REFLEXÕES A PARTIR DO SUICÍDIO DE UM REI

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: I Samuel 31:1-10 

1. Nem todo suicida trilhou o mesmo caminho do rei Saul: Há quem diga que existem mais suicídios que assassinatos no mundo; são aproximadamente um milhão de suicídios por ano. A tragédia deste mal afeta todas as classes sociais, culturas e idades, independente de gênero e religião.

2. Nem todo suicida age com o mesmo motivo que Saul: O fracasso, a vergonha e a rebelião contra Deus foram as causas do suicídio de Saul, mas existem casos e casos. Há casos de distúrbios mentais e psicológicos, entre outros. Deus leva cada caso em consideração!

3. Nem todo suicida está perdido como Saul, mas é necessário lidar sabiamente com este tema para que Satanás não leve vantagem sobre o Senhor da vida: Como não há nenhum texto bíblico afirmando que todo suicida perde automaticamente a salvação, devemos deixar que Deus julgue cada caso; porém, como cristãos, devemos prezar pela vida, lutar pela vida, e promover a vida que Jesus pagou alto preço com Sua morte na cruz.

I. UMA VIDA DESREGRADA E VAZIA DE PROPÓSITOS NOBRES NÃO VALE A PENA SER VIVIDA – I Samuel 31:1

1. Cada passo para longe de Deus significa mais infelicidade na alma: Os capítulos anteriores de I Samuel mostram que o afastamento de Deus levou Saul à rebelião contra o Deus da paz, da vida e do amor; tornando sua vida tensa, com inimigos atacando Israel. Tensão e angústia afligem as pessoas que se afastam descaradamente do Senhor.

2. Cada dia mais distante dos princípios divinos, mais desprovida de sentido se torna a vida: Saul vivia obcecado por matar Davi, seus pensamentos focavam na destruição de quem Deus havia escolhido para ocupar seu lugar no trono de Israel (I Samuel 24:1-2; 26:1-2, etc.). Quando se tira o foco dos princípios divinos, a vida gira em torno de sentimentos perversos, tornando a vida insossa, insignificante, desfocada, tensa, infeliz, amarga!

3. Cada oportunidade perdida de arrepender-se para então colocar a vida em harmonia com a vontade de Deus leva a pessoa à angústia infernal: Saul é ícone das doenças mentais por negligenciar os caminhos de Deus que promovem paz, alegria e satisfação. Desprovida destes itens, a vida não vale a pena ser vivida, nem tem qualquer valor. É vã e vazia; nada satisfará o coração insatisfeito (I Samuel 18:5-12).

II. UMA VIDA SEM DEUS ESTARÁ DESPROVIDA DE PROPÓSITO, DE SENTIDO E DE VALOR – I Samuel 31:2-4

1. Viver com objetivo errado é mais que perder tempo, implica destruir a vida: Ao viver perseguindo a Davi, Saul deixou de reinar. Enquanto procurava por Davi, inimigos invadiram seu reino (I Samuel 23:26-28). E, seu suicídio foi numa outra guerra contra os filisteus. Diante da trágica derrota que sofria, Saul pediu a seu escudeiro que o matasse, apresentando pelo menos duas razões:

a) Ele não queria ser morto por mãos pagãs (de incircuncisos), pois considerava isso uma grande humilhação.

b) Ele não queria dar motivos para seus inimigos zombarem dele, embora sua vida fosse uma vergonha medonha.

2. Viver desperdiçando forças no objetivo errado significa passar pela vida sem deixar um bom legado: Quando a vida perde o valor por negligências óbvias em relação à vontade do Senhor, é fácil desperdiçá-la, ou destruí-la. Ao Saul tentar viver uma vida independente de Criador, o resultado foi a tragédia de um suicídio. Como o escudeiro de Saul não lhe tirou a vida como lhe foi exigido, o próprio Saul se jogou sobre sua espada. Depois, o escudeiro fez o mesmo.

3. Viver desprezando a coisa certa a fazer implica caminhar em direção à morte: Quando deixamos de viver os propósitos que Deus tem para nós, perderemos tempo em situações desnecessárias, impróprias e baixas, até chegar à sepultura. Em I Crónicas 10:13-14 contém uma síntese explicativa do suicídio de Saul:

a) O rei Saul foi infiel ao Senhor.

b) O rei Saul não foi obediente à Palavra do Senhor.

c) O rei Saul consultou uma médium em busca de orientação, em vez de depender do Senhor.

d) O rei Saul foi entregue à morte pelo próprio Deus e seu reino foi dado a Davi.

