VITÓRIA NA ADVERSIDADE E FRACASSO NA PROSPERIDADE

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: Juízes 8:22-31

1. Vitórias em dias de adversidades não garantem sucesso em dias de prosperidade: A história de Gideão mostra que as vitórias podem nos tornar mais vulneráveis às tentações do que quando na tensão de um desafio, dependemos mais de Deus. A grande realidade a considerar é que a maior batalha que devemos travar é contra o nosso ego, e não contra o inimigo.

2. Vitórias em dias de dificuldades podem tornar-se armadilhas nos dias de prosperidade: A experiência de Gideão revela que os dias mais desafiadores para os seguidores de Deus podem vir após atravessarem vitoriosamente com Deus grandes adversidades da vida. A prosperidade pode tornar-se pior que a adversidade para desviar os fiéis do caminho certo.

3. Vitórias em meio às densas lutas contra grandes desafios podem levar ao relaxo que resulta em fracasso em dias de tranquilidade: Gideão mostra que nossos maiores fracassos podem vir no rastro de nossos maiores sucessos; portanto, devemos tomar muito cuidado.

I. CUIDADO PARA NÃO DEIXAR O PODER SUBIR PARA A CABEÇA EM VEZ DE SUBMETER-SE AO PODER DE DEUS – Juízes 8:22-23, 28-31

1. Rejeitar oficialmente o poder, mas na prática exercê-lo para buscar satisfação pessoal não tem a aprovação de Deus: Após a vitória sobre os midianitas, Gideão recusou sabiamente a oferta do povo de Israel de torná-lo rei; contudo, clandestinamente ele agiu como rei, como um rei pagão. “Embora Gideão tenha recusado a posição de rei, fez algumas coisas que um monarca teria propensão de fazer, mas que Dt 17:17 proibia: acumular riquezas e tomar muitas mulheres (ver Jz 8:30)” (Com. Bíblia Andrews). Palavras sábias são ofuscadas frente a atitudes tolas!

2. Absorver na prática os emblemas do poder da cultura pagã conduz os servos de Deus à imoralidade: O harém de Gideão é evidência de seu poder e riqueza material, mas também de fraqueza moral. Pois, “poligamia em larga escala era adotada apenas por governantes ou pessoas extremamente ricas”; e, o fato da concubina “ter permanecido com seus parentes em Siquém em vez de ir para a casa de Gideão, em Ofra, indica que a união deles era no estilo denominado pelos árabes primitivos de casamento sadika (amigável). Nesse tipo de arranjo, a mulher vivia com seu próprio povo e era visitada pelo esposo de tempos em tempos” (Com. Bíb. Adventista do Sétimo Dia).

a) Começar como servo mas terminar como celebridade diante de uma missão dada por Deus, é o caminho para o fracasso, o declínio, a imoralidade e a ruína pessoal, familiar, eclesiástica e até nacional.

b) A vitória não deve fazer o servo de Deus tornar-se vaidoso, materialista, ambicioso e nem imoral, para não terminar mal tudo aquilo que começou bem.

c) Buscar honras e glórias para si em vez de honrar e glorificar a Deus é um desvio do ideal da vida com um preço muito alto que deveria levar-nos a vigilância constante diante desta tentação.

II. CUIDADO PARA NÃO AUTONOMEAR-SE PARA ALGUMA FUNÇÃO SEM A APROVAÇÃO DE DEUS – Juízes 8:24-27

1. Colocar-se onde Deus não chamou porque os responsáveis por aquele cargo se corromperam, não tem a aprovação de Deus: Sabendo que o ofício do sacerdócio estava corrompido, Gideão assumiu a posição de sumo sacerdote, sem a aprovação de Deus. A estola sacerdotal era “uma veste especial, parecida com um avental, reservada apenas para o sumo sacerdote (Êx 28; 39). Como o anjo do Senhor aparecera a Gideão e queimara seu sacrifício em Ofra (Jz 6), Gideão pensou que devera fazer um santuário naquele lugar. No entanto, Deus não havia autorizado um local para competir com o tabernáculo, onde Sua presença habitava (comparar com Êx 25:8; 40:34, 35; Lv 9:23, 24). Sem a presença de Deus, a estola sacerdotal que supostamente seria um instrumento para adorar ao Senhor acabou se tornando um objeto de falsa adoração” (Com. Bíblia Andrews). Todo cuidado é pouco quando nossas ações podem se tornar pedras de tropeço a nós e aos outros.

