INTRODUÇÃO: Texto Bíblico Principal: Marcos 16:1-8
1. Vivemos em uma geração
marcada pela performance, pela aparência de força e glamour e pela idolatria da
competência. Muitos se sentem descartáveis por sua dor, seus fracassos ou por
não atenderem aos padrões humanos de utilidade.
2. Vivemos em um tempo onde a
missão parece ser uma responsabilidade apenas para os “preparados”, os “capazes”,
os “fortes”. Mas muitos se sentem quebrados, cansados, feridos, frustrados e
limitados – e, por isso, se acham excluídos da tarefa missionária.
3. Vivemos uma era marcada pela insegurança, comparações e sentimento de inadequação. Muitos crentes se sentem incapazes de servir, evangelizar ou liderar. Sentem-se “pequenos demais” para algo tão grande quanto o evangelho.
I. DEUS REVELA O EXTRAORDINÁRIO AOS QUE ENFRENTAM O ORDINÁRIO COM FÉ – Marcos 16:1-3
Está escrito: “Quando terminou o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram especiarias aromáticas para ungir o corpo de Jesus. No primeiro dia da semana, bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao sepulcro, perguntando umas às outras: ‘Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro?’”.
1. A frustração e a dor não devem impedir o cristão de viver (vs. 1-2): A crucifixão de Jesus foi rápida, dramática e cruel. Não deu tempo de ungir Seu corpo na sexta-feira. O sábado é o dia sagrado, de descanso. Por isso, ao romper a manhã de domingo, três mulheres vão ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus. “São as mesmas três mulheres que assistiram à morte de Jesus que foram ao sepulcro no domingo” (Comentário Andrews). Elas estavam emocionalmente devastadas, tinham presenciado a crucifixão. Ainda assim, vão ao sepulcro com um gesto de fidelidade silenciosa. O cristão deve seguir vivendo mesmo na dor!
2. O desespero humano se revela diante da impotência (v. 3). As mulheres estavam com o coração partido, lágrimas nos olhos e incertezas na alma. Elas não esperam a vitória; esperavam apenas cuidar de um corpo morto. Elas enfrentam dúvidas, medo e insegurança. Mesmo sem entender plenamente, elas vão cumprir um ato de amor. Elas não vão esperando milagres. A preocupação delas é quem iria remover a pedra do sepulcro para ministrarem a unção. A impotência diante dos obstáculos não deve paralisar o fiel.
3. A fidelidade nos detalhes comuns é o solo onde Deus planta revelações grandiosas:
a) É quando perseveramos em
seguir a vida com responsabilidade mesmo quando o coração sangra que Deus
revela coisas grandiosas.
b) É no cumprimento do dever
comum da vida mesmo enfrentando dúvidas, incertezas e medos que o sobrenatural
acontece.
c) É para aqueles que não desistem de investir em Cristo mesmo com frustração e sem entender bem Sua missão que Deus age com revelações maravilhosas.
II. DEUS AGE MESMO QUANDO TUDO PARECE PERDIDO – Marcos 16:4-5
Está escrito: “Mas, quando foram verificar, viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida. Entrando no sepulcro, viram um jovem vestido de roupas brancas assentado à direita e ficaram amedrontadas”.
1. A providência divina atua nos bastidores da história humana (v. 4). O “Más” de Deus surpreende diante das adversidades da existência. Deus já havia operado antes mesmo da preocupação das mulheres. Deus responde nossas ansiedades antes mesmo que as verbalizemos. Deus vai na frente e faz o que não conseguimos fazer. Mais surpreendente do que a pedra removida, é não encontrar o corpo para o qual as mulheres compraram especiarias para ungir.
2. A preocupação com obstáculos visíveis não anula a ação invisível de Deus: As mulheres estavam preocupadas com o obstáculo humano: A grande pedra. Mas Deus já havia removido aquilo que elas julgavam instransponível. A ação divina antecede à fé humana. Seres celestiais trabalham quando não vemos. Deus trabalha quando nossas emoções falham. Podemos dizer que que a pergunta das mulheres no versículo 3 não é apenas logística, mas existencial. Os planos sonhados estavam em ruínas. Deus fez mais do que remover a pedra.
