QUE CORPO TERÃO OS JUSTOS RESSUSCITADOS?

A curiosidade humana suscita perguntas, e Deus tem prazer em respondê-las segundo a capacidade que temos de entender. Paulo, em I Coríntios 15, levantou a questão que muitos poderiam estar fazendo em sua época e podem estar se questionando nos dias atuais: “Mas dirá alguém: Como ressuscitam os mortos? Com que corpo vêm?”

Na visão geral do capítulo observa-se pelo menos cinco pontos da revelação divina sobre a doutrina da ressurreição:

1. A ressurreição dos mortos faz parte das doutrinas cristãs; tal crença é verdadeira e nossa esperança, pois Cristo morreu e ressuscitou a fim de dar-nos essa certeza (vs. 1-19).

2. A ressurreição de Cristo é base para acontecer a ressurreição dos cristãos mortos em Sua segunda vinda (vs. 20-23).

3. A ressurreição dos justos está vinculada à consumação escatológica do Reino de Deus (vs. 24-28).

4. A ressurreição de Cristo promove esperança de ressurreição do cristão a tal ponto de motivar a fé em meio ao sofrimento, o afastamento das pessoas com más conversações, a firmeza na fidelidade e o envolvimento na missão (vs. 29-34, 58).

5. A ressurreição de Cristo fala da vitória sobre a morte concedendo vida eterna aos justos que ressuscitarão e aos justos vivos, os quais serão transformados para herdar o Reino de Deus (vs. 50-57).

Após esse apanhando geral, observaremos como será o corpo dos justos ao ressuscitarem:


· O corpo do ressurreto será de natureza espiritual, sem deixar de ser um corpo físico, palpável e visível: As ilustrações das sementes e plantas, das diversas carnes e dos corpos celestes, servem para esclarecer que o corpo na ressurreição manterá as mesmas características originais. Sim, o corpo é semeado corruptível, em desonra e fraqueza e ressurgirá corpo incorruptível, em glória e poder; deixará de ser natural, e tornar-se-á espiritual, mas não deixará de ser físico. O tornar-se espiritual não anula o material, o corpo espiritual continuará sendo físico (vs. 35-49).

 

· O corpo do ressurreto será o mesmo, mas passará por uma misteriosa e miraculosa transformação: A mudança se dará pelo fato de nosso corpo ter sido projetado para um mundo em decomposição e pela natureza corrupta, caída, perversa e pecaminosa que o mal inseriu em nossa carne; por conseguinte, até mesmo os vivos deverão ser transformados para, então, adentrar aos portais do santo Reino de Deus. Tal transformação se dará naqueles que ressuscitarem e nos que nunca experimentarão a morte; contudo, o corpo continuará sendo o mesmo (vs. 50-57). Consequentemente:

 

a) Reconheceremos nossos amados parentes e queridos amigos após a ressurreição e a transformação.

b) Poderemos abraçar os ressurretos e assim matar a saudade provocada pela morte.

c) Poderemos conversar, contar histórias e relembrar as experiências de quando convivemos com nossos conhecidos antes de serem ceifados pela morte.

d) Seremos levados ao Reino de Deus e nunca mais nos despediremos de ninguém num velório, funeral ou cemitério.

Comentando sobre esse magnífico tema, Ellen G. White é bem explícita quanto ao significado da ressurreição. Três citações são de extrema importância para ampliar nossa compreensão. Cada uma das frases a seguir vale nossa total atenção:

1. “A ressurreição de Cristo era um símbolo da final ressurreição de todos quantos nEle dormem. O semblante do Salvador ressurreto, Sua maneira, Sua linguagem, tudo era familiar aos Seus discípulos. Como Jesus ressurgiu dos mortos, assim hão de ressuscitar os que nEle dormem. Reconheceremos nossos amigos, da mesma maneira que os discípulos a Jesus. Talvez hajam sido deformados, doentes, desfigurados nessa vida mortal [mas serão vistos] ressurgindo em plena saúde e formosura; no entanto, em corpo glorificado, será perfeitamente mantida a identidade (1Co 13:12). No rosto, glorioso da luz que irradia da face de Cristo, reconheceremos os traços daqueles que amamos” (Desejado de Todas as Nações, p. 804). 

2. “Os justos vivos são transformados ‘em um momento, em um abrir e fechar de olhos’. À voz de Deus foram eles glorificados; agora se tornam imortais, e com os santos ressuscitados, serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Os anjos ‘ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus’. Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. Amigos há muito tempo separados pela morte, reúnem-se, para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus” (O Grande Conflito, p. 544-545).

3. “Nossas mais acarinhadas esperanças são aqui muitas vezes frustradas. Nossos queridos são-nos tirados de nós pela morte. Fechamo-lhes os olhos e vestimo-lhes a mortalha, depondo-os para além de nossa vista. Mas a esperança nos ergue o ânimo. Não nos separamos para sempre, pois haveremos de rever os queridos que dormem em Jesus. Hão de voltar da terra do inimigo. Virá o Doador da vida. Milhares de santos anjos O escoltarão em Seu caminho. Ele romperá os laços da morte, partirá os grilhões da tumba, e os preciosos cativos sairão, com saúde e imortal beleza [...]. O Doador da vida vem para quebrar as cadeias da sepultura. Ele trará para fora os cativos e proclamará: ‘Eu Sou a ressurreição e a vida’ (João 11:25). Eis ali a multidão ressuscitada! O último pensamento foi o de morte e suas agonias. Os últimos pensamentos que eles tiveram foram os da sepultura e da tumba, mas agora eles proclamam: ‘Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó sepultura, a tua vitória? (1 Cor. 15:55). As agonias da morte foram as últimas coisas que eles sentiram. Quando acordarem, todo o sofrimento terá passado” (Visões do Céu, p 45, 42). 

Vivendo num tempo e numa sociedade tomada pelo pecado, pelo diabo, pelo sofrimento e pela morte, os quais promovem angústias, aflições e desesperos fortes, precisamos reavivar a crença da ressurreição, que os que descansaram em Cristo experimentarão. Na ressurreição, o corpo do ressurreto será o mesmo corpo original, o antigo corpo, porém renovado, restaurado e glorificado – nunca mais sujeito à morte nem inclinado a uma natureza corrupta! Além disso tudo, nos reconheceremos... Graças a Deus!

Pr. Heber Toth Armí

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