A ÚLTIMA CHAMADA DE DEUS PARA A HUMANIDADE

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: I Pedro 2:9-10

1. A história bíblica revela um povo escolhido por Deus, desde Israel antigamente, passando pela Sua igreja entre as nações, até chegar o papel específico da igreja remanescente no tempo do fim.

2. Compreender essa trajetória é essencial para entender o chamado e o propósito eterno que Deus tem para Seu povo.

3. Neste sermão, que a Palavra de Deus seja o guia de nosso coração e da nossa compreensão sobre este tema tão crucial, nos conduzindo a uma vida de compromisso fiel com esse Deus e com a Sua missão.

I.  ISRAEL – O POVO DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO:

Desde o Éden, o grande conflito gira em torno de uma questão central: Quem representa o caráter e o reino de Deus na Terra? A história humana é o palco da luta entre dois reinos – o da luz e o das trevas. No centro dessa batalha, Deus levantou um povo. Não uma elite espiritual, mas um instrumento de redenção; não um grupo para se exaltar, mas para revelar o amor, a justiça e a verdade do Criador. 

1. A escolha e a aliança – Israel:

a) Fundamento da escolha: A origem divina da nação escolhida remonta a Abraão (Gênesis 12:1-3).

b) Justificativa da escolha: Israel não foi escolhido por ser o maior ou o mais santo dos povos, mas devido ao amor e à fidelidade de Deus à Sua aliança (Deuteronômio 7:7-8). Essa escolha fundamenta-se unicamente no amor de Deus e na Sua promessa a Abraão. É um testemunho da soberania da misericórdia divina, conforme revelado a Moisés em Êxodo 33:19.

c) Propósito da eleição divina: Israel foi escolhido para uma aliança que implicava obediência à Lei de Deus, a fim de ser um testemunho vivo entre as nações (Êxodo 19:5-6). A escolha tinha caráter instrumental e universal: Israel deveria ser um farol de luz e verdade em um mundo de trevas (Isaías 43:21).

2. Responsabilidade e fracasso:

a) O chamado de Deus não era isento de responsabilidades. A aliança do Sinai incluía bênçãos pela obediência e maldições pela desobediência (Deuteronômio 28). A história de Israel é um ciclo trágico de avivamento e apostasia. O povo buscou ser como as outras nações, rejeitou o governo teocrático ao pedir um rei humano (I Samuel 8:7) e, repetidamente, perseguiu os profetas que os chamavam ao arrependimento.

b) Israel recebeu a Lei (Torah), o sacerdócio e as promessas (Romanos 9:4-5). Contudo, a história registra seu fracasso em cumprir o propósito, culminando em cativeiro. A nação, como um todo, não cumpriu sua vocação sacerdotal.

c) A escolha divina, porém, não foi revogada. No entanto, a nação de Israel, em grande parte, rejeitou o Messias (João 1:11), resultando na transição do foco do plano divino. 

II. A IGREJA – O POVO DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO:

A eleição nacional apontava para uma realidade espiritual mais profunda. E então, veio o Messias. Em um ato que redefiniu para sempre o conceito de povo de Deus, Jesus declarou aos líderes de Israel: “Portanto, Eu vos digo que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino” (Mateus 21:43). Quem é esse povo? 

1. A nova aliança e a identidade em Cristo:

a) O chamado da graça: A igreja apostólica surge como o novo Israel, reunindo judeus e gentios redimidos pela graça de Cristo (Gálatas 6:16; I Pedro 2:10). O povo de Deus é definido não pela genealogia, mas pela fé que expressa por meio do amor (João 13:34-35; Gálatas 5:6).

b) Justificativa do chamado: Pedro, escrevendo para uma igreja majoritariamente gentia, aplica a ela as mesmas descrições de Êxodo 19: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (I Pedro 2:9).

c) Identidade renovada: Com a vinda de Cristo, a promessa de ser povo de Deus estende-se para além de Israel, incorporando pessoas de todas as nações pela fé (Gálatas 3:28-29). A igreja é justificada pela fé em Cristo e selada pela Nova Aliança (Efésios 2:11-22). O sacerdócio universal de todos os crentes e a comunhão direta com Deus formam a nova identidade da igreja (Apocalipse 1:6)

2. O propósito da igreja no mundo:

a) Proclamar as virtudes de Deus: Os títulos de honra outrora pertencentes a Israel são agora conferidos à Igreja, com o propósito de testemunhar a obra graciosa de Deus em salvar pecadores, conduzindo-os das trevas para a luz, até os confins da Terra (Atos 1:8).

b) Evangelizar o mundo inteiro: No mundo, a igreja é o sal e a luz, incumbida da missão de fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28:19-20).

