sexta-feira, 26 de agosto de 2022

CINCO TIPOS DE CEGOS QUE CARECEM DE CURA


 INTRODUÇÃO: Texto Bíblico principal: Marcos 10:46-52

1. Existem cegos que sabem que são cegos: Bartimeu sabia que era cego e queria ver mais do que queria esmolas.

2. Existem cegos que desconhecem sua cegueira (Apocalipse 3:17). Precisam do diagnóstico de Cristo.

a) “A cegueira física não é obstáculo para a visão espiritual; inversamente, a visão física não é garantia de visão espiritual” (Victor Babajide Cole).

b) Os “discípulos haviam sido muito privilegiados, pois puderam, quase que diariamente, ouvir as palavras de Cristo, testemunhar o que Ele fazia e observar as Suas atitudes... E, estranhamente, como ainda estavam cegos! Mas, após a ressurreição do Mestre, seus olhos se abriram uma vez mais. Ele, que era a Luz do Mundo, podia curar cegueira, tanto espiritual quanto física” (Willian Hendriksen).

c) “É possível que para Marcos a narrativa não seja apenas histórica, mas uma parábola do que Jesus faz por aqueles que acham tão difícil ver (cf. 4:10-12), e, no entanto, colocam a sua fé nEle” (Henry E. Turlington).

I. PRIMEIRO TIPO DE CEGUEIRA: AQUELA QUE OPTA POR NÃO VER – Marcos 10:46

1. Esse tipo de chego tem olhos saudáveis, mas preferem não ver: Muitos não queriam enxergar Jesus como o Messias, o Salvador. Embora tenha ouvido que vinha Jesus de Nazaré, Bartimeu o chamou de Filho de Davi, reconhecendo ser Ele o Messias que viera para ser Rei.

2. Esse tipo de cego é seletivo no que quer ver: Cegueira assim escolhe o que quer enxergar e o que não quer. Nem adiante tentar mostrar o que tais pessoas optam por não ver, jamais admitirão terem visto o que negam enxergar.

3. Esse tipo de cego precisa ser curado de sua seletividade: A fé torna a pessoa humilde e sincera, ela é o remédio para tal tipo de cegueira. Uma coisa é usar os olhos para enxergar, outra bem diferente é usar a fé com base na revelação da Palavra de Deus. Somente pela fé na revelação de Deus é possível entender Quem realmente é Jesus. Mas, para isso, é preciso também querer vê-lO como Ele realmente é.

II. SEGUNDO TIPO DE CEGUEIRA: VÊ UMA COISA, MAS ENXERGA OUTRA – Marcos 10:46-47

1. Tal tipo de cego enxerga tudo, mas tudo passa por seu deturpado crivo interpretativo da realidade: Muitas pessoas viam o Messias e Seus atos miraculosos, mas concluíam que Jesus estava possuído de Belzebu, o maioral dos demônios (Marcos 3:22). Bartimeu sabia que Ele era Filho de Davi, um título messiânico revelado no Antigo Testamento.

2. Tal tipo de cego não se agrada da realidade, por isso tenta manipulá-la: Pessoas assim veem uma coisa e enxergam outra porque não lhes agrada o que estão vendo; muitos que viram os milagres de Jesus não O enxergaram como o divino Filho de Deus, apesar de todas as provas evidentes diante deles (Mateus 28:11-15). Não lhes era conveniente.

3. Tal cego adultera doutrinas claramente reveladas nas Sagradas Escrituras: Os hereges usam a Bíblia para defender ideias absurdas, antibíblicas. Por exemplo, os guardadores do domingo não encontram base bíblica para santificar o primeiro dia da semana, e perseveram nisso mesmo quando Jesus declarou ser Ele o Senhor do sábado (Marcos 2:27-28).

III. TERCEIRO TIPO DE CEGUEIRA: NÃO ENXERGA A PRÓPRIA CEGUEIRA, SOMENTE A DOS OUTROS – Marcos 10:48

1. Tal tipo de cego não reconhece sua cegueira, mas consegue identificar a cegueira dos outros: A multidão enxergou o cego no caminho, mas não percebeu quão cega espiritualmente estava ao não reconhecer Jesus como o Messias. Em sua cegueira, Bartimeu enxergou mais do que os sacerdotes, escribas e fariseus juntos.

2. Tal tipo de cego não possui percepção espiritual: A realidade a nossa frente deve ser analisada com base na Palavra de Deus. Nossa visão é limitada demais para interpretar a realidade que transcende nossos olhos. Ter olhos sem ter discernimento espiritual é um perigoso tipo de cegueira que precisa ser divinamente tratada (1 Coríntios 2:12-14).