3. A ação de Deus surpreende aqueles que agem com fidelidade (v. 5). A pedra foi removida. As mulheres entram no sepulcro. O corpo de Cristo não está mais ali. Há um jovem vestido de branco. As mulheres ficam amedrontadas. Era Deus surpreendendo com Seu anjo. Era Deus agindo para acalmar os corações aflitos. O poder da ressurreição opera além da lógica humana. A ausência do corpo é o sinal da presença da vitória, mas precisava ser explicada por um anjo. Deus não deixa os fiéis sinceros presos em suas perplexidades e angústia diante de Suas ações.
III. DEUS ATUA DE FORMA CONTRACULTURAL E SURPREENDENTE – Marcos 16:6-7
Está escrito: “‘Não tenham medo’, disse ele [o jovem]. ‘Vocês estão procurando Jesus, o Nazareno, que foi crucificado. Ele ressuscitou! Não está aqui. Vejam o lugar onde O haviam posto. Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: ‘Ele está indo adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês O verão, como Ele disse’”.
1. Deus escolhe pessoas frágeis e vulneráveis para revelar Sua ação mais importante (v. 6): As mulheres do relato são figuras de vulnerabilidade: Numa cultura patriarcal, seus testemunhos não tinham valor jurídico; estavam de luto, traumatizadas pela crucifixão; buscavam um corpo, não um milagre ou uma vitória. Ainda assim, Deus as escolheu para a mais sublime revelação da história: A ressurreição.
2. Deus revela verdades extraordinárias a quem o mundo despreza (v. 6): Diante do túmulo vazio, não há profetas, não há apóstolos, não há teólogos, não há líderes reconhecidos. Há mulheres com dúvidas, medo e frustração. Mas é a elas que Deus revela o maior dos milagres: A ressurreição. É a essas, frágeis e vulneráveis, que Deus confia a primeira proclamação do evangelho eterno.
a) O anjo precisa acalmá-las:
“Não tenham medo”.
b) O anjo demonstra empatia
pela dor delas: “Vocês estão procurando Jesus... que foi crucificado”.
c) O anjo transforma o luto
em boas novas: “Ele ressuscitou! Não está aqui”.
d) O anjo prova que a vida
venceu a morte: “Vejam o lugar onde O haviam posto”.
3. Deus mostra que há graça restauradora e missão redentora para temerosos e fracassados (v. 7): A graça resultante da ressurreição alcança aos fracassados. Digam aos discípulos e a Pedro – aquele que havia negado a Cristo. Deus escolhe os que o mundo despreza para realizar Seus maiores feitos. A menção especial a Pedro revela que nem a nossa pior falha é maior que Sua graça restauradora. É a “vasos de barro” que Deus confia o maior dos tesouros.
CONCLUSÃO: Está Escrito: “Tremendo e assustadas, as mulheres saíram e fugiram do sepulcro. E não disseram nada a ninguém, porque estavam amedrontadas” (Marcos 16:8). Diante dessa constatação, vamos refletir:
1. Como pode Deus confiar a
mais grandiosa missão do Universo – anunciar a ressurreição de Seu Filho – a pessoas
frágeis, abaladas emocionalmente, assustadas e marginalizadas socialmente? Não
seria mais eficaz confiar essa tarefa a líderes fortes e influentes?
2. Como compreender que Deus
escolhe pessoas emocionalmente estarrecidas, espiritualmente temerosas e
socialmente invisíveis para serem os primeiros mensageiros da ressurreição de
Seu amado Filho – que pagou o preço para prover esperança a um mundo em pecado
e morte?
3. Por que Deus escolhe pessoas vulneráveis para cumprir uma missão tão crucial? Como podemos aceitar nosso chamado mesmo diante de nossas fragilidades, medos e limitações?
APELO:
1. Precisamos redescobrir a
confiança em um Deus que remove pedras, que nos visita quando temos apenas
temor e silêncio e que nos envia de volta à Galileia da missão.
2. Precisamos entender que
Jesus ressuscitou e já foi adiante. A missão está diante de nós. A sociedade
clama por esperança. Deus chama vulneráveis como você, não porque você é
suficiente, mas porque Ele é!
3. Precisamos compreender que o poder da proclamação da ressurreição não está em nossas habilidades persuasivas, mas na verdade proclamada. A força da missão não está no mensageiro, está na mensagem: “Vá e diga: Jesus ressuscitou”.
Pr. Heber Toth Armí.
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