III. UMA VIDA INSIGNIFICANTE É FÁCIL SER AUTODESTRUÍDA ENCERRANDO UMA BIOGRAFIA VERGONHOSA – I Samuel 31:4-10

1. O suicídio é resultado da insatisfação por não ter feito o que realmente vale a pena fazer: Uma existência desprovida de nobreza, de pureza e de beleza convida a morte para dar-lhe um fim. Foi o que Saul fez quando percebeu a desgraça que ele fez e viveu. A morte foi vista como solução para seus problemas; porém, não resolveu nada!

2. O suicídio é o último passo errado de quem preferiu ignorar todos os passos certos: Ao negar os caminhos da esperança, Saul mergulhou fundo no mar do desespero. Desprovido de esperança para a vida, viu esperança apenas na morte. Essa lógica o motivou ao suicídio. Parecia mais inteligente suicidar-se do que lutar até a morte como guerreiro perseverante, ou como mártir defendendo seu povo. Ele estava tão equivocado quanto esteve durante sua vida. Os filisteus pegaram sua armadura e deceparam sua cabeça; então, desfilaram por suas cidades levando as armas e a cabeça dele ao templo do deus pagão. Depois, como auge da vergonha e humilhação, seu corpo, juntamente com o corpo de seus filhos, foi pendurado no muro de Bete-Seã.

3. O suicídio geralmente é o grito de alguém insatisfeito diante de tantos erros cometidos: As dores físicas e emocionais são responsáveis para levar muita gente a querer fugir do sofrimento tirando a própria vida. O suicídio parece ser a saída mais fácil para eliminar o sofrimento e a culpa, mas é o pior caminho. É uma forma ilusória de solução tal como são as bebidas alcoólicas, as drogas, ou o sexo imoral; a diferença é que o suicídio é irreversível. O peso esmagador da culpa só pode ser retirado pela morte sacrifical substitutiva de Cristo Jesus.

CONCLUSÃO:

1. Alguém que desistiu de si mesmo, facilmente desiste de viver: Tal pessoa precisa saber que a vida só terá sentido real e verdadeiro quando estiver focada nAquele que morreu para nos dar vida em abundância, vida plena (João 10:10). A vida é um dom do Criador, a qual deve ser preservada, valorizada, respeitada e cuidada. Nosso corpo é templo do Espírito Santo; e, como tal, deve ser considerado e tratado (I Coríntios 3:16-17).

2. Alguém que desiste de viver, decide facilmente pelo suicídio: Tal pessoa precisa saber que o suicídio não é uma ótima saída, é a pior coisa a fazer; a melhor, é decidir-se por Aquele que nos amou e sofreu a mais intensa dor para nos libertar do pecado que promove a morte (João 3:16; Romanos 6:23). Quando a pessoa perde a honra, a dignidade e o valor, deve retornar urgentemente para Aquele que nos ama e nos constituiu reino e sacerdotes para servir a Deus Pai (Apocalipse 1:5-6; I Pedro 2:9-10).

3. Alguém que desiste do Autor da vida, opta facilmente pelo senhor da morte: O Apelo de Cristo é “Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida” (Apocalipse 2:10). Não é nada sábio morrer no pecado, mas morrer para o pecado é uma atitude louvável. Não deve ser orgulho algum rebelar-se contra o Autor da vida; o que de fato é nobre e belo, é entregar a vida a Cristo que deu Sua vida por nós, para nos libertar de uma vida vazia, sem sentido e miserável. O apóstolo Pedro assim nos alerta:

“Uma vez que vocês chamam Pai Àquele que julga imparcialmente as obras de cada um, portem-se com temor durante a jornada terrena de vocês. Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua MANEIRA VAZIA DE VIVER, transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês. Por meio dEle vocês creem em Deus, que O ressuscitou dentre os mortos e O glorificou, de modo que A FÉ E A ESPERANÇA de vocês estão em Deus” (I Pedro 1:17-21).

APELO:

1. Não opte pela morte; opte pela vida; diga SIM à vida!

2. Não creia que o suicídio seja uma saída positiva, é negativa.

3. Não rejeite o convite de Cristo oferecendo vida plena e eterna a quem O aceita.

Pr. Heber Toth Armí.

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