3. Tal tipo de cego enxerga um cisco no olho dos outros, mas não conseguem notar o tamanho da viga fincada em seus próprios olhos (Mateus 7:3): Cegos assim enxergam os defeitos, falhas e pecados alheios, todavia não conseguem perceber os próprios erros. Por conseguinte, orgulhosamente se acham mais santos e melhores que os demais.

IV. QUARTO TIPO DE CEGUEIRA: NÃO ENXERGA A COMPAIXÃO DE JESUS – Marcos 10:48-49

1. Esse tipo de cego fecha os olhos para a bondade de Jesus: Os acompanhantes de Jesus não acudiram ao cego que gritava desesperadamente por ajuda. Ele clamava por misericórdia, mas só ouviu palavras negativas: Fica quieto, cala a boca, faz silêncio, não grita, fica no teu canto, não importune Jesus, não chegue perto de nós, Jesus não vai te atender, olha quem você é, se enxerga...

2. Esse tipo de cego aplica à Jesus a própria crueldade: Os acompanhantes de Jesus não queriam que o cego à beira do caminho tivesse privilégios, não queriam o bem do cego. Muitos o repreendiam pelos seus gritos, mas ninguém o acudia ao clamar por misericórdia (Marcos 10:48). Além de não ter misericórdia, esses cegos não conseguem ver que Jesus oferece compaixão, graça e bondade também para mendigos e cegos carentes – pessoas marginalizadas pela sociedade.

3. Esse tipo de cego, juntamente com todos os cegos espirituais, precisa da cura sobrenatural tanto quanto o cego Bartimeu precisava da cura física: Discípulos que atrapalham os cegos de se encontrarem com Jesus burocratizam a misericórdia divina, devido a sua cegueira espiritual. Jesus, porém, é mestre em desburocratizar e cirúrgico ao curar: Ele pediu que os cegos espirituais que repreendiam o cego físico, chamassem Bartimeu (Marcos 10:49). Assim Jesus curaria os cegos espirituais e o cego físico.

V. QUINTO TIPO DE CEGUEIRA: AQUELA QUE ESTÁ DISPOSTA A VER – Marcos 10:49-52

1. Esse tipo de cego quer ver mais: Bartimeu enxergava mais longe com os olhos da fé do que os seguidores de Jesus que tinham olhos sãos; contudo, ele ansiava por enxergar ainda mais. Bartimeu usou o título messiânico Filho de Davi para se referir a Jesus. Tais cegos sabem que Jesus é o único que pode intervir em seus casos que lhes afligem a alma. Sabem que Jesus é o divino Salvador.

2. Esse tipo de cego se submete a Jesus desejando libertação: Cegos assim sabem que Jesus é o Messias que pode libertá-los das coisas que o prendem neste mundo e os impedem de fazer mais por Ele. Bartimeu é o único homem que chamou Jesus de Rabboni, que quer dizer Senhor. Submeter-se ao senhorio de Cristo é a melhor forma de crescer e se desenvolver realmente em nossa sociedade decadente.

3. Esse tipo de cego tem fé e age pela fé: Cegos deste tipo sabem enxergar pela fé, porque aprenderam que a fé “vem de ouvir (v. 47), não retrocede diante de obstáculos (v. 48), segue o chamado deixando tudo para trás (v. 50) e se agarra ao poder de Deus (v. 51)” (Adolf Poul).

CONCLUSÃO E APELO:

1. Qual tipo de cego você é? O que você quer que Jesus te faça?

2. Com qual dos cinco tipos de cegos acima você se identifica?

3. O que fazer para tornar-se mais parecido ao cego Bartimeu a fim de enxergar ainda mais o que Deus quer te mostrar? Observe atentamente:

a) Não se acomode, tenha disposição de arriscar-se pela fé.

b) Não fique satisfeito com o que você já viu, anseie por mais.

c) Esteja disposto a enfrentar os preconceituosos burocratizadores.

d) Tenha fé para orar: Desvenda os meus olhos para que eu contemple as maravilhas de tua Lei, Bíblia, a Palavra de Deus (Salmo 119:18).

e) Clame a Jesus reconhecendo quem Ele é: O Divino Salvador, Seu colírio é restaurador (Apocalipse 3:18).

