O CUIDADO DE DEUS COM SUA IGREJA

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: Apocalipse 12:5-6

1. O texto contém elementos proféticos sobre eventos futuros a João, que estava na Ilha de Patmos, durante o primeiro século da era cristã.

2. O texto específico descreve um episódio da narrativa apocalíptica, que requer nossa atenção a fim de obtermos a compreensão que Deus espera que alcancemos.

3. O texto apresenta um episódio de um contexto mais amplo:

a) A visão inicia com uma mulher vestida de sol e um grande dragão vermelho, representando a tensão entre a Igreja e Satanás.

b) Na visão, a mulher está grávida e enfrenta a ameaça do dragão, que deseja devorar seu filho quando nascesse; isso se refere à igreja da qual nasceria o Messias, e Satanás queria sua destruição a fim de impedir os propósitos divinos.

c) O Filho é Jesus, e com Ele nascia a esperança de salvação para toda a humanidade em condenação devido à transgressão da Lei de Deus.

1) Satanás queria interceptar o desenvolvimento do plano da salvação da humanidade; porém, não conseguiu.

2) Satanás estava obcecado em seu objetivo de acabar com Cristo, o Filho de Deus, alvo de sua inveja desde antes de sua queda no Céu.

3) Satanás orquestrou um plano com seu exército de demônios, mas deu tudo errado graças ao poder estratégico de amor sacrifical de Deus.

I. O FILHO NASCERIA COM PROPÓSITO DE GOVERNAR O MUNDO – Apocalipse 12:5

1. Jesus nasceria para adquirir o direito de reinar sobre o mundo: Jesus é o divino Filho de Deus que nasceu neste mundo como homem, o Deus que Se fez humano. “João não deixa dúvida para seus leitores de que essa criança não se trata de ninguém menos que o Messias prometido, Jesus Cristo. É Ele quem há de reger todas as nações com cetro de ferro. O profeta alude ao Salmo 2:7 a 9, um Salmo real, no qual o monarca davídico é o único a quem Deus fala: ‘Tu és Meu filho, Eu, hoje, te gerei. Pede-Me, e Eu te darei as nações por herança e as extremidades da Terra por tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro’”.

Além disso, “Apocalipse 12:5 ecoa também a profecia de Miquéias sobre Aquele ‘que há de reinar em Israel’, que nasceria em Belém ‘cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade’. ‘Portanto’, prossegue o texto, ‘o Senhor os entregará até ao tempo em que a que está em dores tiver dado à luz [...]. Ele Se manterá firme e apascentará o povo na força do Senhor, na majestade do nome do Senhor, Seu Deus’ (Mq 5:2-4)” (Ranko Stefanovic).

O dar à luz refere-se ao nascimento histórico do bebê Jesus em Belém, e o arrebatamento para Deus é interpretado como a ascensão de Cristo aos Céus após Sua morte e ressurreição.

“Agora, o verdadeiro Rei nasceu e Nele todas as promessas referentes ao rei davídico encontram seu cumprimento definitivo (cf. Ap 5:5). Apocalipse 19:15 e 16 O retrata no papel de ‘REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES’, a fim de reger as nações com cetro de ferro” (Ranko Stefanovic).

2. Jesus cumpriria os requisitos que Lhe daria garantia de poder e autoridade: Assim que Jesus ressuscitou, recebeu toda autoridade no Céu e na Terra (Mateus 28:18). Ele tem a chave da morte e do Inferno (Apocalipse 1:18). Ele invadiu o Império da morte e derrotou ao seu Imperador, o dragão, o diabo (Hebreus 2:14). Reger com vara de ferro não significa dureza e crueldade, mas firmeza, supremacia e poder absoluto; Sua autoridade é incontestável.

a) A humilhação de Jesus O levou à exaltação (Filipenses 2:8-11).

b) O sacrifício de Cristo O levou à vitória: O caminho trilhado por Jesus alcançou Seu alvo, tornar-Se o representante do mundo, o Sumo Sacerdote da humanidade.

c) A vitória de Cristo O levou ao trono do Universo: “A vitória do Messias e Sua entronização sucedem à Sua morte. O sacrifício de Sua vida anula as acusações do sedutor. Deus é capaz de perdoar e o Reino é preservado, mesmo que seja um reino que ainda não pertence a este mundo. A Alegria plena ainda é um privilégio celestial (Apocalipse 12:12). Na Terra ainda governa o mal” (Jaques Doukhan).

II. O FILHO FOI ARREBATADO PARA O CÉU JUNTO AO TRONO DO PAI – Apocalipse 12:5

1. Jesus ascendeu ao Céu para ser entronizado: Após Sua morte e ressurreição, Jesus foi para o Céu para assentar-se com Seu Pai no trono. Esse é o trono da graça, o qual oferece condições de salvar ao pecador e oportunidade de salvação (Hebreus 2:17-18). Apocalipse 12:5 não menciona a obra expiatória de Cristo, “porém, sabemos à luz das Escrituras que a exaltação é um resultado de Sua humilhação até a morte e morte de cruz (Fp 2:5-11). Jesus, na cruz, triunfou sobre os principados e potestades (Cl 2:15)” (Hernandes Dias Lopes).

2. Jesus tirou o mundo das mãos de Satanás: Em uma de suas tentações, Satanás disse a Jesus: “Tudo isso te darei, se prostrado me adorares”. Jesus não Se prostrou nem adorou, mas tirou das mãos do usurpador o que era Seu. Jesus Se feriu, conforme indicava a profecia de Gênesis 3:15 com a ferida no calcanhar, mas Sua ressurreição provou que a ferida não O derrotou.

