que não ama não lidera, apenas comanda.

1) O líder deve manifestar esse amor no cuidado pastoral, na disposição para ouvir, aconselhar e acompanhar os membros em sua jornada de fé, celebrando suas vitórias e chorando com eles em suas dores.

2) Em um mundo e em igrejas frequentemente divididos, o líder amoroso trabalha ativamente para resolver conflitos, promover a reconciliação e construir pontes entre as pessoas.

3) O amor do líder não se restringe às quatro paredes da igreja; ele se estende á sociedade. Ele é um exemplo de amor ao próximo promovendo ações que reflitam o amor de Deus aos vulneráveis e marginalizados.

d) Exemplo na fé: A fé sólida do líder sustenta a fé da comunidade. Tal fé inspira estabilidade espiritual no rebanho (congregação). Um líder que vacila gera um povo instável; e, um líder firme nos princípios baseando-se no amor e compaixão edifica uma igreja firme. Assim, a fé do líder é a âncora visível de muitos que navegam em mares turbulentos de uma sociedade fragmentada e frenética. A fé do líder é um farol para a congregação em tempos de incerteza e adversidade. Isso implica...

1) Fidelidade doutrinária: Ele deve defender a sã doutrina, confrontar o erro com amor e firmeza, e proteger a congregação de ensinamentos falsos previstos por Jesus em Mateus 24:4-5, 11 e 24.

2) Influenciar a viver a fé: Ele deve inspirar os fiéis a viverem a fé, ousando sonhar e agir de acordo com a vontade de Deus revelada na Bíblia, sabendo que com Cristo, nada é impossível.

e) Exemplo na pureza: A liderança eclesiástica sem pureza é como um altar contaminado; é funcional, mas é reprovado por Deus. Portanto, a santidade pessoal (pureza) do líder é sua credencial mais forte diante de Deus e das pessoas. Por conseguinte, “pureza” não é o luxo dos “santos”, é requisito divino para a liderança espiritual.

1) A pureza do líder espiritual implica o combate à corrupção: Em um mundo onde a corrupção é endêmica, a igreja deve ser um refúgio de integridade.

2) O líder deve ser exemplo de retidão: Todas as decisões devem ser tomadas com base na justiça divina, não na opinião pessoal ou em interesses de grupos.

3) Em tudo, o líder deve glorificar a Deus não a si mesmo: Só assim ele será um farol de santidade para os fiéis (I Coríntios 10:31).

CONCLUSÃO:

A mensagem de Paulo em I Timóteo 4:12 ressoa com poder e referência para os líderes eclesiásticos do tempo do fim. Suas palavras inspiradas pelo Espírito Santo não são meros conselhos sugestivos, é um mandato divino para todo líder da igreja. Portanto, é imprescindível, independentemente de nossa idade, sermos exemplos:

  1. Na palavra: Comunicando a verdade com integridade e edificando com a nossa fala.
  2. No procedimento: Vivendo com integridade, ética e humildade, refletindo o caráter de Cristo.
  3. No amor: Amando incondicionalmente, promovendo a unidade e servindo desinteressadamente.
  4. Na fé: Sendo fiéis à doutrina e no puro ensino do evangelho.
  5. Na pureza: Buscando a santidade pessoal, e combatendo a corrupção.

APELO: Prezado(a) líder da igreja de Cristo...
  1. Esteja ciente que teu exemplo impacta a vida dos fiéis.
  2. Seja modelo/exemplo em tudo; pois as pessoas te observam.
  3. Enfim, que tua liderança seja um testemunho vivo do poder do evangelho.

Pr. Heber Toth Armí.


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