Pr. Heber Toth Armí


quarta-feira, 17 de agosto de 2022

VITÓRIA NA ADVERSIDADE E FRACASSO NA PROSPERIDADE

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: Juízes 8:22-31

1. Vitórias em dias de adversidades não garantem sucesso em dias de prosperidade: A história de Gideão mostra que as vitórias podem nos tornar mais vulneráveis às tentações do que quando na tensão de um desafio, dependemos mais de Deus. A grande realidade a considerar é que a maior batalha que devemos travar é contra o nosso ego, e não contra o inimigo.

2. Vitórias em dias de dificuldades podem tornar-se armadilhas nos dias de prosperidade: A experiência de Gideão revela que os dias mais desafiadores para os seguidores de Deus podem vir após atravessarem vitoriosamente com Deus grandes adversidades da vida. A prosperidade pode tornar-se pior que a adversidade para desviar os fiéis do caminho certo.

3. Vitórias em meio às densas lutas contra grandes desafios podem levar ao relaxo que resulta em fracasso em dias de tranquilidade: Gideão mostra que nossos maiores fracassos podem vir no rastro de nossos maiores sucessos; portanto, devemos tomar muito cuidado.

I. CUIDADO PARA NÃO DEIXAR O PODER SUBIR PARA A CABEÇA EM VEZ DE SUBMETER-SE AO PODER DE DEUS – Juízes 8:22-23, 28-31

1. Rejeitar oficialmente o poder, mas na prática exercê-lo para buscar satisfação pessoal não tem a aprovação de Deus: Após a vitória sobre os midianitas, Gideão recusou sabiamente a oferta do povo de Israel de torná-lo rei; contudo, clandestinamente ele agiu como rei, como um rei pagão. “Embora Gideão tenha recusado a posição de rei, fez algumas coisas que um monarca teria propensão de fazer, mas que Dt 17:17 proibia: acumular riquezas e tomar muitas mulheres (ver Jz 8:30)” (Com. Bíblia Andrews). Palavras sábias são ofuscadas frente a atitudes tolas!

2. Absorver na prática os emblemas do poder da cultura pagã conduz os servos de Deus à imoralidade: O harém de Gideão é evidência de seu poder e riqueza material, mas também de fraqueza moral. Pois, “poligamia em larga escala era adotada apenas por governantes ou pessoas extremamente ricas”; e, o fato da concubina “ter permanecido com seus parentes em Siquém em vez de ir para a casa de Gideão, em Ofra, indica que a união deles era no estilo denominado pelos árabes primitivos de casamento sadika (amigável). Nesse tipo de arranjo, a mulher vivia com seu próprio povo e era visitada pelo esposo de tempos em tempos” (Com. Bíb. Adventista do Sétimo Dia).

a) Começar como servo mas terminar como celebridade diante de uma missão dada por Deus, é o caminho para o fracasso, o declínio, a imoralidade e a ruína pessoal, familiar, eclesiástica e até nacional.

b) A vitória não deve fazer o servo de Deus tornar-se vaidoso, materialista, ambicioso e nem imoral, para não terminar mal tudo aquilo que começou bem.

c) Buscar honras e glórias para si em vez de honrar e glorificar a Deus é um desvio do ideal da vida com um preço muito alto que deveria levar-nos a vigilância constante diante desta tentação.

II. CUIDADO PARA NÃO AUTONOMEAR-SE PARA ALGUMA FUNÇÃO SEM A APROVAÇÃO DE DEUS – Juízes 8:24-27

1. Colocar-se onde Deus não chamou porque os responsáveis por aquele cargo se corromperam, não tem a aprovação de Deus: Sabendo que o ofício do sacerdócio estava corrompido, Gideão assumiu a posição de sumo sacerdote, sem a aprovação de Deus. A estola sacerdotal era “uma veste especial, parecida com um avental, reservada apenas para o sumo sacerdote (Êx 28; 39). Como o anjo do Senhor aparecera a Gideão e queimara seu sacrifício em Ofra (Jz 6), Gideão pensou que devera fazer um santuário naquele lugar. No entanto, Deus não havia autorizado um local para competir com o tabernáculo, onde Sua presença habitava (comparar com Êx 25:8; 40:34, 35; Lv 9:23, 24). Sem a presença de Deus, a estola sacerdotal que supostamente seria um instrumento para adorar ao Senhor acabou se tornando um objeto de falsa adoração” (Com. Bíblia Andrews). Todo cuidado é pouco quando nossas ações podem se tornar pedras de tropeço a nós e aos outros.

