SAIBA REAGIR AO CUMPRIMENTO PROFÉTICO NEGATIVO

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: Daniel 1:1-9 

1. O livro de Daniel contém aspectos históricos e proféticos, nele temos a história antes dela acontecer e também a interpretação do que aconteceu na história.

2. O livro de Daniel se equipara ao último livro do Novo Testamento, o Apocalipse; assim, ele é o Apocalipse do Antigo Testamento.

3. O livro de Daniel registra um cumprimento da profecia proferida por Jeremias (o exílio de Judá em Babilônia) e um aspecto específico da profecia de Isaías (os filhos da realeza judaica serviriam na corte babilônica). Diante desses fatos, extrairemos três importantes aplicações para quem sofre aspectos negativos da profecia:

I. DESCUBRA AS CAUSAS DAS CONSEQUÊNCIAS DOS GRANDES SOFRIMENTOS – Daniel 1:1-2

  1. Os infortúnios que nos acarretam podem ser resultados de negligência espiritual: O exílio era consequência da irreverência para com Deus e da apostasia da verdadeira religião, constado nas advertências de Deus ao Seu povo através de Moisés (ver Deuteronômio 28, especialmente os versículos 15, 25, 41, 45, 49-50, 62-65).

  2. As desgraças acarretando sofrimento podem resultar da vida pervertida dos outros: O exílio foi uma forma de Deus alertar o povo para as consequências do estilo de vida depravado que permeava todas as classes sociais, até mesmo a realeza.

  3. As consequências dos erros das pessoas são proferidas por Deus em Sua Palavra: O cativeiro era uma profecia geral, contudo, práticas específicas resultariam em detalhes acrescentados, como se vê na negligência missionária do rei Ezequias:

a) Após ser curado de uma doença incurável, Ezequias louvou a Deus (Isaías 38), todavia negligenciou testemunhar dEle quando vieram emissários de Babilônia para visitá-lo, movidos pela curiosidade da cura miraculosa e do retrocesso do sol (Isaías 39).

b) Após os milagres de cura e no espaço sideral os adoradores do sol quiseram saber sobre o Deus dos judeus; porém Ezequias perdeu a oportunidade de testemunhar apresentando sua glória, não a glória do Seu Deus (Isaías 39:2).

c) Após a negligência missionária do rei, o profeta Isaías trouxe esta profecia: “Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o Senhor. De teus próprios filhos, que tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da Babilônia” (Isaías 39:6-7; ver II Reis 20).

d) Após erros cometidos pelas pessoas, as consequências sobrevirão até mesmo aos inocentes: “Disse o rei [Nabucodonosor] a Aspenaz, chefe dos eunucos, que trouxessem alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e língua dos caldeus” (Daniel 1:1-4).

II. PERSEBA DEUS AGINDO NA HISTÓRIA DE SOFRIMENTO ATRAVÉS DE SEUS PROFETAS – Daniel 1:1-4

1. Deus entrega Seu povo ao sofrimento visando discipliná-lo: Deus entregou Judá nas mãos de Nabucodonosor para que o povo aprendesse a se entregar a Ele e não ao pecado. O juízo divino sobre o povo apostatado devia levar o povo a relembrar as advertências sobre o exílio e a base da aliança em Deuteronômio 28. Diante da vergonhosa apostasia do povo de Deus, observe estes detalhes: 

a) Jeremias foi profeta, usado por Deus para alertar das consequências da idolatria descarada e da perversão da religião; porém, a mensagem de alerta foi rasgada e queimada pelo rei do povo de Deus, Jeoaquim (Jeremias 36:20-26).

b) Urias foi profeta, que proferiu mensagens que feriu interesses egoístas e arrogantes do rei de Judá; consequentemente, foi sequestrado e assassinado à espada diante do rei (Jeremias 26:20-23).

c) Jeoaquim foi o décimo-oitavo rei de Judá. “Ele era cruel, egoísta e ímpio. Impôs pesados impostos sobre o povo. Era odiado por seus súditos”, destaca Henry Fayerabend. 

2. Deus entrega Seu povo ao sofrimento visando restauração: Profecias rasgadas deveriam ser valorizadas, o profeta assassinado deveria ser respeitado, a corrupção religiosa deveria ser corrigida, a confiança no templo deveria ser transferida ao Senhor do Templo. Eis a razão do exílio!

3. Deus entrega Seu povo às consequências do pecado a fim de que veja a malignidade no pecar: Visando conscientizar, Deus permite as desgraças oriundas do ato de pecar. Deus almeja que saibamos que se não levarmos a sério Sua Palavra, sofreremos as consequências dessa negligência. Portanto...

a) Ainda que Sua Palavra seja rasgada e queimada, Deus não quer eliminar Seu povo, mas almeja restaurá-lo.

b) Ainda que Seus profetas sejam sequestrados, presos e assassinados, Deus espera que indiferentes e apáticos sejam transformados e salvos.

c) Ainda que Seu povo experimente desgraças da desobediência, Deus age para atraí-lo à obediência, revelando que a religião de fachada não serve para nada diante das adversidades.

III. DECIDA AGIR CORRETAMENTE MESMO QUANDO A APOSTASIA LEVOU DESGRAÇA ATÉ AOS INOCENTES – Daniel 1:5-9

1. Não precisamos lamentar por sofrer consequências dos erros alheios: As consequências do pecado dos judeus resultaram no exílio na terra dos caldeus e, a negligência missionária de Ezequias levou os filhos da realeza judaica a serem eunucos no palácio do rei da Babilônia; porém Daniel, Hananias, Misael e Azarias persistiram no compromisso com os princípios divinos, revelando a nós que Deus abençoa aos inocentes que sofrem por culpa dos outros.

2. Não precisamos ser indiferentes a Deus por causa do sofrimento resultante da negligência dos antepassados: Atingidos pelas consequências da apostasia do próprio povo e sofrendo pela negligência missionária do rei Ezequias, ainda assim Daniel e seus amigos se dispuseram a testemunhar através de atitudes corretas. Uma tremenda motivação para nós!

3. Não precisamos afrouxar princípios e fidelidade a Deus mesmo sofrendo consequências dos erros que não cometemos: Daniel foi fiel apesar de estar entre infiéis; foi perseverante no que é certo estando numa sociedade em declínio espiritual e na corte babilônica que desafiou sua perseverança. Que precioso legado deixado a nós!

CONCLUSÃO:

1. Ainda que pessoas influentes não testemunhem de Deus diante de oportunidades ímpares, não precisamos ser negligentes; Daniel mostra que podemos testemunhar mesmo em meio às consequências da indiferença de nossos conterrâneos.

2. Ainda que soframos as consequências das negligências missionárias de pessoas de fé, podemos erguer bem alto o estilo de vida indicado por Deus, como fez Daniel; assim vamos impactar os cristãos negligentes e os pagãos descrentes.

3. Ainda que aspectos negativos da profecia nos atinjam, devemos honrar ao Deus que misericordiosamente age em prol de Seu reino, e faz o que sabe ser melhor como fez a Daniel e a seus amigos.

APELO:

1.   Sê fiel, a despeito dos infiéis.

2.  Sê perseverante, embora sofras as consequências dos negligentes.

3.  Sê testemunha de Deus, apesar da falta de bons testemunhos de pessoas influentes.

Pr. Heber Toth Armí

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