ALERTA CONTRA A TENTAÇÃO DO ATIVISMO INCESSANTE


 INTRODUÇÃO: texto bíblico principal: Gênesis 1:1-2:3

1. O grande perigo do nosso tempo não é apenas o pecado escandaloso, mas o “ativismo ininterrupto” que rouba o tempo com Deus, com a família e com o descanso sagrado: Para nos ensinar a viver com equilíbrio e qualidade, Gênesis 1 e 2 nos apresentam o relato da criação, onde Deus trabalha ao criar o mundo, mas também estabelece o descanso do sétimo dia como princípio eterno. Deus não apenas criou, mas ordenou um ritmo que envolve atividade e pausa, trabalho e descanso, atividade diligente e repouso sagrado.

2. Gênesis 1:1-2:15 não descreve apenas a criação do mundo, mas a organização do tempo, do trabalho e do descanso: Deus poderia ter criado tudo instantaneamente, mas escolheu trabalhar em seis dias e cessar no sétimo. Antes da queda, já existia o princípio do limite. O sábado não é consequência do pecado, mas remédio contra a desordem.

3. Nos dias atuais, somos pressionados a trabalhar incessantemente, a preencher cada minuto com atividades, e buscar mais conquistas, mais lucros, mais reconhecimentos: Este ativismo incessante, porém, é uma tentação perigosa. Ele nos leva ao esgotamento físico, ao esvaziamento espiritual e ao esquecimento de que nossa identidade fundamental não está no que fazemos, mas em quem somos como criaturas feitas à imagem de Deus. Muitos de nós, mesmo no serviço da igreja, estamos cansados, sobrecarregados e distantes da fonte do verdadeiro descanso.

I. DEIXE PARA AMANHÃ O QUE SE PODE FAZER AMANHÃ:

Gênesis 1:1-2:15 não é apenas um relato histórico da criação; é uma declaração teológica fundamental sobre a natureza de Deus, da criação e do ser humano. Na cultura que idolatra a atividade e a produtividade, em que o “fazer” tornou-se a medida do nosso valor, devemos considerar o exemplo e legado de nosso Criador.

1. Deus não fez tudo de uma vez só: Deus poderia ter criado tudo instantaneamente, pois tinha poder, habilidade e capacidade para fazê-lo, mas escolheu trabalhar em seis dias e cessar no sétimo.

2. Deus respeita o processo: Ele não cria com ansiedade. Ele contempla. Ele avalia. Ele faz o que devia ser feito e deixa para o dia seguinte o que estava planejado para o dia seguinte. O Criador não é movido por pressa, mas por organização e planejamento. Havia harmonia. Cada etapa é concluída antes de iniciar a próxima.

a) O ativismo humano nasce quando ignoramos o ritmo divino para criar um ritmo diferente.

b) Ativismo constante é, muitas vezes, desconfiança na soberania de Deus.

c) A harmonia na vida consiste em incorporar pausas curtas e intencionais durante o dia para meditar, respirar, avaliar e descansar, quebrando o ciclo da urgência.

3. Deus quer que Seus filhos trabalhem como Ele: Em Gênesis 2:15 Deus orientou Adão e Eva ao trabalho. O trabalho foi dado como privilégio, não como tirania. Nossos primeiros pais trabalhavam, mas não eram escravos do trabalho. Eles trabalhavam em um ambiente de comunhão, sem culpa, sem medo, sem pressão e sem competição.

 II. ORGANIZE E ADMINISTRE AS ATIVIDADES SEMANAIS:

 Ao ler atentamento o relato da criação, é obviamente notória a ideia de organização e planejamento de Deus. Tudo foi feito intencionalmente. Cada coisa em seu devido lugar e na sequência exata.

1. A criação foi programada: É perceptível a ordem em cada dia da criação. Ela não aconteceu de forma caótica, mas em um ritmo ordenado e deliberado. Cada dia tinha um início e um fim. Além disso, Deus ordenou o trabalho para o ser humano no ambiente perfeito: cuidar e cultivar o jardim (Gênesis 2:15). O trabalho é a continuação do que Deus faz, é uma bênção, uma vocação sagrada. O problema não é o trabalho, mas a sua desordem após o pecado, que o tornou fatigoso (Gênesis 3:17-19) e o ser humano desequilibrado, ambicioso e ganancioso. Temos que nos voltar para Deus e aprender com Ele a fim de que não sejamos escravos do trabalho.