2. Colocar-se em posição que Deus nunca pediu pode ter boas intenções, mas resultados desastrosos: Assumir o lugar para o qual Deus não chamou, resulta em pecado e apostasia. O pecado de Gideão “consistiu em assumir as prerrogativas do sacerdócio araônico sem sanção divina. Seu desvio do que é correto preparou o caminho para uma apostasia maior, tanto de sua família imediata quanto das tribos. As pessoas foram desviadas pelo mesmo homem que, anteriormente, derrubara a idolatria deles [...]. A história de Gideão é um alerta de que é preciso mais do que boas intenções para agir de modo louvável e correto. Além disso, quanto mais proeminente for uma pessoa, maior alcance terá seu mau exemplo. Portanto, maior será sua necessidade de pautar seus atos pelo padrão divino. A única regra perfeita para a vida é a lei de Deus” (Com. Bíb. Adventista do Sétimo Dia).

a) Avaliações pessoais desprovidas da revelação de Deus resultam em trilhar rumo ao desastre pessoal e coletivo.

b) Pensar que o auge da vitória e do êxito é fundamental para agir como bem entender, significa pegar o desvio para o desfiladeiro do fracasso moral, social e espiritual.

c) Presunção, orgulho, vaidade e exibicionismo jamais deveriam caracterizar àqueles que servem a Deus na liderança de Seu povo, para que não se surpreendam com vitória na adversidade e com fracasso na prosperidade.

CONCLUSÃO: Os alertas das experiências de Gideão devem nos instigar a...

1. Precaver-se para não cair na tentação imposta pelo diabo: Satanás buscou o poder que não lhe pertencia quando esteve no Céu; e intentou levar Adão e Eva a buscar um poder que não lhes pertencia: “Sereis como Deus”. O mesmo ele intentou com Gideão e intenta com toda pessoa, especialmente líderes. “Satanás nunca fica ocioso. Ele está cheio de ódio contra Deus e procura constantemente levar os seres humanos a proceder de maneira errada. Fica especialmente ocupado depois de os exércitos do Senhor terem obtido uma vitória assinalada. Vem disfarçado como anjo de luz e, como tal, se esforça para reverter a obra de Deus. Assim, foram sugeridas à mente de Gideão ideias e planos pelos quais Israel seria desencaminhado” (Ellen White, CBASD, v.2, p. 1109). Existem boas ideias que não vem de Deus e podem resultar em grandes problemas.

2. Precaver-se contra a tentação da busca pelo poder: O cuidado deve ser tomado devido a que “os que são colocados nas mais altas posições podem fazer outros se extraviarem, especialmente se acharem que não há perigo. Os mais sábios erram; os mais fortes se cansam. O excesso de cautela é muitas vezes seguido de um perigo tão grande como o excesso de confiança. Para avançar sem tropeços, precisamos ter a certeza de que uma mão todo-poderosa nos sustentará, e de que, se falharmos, uma infinita misericórdia nos será estendida” (Idem).

a) Não podemos contrastar o que dizemos daquilo que fazemos, não devemos dizer uma coisa e fazer outra, isso caracteriza hipocrisia e induz outros ao erro.

b) Fazer o que Deus pede resulta em sucesso sobre desafios gigantescos; porém após traçar planos baseando-se na própria justiça e ambições, o resultado será o fracasso.

c) O segredo da vida é não se render diante das dificuldades, e não ser autoconfiante diante das vitórias.

3. Precaver-se do perigo da transigência a fim de que perseveremos nos caminhos de Deus: Quando Deus é atendido em Suas orientações não existem dificuldades que não sejam superadas, porém, quando assumimos o controle, até na prosperidade fracassamos. O sucesso na dificuldade pode tornar-se armadilha quando não seguir estritamente as recomendações divinas na prosperidade. “É solene o pensamento de que a remoção de uma única salvaguarda da consciência, o descumprimento de uma única boa resolução e a formação de um único hábito errôneo podem resultar não só em nossa própria ruína, mas na ruína daqueles que depositam sua confiança em nós. Nossa única segurança é seguir aonde as pegadas do Mestre guiarem, é confiar na implícita proteção dAquele que diz: ‘Segue-Me’. Nossa constante oração deve ser: ‘Dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem’ (Sl 17:5, ARC)” (Idem).

APELO:

1. Tome cuidado com os dias de adversidades.

2. Tome cuidado ainda maior com os dias de prosperidade.

3. Tome cuidado para não se afastar dAquele que cuida de você.

Pr. Heber Toth Armí.

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