Jesus “vai reinar até colocar Seus inimigos debaixo de Seus pés (1 Co 15:25). A ascensão de Cristo é a vitória judicial sobre Satanás, o pecado e a morte” (Hernandes Dias Lopes).

“Sem fazer qualquer referência à vida e morte de Cristo, João O descreve sendo arrebatado para Deus até ao Seu trono, onde Ele começa a exercer Seu domínio nos lugares celestiais” (Ranko Stefanovic).

Em Apocalipse 12, “a descrição do Filho não é de Sua humilhação, mas de Sua exaltação” (Hernandes Dias Lopes).

III. O FILHO TORNANDO-SE INASCESSÍVEL AO DRAGÃO, A PERSEGUIÇÃO TEM COMO ALVO A MULHER – Apocalipse 12:6

1. A mulher só se tornou alvo de perseguição após a frustração de devorar ao Filho: A mulher, que representa a Igreja, precisou fugir para o deserto, ao lugar que lhe havia sido preparado por Deus. “É após a ascensão de Jesus que a igreja enfrenta a explosão da ira de Satanás” (Ranko Stefanovic).

Deus não enviou Sua igreja para um jardim, ou para um parque especial com verdes e lindas cachoeiras com águas cristalinas para descansar e refrescar. “O deserto é o lugar que Deus havia preparado para a mulher” (Ranko Stefanovic).

2. A mulher sofre porque o mundo ainda jaz no maligno: “A encarnação de Cristo, Sua morte e ressurreição, e Seu triunfo sobre o mal, na realidade, não alterou a face da Terra. A serpente ainda anda por aí. A morte, o sofrimento e o mal ainda assolam aos seres humanos. O povo de Deus segue esperando que Ele estabeleça Seu Reino na Terra”.

“De fato, o Apocalipse os compara com o Israel do Êxodo. Assim como os antigos israelitas, a igreja está exilada no deserto e é alimentada pela mão de Deus (12:6, 14). As asas da águia (Apoc. 12:14; comparar com Êxo. 19:4) e a terra que devora ao inimigo (Apoc. 12:16; comparar com Êxo. 15:12) referem ao evento do Êxodo, quando os israelitas ainda fugiam do Egito e eram rastreados pelo exército egípcio”.

“Assim como Deus libertou ao povo de Israel do jugo egípcio e eles abriram passo para a Terra Prometida, Ele salva a Seu povo da escravidão do pecado e eles viajam para a Nova Jerusalém. O exílio é difícil. O povo de Deus terá que suportar por 1260 dias (Apoc. 12:6)” (Jaques Douckan).

3. A mulher foi duramente perseguida, porém, desfrutou da intervenção divina: Além de ter um lugar para refugiar-se, a mulher foi sustentada durante o período de grande perseguição.

Parece que não há intenção de que esse período de 1260 dias “representem um período literal. Em vez disso, eles se referem a um período específico de quase 13 séculos de domínio opressor por parte da igreja medieval... Durante esse tempo o fiel povo de Deus, que era pequeno em número sofreu dificuldades e sofrimentos intensos por causa de sua fidelidade a Cristo”

“Os adventistas do sétimo dia consideram que 538 d.C. foi o ano em que a igreja se estabeleceu como um poder eclesiástico dominante, marcando o início desse período profético, e que 1798 d.C. assinala o fim do referido período” (Ranko Stefanovic).

“De fato, entre 538 d.C., a data oficial da liberação da igreja por parte do governo ariano, até 1798, quando a Revolução Francesa e seus filósofos fizeram ruir a soberania da igreja, encontramos um período de 1260 anos. A profecia não poderia ter sido mais exata” (Jacques Duckan).

É importante determinar o tempo da profecia, contudo, mais importante ainda é entender do que se trata esse período teologicamente. “Os adventistas do sétimo dia datam a época de 538 a 1798 d.C. Durante esses anos, a mão de Deus esteve sobre a igreja, preservando-a da extinção” (CBASD). É exatamente por isso que ela sobrevive até hoje!

a) Deus vê cada situação que Sua Igreja enfrenta neste mundo de tantos perigos e ameaças.

b) Deus está atento a tudo o que Sua Igreja sofre por estar em uma sociedade tomada pelas influências do dragão, Satanás.

c) Deus cuida, guia e sustenta a Sua igreja em meio aos momentos críticos e sombrios que ela atravessa em sua trajetória rumo à glória. Deus providencia lugar de refúgio e proteção para Seu amado povo durante os tempos difíceis.

CONCLUSÃO:

1. Em um mundo cheio de incertezas, a Igreja de Cristo pode encontrar conforto e esperança na certeza de que Seu cabeça é o Rei Supremo.

2. Em um mundo impregnado de desafio, à medida que as adversidades e perseguições surgem, a igreja é lembrada de que Deus sempre prepara refúgio e sustento para preservá-la. Enquanto os cristãos enfrentam desafios em um mundo em constantes mudanças, Apocalipse 12:5-6 serve como lembrete poderoso da fidelidade de Deus e da esperança que temos em Cristo.

3. Em um mundo complexo, cruel e intolerante, somos chamados a confiar na providência divina, mesmo em meio às dificuldades. A igreja atual pode encontrar inspiração e instrução nessas palavras antigas para enfrentar os desafios contemporâneos com fé e esperança.

APELO:

A igreja no deserto foi preservada para que a mensagem do evangelho chegasse até nós hoje. Portanto,

1. Valorize a igreja que foi preservada para te dar a oportunidade de conhecer a verdade.

2. Reconheça o cuidado de Deus na história, agradeça-O pelo cuidado de Sua igreja.

3. Em tempos turbulentos, encontre refúgio em Deus; Sua providência é nossa segurança. Ele proveu nossa salvação, nEle reside nossa única esperança real!

Pr. Heber Toth Armí.

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