2. Se Deus avalia o que faz em um dia, o cristão precisa aprender a dizer: “Isso é suficiente para hoje”: O ativismo desenfreado ignora os limites instituídos pelo próprio Criador, invadindo a noite, os “fins de semana” e o nosso tempo com Deus.

a) Deus não criou os seres humanos para viverem exaustos, mas dependentes.

b) Trabalhar muito e orar pouco é uma forma sutil de independência espiritual.

c) Ativismo sem devoção transforma vocação em opressão. Jesus tratou disso com as irmãs: Marta e Maria (Lucas 10:38-42).

3. Violar a lei da criação implica rebelar-se contra a lei da vida: O ritmo divino nos ensina sobre o equilíbrio que gera vida e satisfação, enquanto o desequilíbrio gera exaustão e morte prematura. A vida é composta de ciclos de atividade e repouso, trabalho e adoração, esforço e celebração. Romper esse ritmo é preferir a escravidão, a desarmonia, o estresse e a antecipação da morte.

III. VALORIZE O DESCANSO TANTO QUANTO O TRABALHO:

Gênesis 1:1-2:15 descreve a majestosa obra criadora de Deus, que culmina com a coroa da criação: a humanidade. No entanto, o clímax da narrativa não é a criação do ser humano, mas a instituição do sábado. O próprio Deus, o Trabalhador supremo e infatigável, para. Ele estabeleceu um ritmo de trabalho e descanso não como sugestão, mas como princípio eterno, inscrito na própria estrutura da criação.

1. Não é servo fiel quem faz mais coisas, mas quem faz o que Deus pediu: Para deixar bem claro o que esperava com a criação do sétimo dia, Deus deixou um mandamento específico em Êxodo 20:8-11. O descanso sabático é um ato de fé. Ao parar nosso trabalho, declaramos nossa confiança de que Deus é Quem sustenta o Universo e a nossa vida. É um “não” audível à tirania do trabalho incessante.

2. O trabalho nunca deve ser superior ao relacionamento com o Criador: O descanso de Deus no sétimo dia não foi por cansaço (Isaías 40:28), mas foi um ato deliberado de cessação, conclusão e satisfação. A palavra “santificou” significa que Deus separou esse tempo, tornando-o santo, um domínio no tempo dedicado exclusivamente à comunhão, à alegria e à contemplação da boa criação.

3. Antes da queda, já existia o princípio do limite: O sábado não é consequência do pecado, mas o antídoto ao desequilíbrio. Além disso, ele é um monumento no tempo que celebra a ordem, a conclusão de uma obra e a suficiência de Deus.

CONCLUSÃO:

1. A sociedade moderna, impulsionada pela cultura da produtividade e pela constante conectividade, tem levado o cristão a cair na tentação do ativismo constante: Essa mentalidade distorce o propósito da vida, esgota as energias físicas e espirituais, e, o mais grave, ofusca a dependência de Deus, levando à presunção de que o sucesso depende unicamente do esforço humano. O texto de Gênesis 1 e 2 oferece o antídoto divino: O princípio do descanso e da cessação, estabelecidos pelo Criador.

2. Se o Soberano e Majestoso Criador do Universo descansou, é necessário que entendamos quão importante é que façamos o mesmo: O ativismo é, no fundo, uma falta de fé, a crença de que, se não fizermos tudo, o mundo desmoronará. É a transferência da dependência de Deus para depender tudo de nós mesmos. Por outro lado, descansar é o ato de lembrar que Deus está no controle, é um ato de fé que confia a Deus o que não podemos realizar por nós mesmos.

3. O relato da Criação em Gênesis não é meramente história, é um modelo divino para a vida: Se o próprio Deus estabeleceu um ritmo de trabalho e repouso, e santificou o tempo para a cessação, precisamos urgentemente reajustar nossa bússola. A cura para o ativismo não é apenas menos trabalho, mas mais descanso em Deus – um descanso que é um ato de adoração e confiança.

APELO:

1. Deixe de lado a presunção de que tudo depende de você e que você precisa fazer tudo. Trabalhe de forma organizada e planejada; além disso, organize e planeje o descanso com a mesma dedicação.

2. O ativismo negligencia o cuidado com a própria saúde, com a família e com o relacionamento com Deus; então, aprenda a trabalhar de uma forma que não sacrifique o que é mais importante.

3. A vida terá sentido quando é vivida conforme o propósito pela qual ela foi criada; portanto, substitua o ativismo que foca na quantidade e no resultado do trabalho e foque no modelo do Éden que foca no propósito e no relacionamento estabelecidos por Deus.

Pr. Heber Toth Armí.

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