3. Responsabilidade e fracasso:

a) O homem da iniquidade no seio da igreja: A profecia alerta que um líder humano se levantaria dentro da própria igreja, usurpando o lugar de Cristo e corrompendo o plano da salvação (II Tessalonicenses 2:3-4).

b) Apostasia generalizada: Membros da igreja se desviariam da verdade, seguindo doutrinas de demônios, a ponto de rejeitarem a sã doutrina (I Timóteo 4:1; II Timóteo 3:1-5).

III. O REMANESCENTE – O POVO DE DEUS NO TEMPO DO FIM: 

A história do cristianismo confirma o desvio previsto, com a introdução de doutrinas e práticas não-bíblicas. Surge, então, a pergunta: Em meio a uma cristandade fragmentada e frequentemente apóstata, Deus teria um povo distintamente chamado para sustentar a verdade bíblica e proclamar a volta iminente de Cristo? A profecia e a história indicam que sim! 

1. Justificativa:

a) Deus não abandonou o mundo: Apocalipse 12, ao descrever os desafios da igreja, conclui mostrando que Deus preserva e levanta um remanescente fiel (v. 17). Não se trata de exclusividade salvífica, mas da soberania divina a fim de oferecer graça à humanidade perdida.

b) Deus deseja oferecer salvação a todos: O foco é pregar o evangelho do Reino por todo o mundo antes do fim (Mateus 24:14), proclamando em alta voz o evangelho eterno “aos que habitam na Terra, a toda nação, tribo, língua e povo” (Apocalipse 14:6).

2. A característica do remanescente:

a) Guarda os mandamentos de Deus: Obedece aos mandamentos dados por Deus no Sinai, que refletem o Seu caráter.

b) Tem o testemunho de Jesus: Mantém os ensinamentos de Cristo, sustentados pelo dom de profecia, concedido à igreja para revelar a vontade e os planos de Deus (Apocalipse 19:10; Amós 3:7).

3. Propósito: Após o período profético de 1260 dias/anos (Daniel 7:25), Deus estabeleceu um tempo para chamar o mundo ao arrependimento, a preparar-se para o segundo advento de Cristo e restaurar as verdades divinas que foram adulteradas ou ignoradas (Daniel 8:13-14):

a)     O verdadeiro plano de salvação, relacionado ao Santuário Celestial (Hebreus 8:1-2).

b)     O sábado como selo do Deus Criador (Apocalipse 14:7; 7:1-3).

c)      A natureza do pecado e da morte (Romanos 6:23).

d)     O juízo investigativo e a segunda vinda de Cristo (Apocalipse 11:1-18).

e)     Proclamar as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12 ao mundo.

CONCLUSÃO: O que significa ser o povo de Deus hoje?

Ser o povo de Deus na atualidade significa:

1. Viver na consciência da eleição pela graça: Não somos melhores que ninguém. Nossa existência como povo de Deus é fruto exclusivo da misericórdia divina. Reconhecer isso destrói o orgulho sectário, enche-nos de humilde gratidão e impulsiona-nos ao cumprimento da missão.

2. Engajar-se na missão com urgência: A mensagem dos três anjos não é uma mera teoria teológica, mas um alerta vital a ser proclamado urgentemente. Precisamos entender que somos a voz de Deus em um mundo à beira do colapso.

3. Assumir nossa identidade e preparar-se para o advento de Cristo: Somos chamados a refletir o caráter de Cristo em todos os nossos relacionamentos. Nossas casas, empregos, escolas são oportunidades de testemunhar e viver nossa responsabilidade como cristãos missionários. Ao nos envolvermos ativamente na pregação do evangelho, estamos nos preparando para Céu.

APELO:

1. O chamado de Deus é um convite à entrega total. Não se conforme com a mediocridade espiritual.

2. O tempo em que vivemos exige um compromisso inegociável com a verdade bíblica. Apegue-se com firmeza ao cristianismo puro e genuíno.

3. O chamado é para um compromisso integral com a evangelização do mundo. Portanto, invista teus recursos, teu tempo e teus talentos na última missão de Deus na Terra!

Pr. Heber Toth Armí

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