O LADO PRÁTICO DO EVANGELHO BÍBLICO

INTRODUÇÃO: Texto Bíblico Principal: Provérbios 24:10-12 

1. Deus quer abençoar-nos para abençoar outras pessoas carentes de Suas bênçãos: “Como é feliz aquele que se interessa pelo pobre! O Senhor o livra em tempos de adversidade. O Senhor o protegerá e preservará a sua vida; ele o fará feliz na terra e não os entregará ao desejo dos seus inimigos. O Senhor o susterá em seu leito de enfermidade, e da doença o restaurará” (Salmo 41:1-3).

2. Deus nos mostra na vida de Jó a mensagem do evangelho prático: Seu exemplo é um testemunho vivo em palavras e ações da atuação de Deus em Seus servos. “Todos os que me ouviam falavam bem de mim, e quem me via me elogiava, pois eu socorria o pobre que clamava por ajuda e o órfão que não tinha quem o ajudasse. O que estava à beira da morte me abençoava, e eu fazia regozijar-se o coração da viúva. A retidão era minha roupa; a justiça era meu manto e meu turbante. Eu era os olhos do cego e os pés do aleijado. Eu era o pai dos necessitados e me interessava pela defesa dos desconhecidos. Eu quebrava as presas dos ímpios e dos seus dentes arrancava as suas vítimas” (Jó 29:11-17).

3. Deus nos concede o poder do evangelho para enfrentarmos este mundo decadente: O evangelho é denominado “poder de Deus” (Romanos 1:16). E, Tiago fala da religião pura e perfeita em Tiago 1:27 que diz: “A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: Cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo”. Em nosso contexto, o princípio ainda vale. David Platt argumenta:

“Em um mundo marcado por escravidão e imoralidade sexuais, por abandono e assassinato de crianças, por racismo e perseguição, pelas necessidades dos pobres e por descaso com as viúvas, como devemos agir se fixarmos o olhar na santidade, no amor, na bondade, na verdade, na justiça, na autoridade e na misericórdia de Deus revelados no evangelho?”

I. O EVANGELHO CONCEDE FORÇA AO CRISTÃO DIANTE DAS ADVERSIDADES – Provérbios 24:10

1. Dificuldades não limitam as forças do cristão, pelo contrário, os fortalecem: Para estarem preparados e fortes, os saldados precisam treinar. Assim, provas da vida fortalecem aos cristãos para enfrentar dificuldades maiores. Confiando no poder de Deus, pode-se crescer em força para abençoar quem precisa de apoio e auxílio.

2. Dificuldades são vistas pelos cristãos como oportunidades de ajudar, não de vacilar: A parábola do Bom Samaritano deixa isso claro. O samaritano tomou atitude, correu riscos, desprendeu recursos, agiu em prol do moribundo assaltado e foi a base do evangelho de Cristo frente aos líderes religiosos que vacilaram.

3. Dificuldades revelam força do cristão, não visam revelar nossa fraqueza: O dia da dificuldade em vez de revelar e desculpar a fraqueza servirá como prova para avaliar o caráter das pessoas.

II. O EVANGELHO CAPACITA O CRISTÃO A ATENDER AS NECESSIDADES ALHEIAS – Provérbios 24:11

1. O cristão deve intervir para libertar quem está na pior: O pecado tem arruinado a humanidade no mundo. Por isso, muitos caminham rumo à destruição por situações adversas. Consequentemente, os cristãos se levantam para protestar contra a escravidão, contra o aborto, contra a exploração sexual, contra o abandono dos órfãos, contra as injustiças, contra as drogas, etc. Mas também entram em ação para auxiliar tais pessoais com alto grau de vulnerabilidade.

2. O cristão deve socorrer quem está ameaçado de morte: Seja culpado ou inocente, é preciso restaurar os condenados. Mais que isso, é preciso oferecer o evangelho que traz o plano divino de salvação a todo tipo de pecador. Ainda que o salario do pecado seja a morte, é preciso proclamar o dom gratuito de Deus (Romanos 6:23).

3. O cristão se importa com sofredores, oprimidos e indefesos: Essa foi a missão de Jesus e também é a missão de quem O segue de verdade (Lucas 4:16-20).