2. Colocar-se em posição que Deus nunca pediu pode ter boas intenções, mas resultados desastrosos: Assumir o lugar para o qual Deus não chamou, resulta em pecado e apostasia. O pecado de Gideão “consistiu em assumir as prerrogativas do sacerdócio araônico sem sanção divina. Seu desvio do que é correto preparou o caminho para uma apostasia maior, tanto de sua família imediata quanto das tribos. As pessoas foram desviadas pelo mesmo homem que, anteriormente, derrubara a idolatria deles [...]. A história de Gideão é um alerta de que é preciso mais do que boas intenções para agir de modo louvável e correto. Além disso, quanto mais proeminente for uma pessoa, maior alcance terá seu mau exemplo. Portanto, maior será sua necessidade de pautar seus atos pelo padrão divino. A única regra perfeita para a vida é a lei de Deus” (Com. Bíb. Adventista do Sétimo Dia).

a) Avaliações pessoais desprovidas da revelação de Deus resultam em trilhar rumo ao desastre pessoal e coletivo.

b) Pensar que o auge da vitória e do êxito é fundamental para agir como bem entender, significa pegar o desvio para o desfiladeiro do fracasso moral, social e espiritual.

c) Presunção, orgulho, vaidade e exibicionismo jamais deveriam caracterizar àqueles que servem a Deus na liderança de Seu povo, para que não se surpreendam com vitória na adversidade e com fracasso na prosperidade.

CONCLUSÃO: Os alertas das experiências de Gideão devem nos instigar a...

1. Precaver-se para não cair na tentação imposta pelo diabo: Satanás buscou o poder que não lhe pertencia quando esteve no Céu; e intentou levar Adão e Eva a buscar um poder que não lhes pertencia: “Sereis como Deus”. O mesmo ele intentou com Gideão e intenta com toda pessoa, especialmente líderes. “Satanás nunca fica ocioso. Ele está cheio de ódio contra Deus e procura constantemente levar os seres humanos a proceder de maneira errada. Fica especialmente ocupado depois de os exércitos do Senhor terem obtido uma vitória assinalada. Vem disfarçado como anjo de luz e, como tal, se esforça para reverter a obra de Deus. Assim, foram sugeridas à mente de Gideão ideias e planos pelos quais Israel seria desencaminhado” (Ellen White, CBASD, v.2, p. 1109). Existem boas ideias que não vem de Deus e podem resultar em grandes problemas.

2. Precaver-se contra a tentação da busca pelo poder: O cuidado deve ser tomado devido a que “os que são colocados nas mais altas posições podem fazer outros se extraviarem, especialmente se acharem que não há perigo. Os mais sábios erram; os mais fortes se cansam. O excesso de cautela é muitas vezes seguido de um perigo tão grande como o excesso de confiança. Para avançar sem tropeços, precisamos ter a certeza de que uma mão todo-poderosa nos sustentará, e de que, se falharmos, uma infinita misericórdia nos será estendida” (Idem).

a) Não podemos contrastar o que dizemos daquilo que fazemos, não devemos dizer uma coisa e fazer outra, isso caracteriza hipocrisia e induz outros ao erro.

b) Fazer o que Deus pede resulta em sucesso sobre desafios gigantescos; porém após traçar planos baseando-se na própria justiça e ambições, o resultado será o fracasso.

c) O segredo da vida é não se render diante das dificuldades, e não ser autoconfiante diante das vitórias.

3. Precaver-se do perigo da transigência a fim de que perseveremos nos caminhos de Deus: Quando Deus é atendido em Suas orientações não existem dificuldades que não sejam superadas, porém, quando assumimos o controle, até na prosperidade fracassamos. O sucesso na dificuldade pode tornar-se armadilha quando não seguir estritamente as recomendações divinas na prosperidade. “É solene o pensamento de que a remoção de uma única salvaguarda da consciência, o descumprimento de uma única boa resolução e a formação de um único hábito errôneo podem resultar não só em nossa própria ruína, mas na ruína daqueles que depositam sua confiança em nós. Nossa única segurança é seguir aonde as pegadas do Mestre guiarem, é confiar na implícita proteção dAquele que diz: ‘Segue-Me’. Nossa constante oração deve ser: ‘Dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem’ (Sl 17:5, ARC)” (Idem).

APELO:

1. Tome cuidado com os dias de adversidades.

2. Tome cuidado ainda maior com os dias de prosperidade.

3. Tome cuidado para não se afastar dAquele que cuida de você.

Pr. Heber Toth Armí.

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