III. O EVANGELHO NÃO SE ESCONDE ATRÁS DE JUSTIFICATIVAS E DESCULPAS ESFARRAPADAS – Provérbios 24:12

1. Ignorar o que é perceptível é pecado e nada pode justificá-lo: Jó sabia muito bem disso. Sendo assim, ele declara:

“Se neguei justiça aos meus servos e servas, quando clamaram contra mim, que farei quando Deus me confrontar? Que responderei quando chamado a prestar contas? Aquele que me fez no ventre materno não os fez também? Não foi ele que nos formou, a mim e a eles, no interior de nossas mães?

“Se não atendi os desejos do pobre, ou se fatiguei os olhos da viúva, se comi meu pão sozinho, sem compartilhá-lo com o órfão, sendo que desde a minha juventude o criei como se fosse seu pai, e desde o nascimento guiei a viúva; se vi alguém morrendo por falta de roupa, ou um necessitado sem cobertor, e o seu coração não me abençoou porque o aqueci com a lã de minhas ovelhas, se levantei a mão contra o órfão, ciente da minha influência no tribunal, que o meu braço descaia do ombro e se quebre nas juntas. Pois eu tinha medo que Deus me destruísse, e, temendo o seu esplendor, não podia fazer tais coisas” (Jó 31:13-23).

4. Ignorar os sofredores implica ignorar o próprio Cristo: Tanto em Provérbios 24:10-12 como em Mateus 25:44-46, o juízo divino não aceitará desculpas indesculpáveis. O “não sabia” não resolverá o problema da indiferença. A indagação “Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não Te ajudamos?” não trará absolvição diante da sentença de Cristo: “Digo a verdade: O que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a Mim deixaram de fazê-lo. E estes irão para o fogo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25:44-46). Praticar o bem pode ter um custo alto, mas a covardia cobrará um preço ainda maior diante do tribunal de Deus.

2. Ignorar os pecadores é o maior descaso, permitindo que morram sem salvação: A maior negligência de nossa parte é não apresentar o evangelho aos que caminham para a sepultura sem esperança. Nossa pior atitude é preservar tão bem o evangelho a ponto de deixar multidões morrerem sem ele. Esse é o maior descaso social que o cristão pode cometer (Ezequiel 3:18-21; João 8:24; I Timóteo 4:14-16).

CONCLUSÃO:

1. Os evangélicos devem ser bênçãos num mundo que sofre a maldição acarretada pelo pecado: Se nós cristãos cruzarmos os braços frente ao sofrimento alheio, certamente “sofreremos condenação pelos pecados dos outros que poderíamos ter evitado ao mostrar o Salvador aos transgressores” (CBASD, v. 3, p. 1161).

2. Os evangélicos precisam interferir na legislação nacional visando o bem da população: “Quem exercerá decidido esforço para deter a obra de destruição?”, indaga Ellen White. E então responde tendo em mente a bebida alcoólica: “Que se forme um exército para fazer cessar a venda das bebidas que encerram drogas capazes de enlouquecer os homens. Torne-se patente o perigo do comércio de bebidas, e crie-se um sentimento público de molde a exigir sua proibição. Dê aos homens enlouquecidos pelo álcool oportunidades de escaparem a seu cativeiro. Exija a voz da nação de seus legisladores que se ponha um termo a esse tráfico infame” (CBV, p. 346).

3. Os evangélicos que reconhecem sua função não são indiferentes a seus irmãos: A seguinte citação de Ellen White lança luz à mensagem de Provérbios 24:10-12.“Muitos estão prontamente satisfeitos em oferecer a Deus atos insignificantes de serviço. O cristianismo deles é frágil. Cristo deu-Se aos pecadores. Quanta ansiedade pela salvação de almas deveríamos nós demonstrar quando vemos seres humanos que perecem em pecado! Essas pessoas foram compradas a um preço infinito. A morte do Filho de Deus na cruz do Calvário é a medida do valor dessas pessoas” (T8, p. 28).

APELO:

1. Apegue-se ao poder divino para ter força para enfrentar adversidades e ainda ajudar aos necessitados.

2. Internalize o verdadeiro evangelho que faz o cristão ser uma maravilhosa bênção a aos que carecem de atenção e auxílio.

3. Liberte-se das desculpas fazendo o que precisa ser feito para não precisar se desculpar no dia do juízo.

Pr. Heber Toth Armí

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