sexta-feira, 24 de junho de 2022

ADORAÇÃO NUM CONTEXTO PLURALISTA

INTRODUÇÃO: Texto Bíblico principal: Deuteronômio 12:1-31

1. A adoração é natural ao ser humano, mas sem orientação sobrenatural da revelação de Deus, ela não passará de uma aberração teológica.

2. A adoração é essencial à religião bíblica, mas se não for orientada pela Bíblia jamais alcançará o real objetivo proposto por Seu idealizador.

3. A adoração para ser aceitável a Deus precisa ser orientada por Ele; do contrário, toda tentativa será de total frustração devido à rejeição pelo Ser que deve ser o alvo da adoração.

I. A VERDADEIRA ADORAÇÃO REQUER EXCLUSIVIDADE AO ÚNICO DEUS VERDADEIRO – Deuteronômio 12:1-5, 8-10, 29-32

Deus não aceita concorrência. Ele não quer nenhum outro Deus competindo com a atenção do adorador. Ele quer exclusividade. Exige fidelidade. Deuses e influências contrárias à revelação deveriam ser radicalmente exterminados; e hoje, não deve ser diferente:

1. O culto aceitável não pode ter distrações, nada deve competir com Deus no horário da adoração: Conversas, celulares, pensamentos paralelos, indiferença, preocupação com outras coisas, tudo o que distrai deve ser deixado de lado na adoração genuína.

2. O culto deve ter Deus como personagem central a receber a adoração: Não é o cantor, o dueto, o trio, o quarteto, o quinteto, o sexteto, o conjunto, o coral nem o pregador ou o ministro de louvor que deve ser o alvo da adoração; tudo deve executar-se tendo a Deus como alvo, para que a adoração seja aprovada. Não é o gosto do adorador que conta na adoração, é a vontade do Ser adorado: Deus!

3. O culto deve ser regido por Deus, não pela vontade do adorador: Sinceridade, neste caso, não significa fazer o que der vontade. Significa renunciar à própria vontade. Sem submissão a Deus, a adoração não passará de mera hipocrisia. Culto não é palhaçada, não visa agradar os adoradores. Lugar de adoração não é circo; pois, adoração não é diversão. Adorar é algo sério, radical – um ato exclusivo, requerido pelo único Deus verdadeiro.

II. A ADORAÇÃO ACEITÁVEL DEVE PASSAR PELA GENEROSIDADE DO ADORADOR – Deuteronômio 12:6, 11, 13-14, 26-28

Ser adorador não é suficiente para o Senhor. Ele quer adoradores íntegros, sinceros e generosos. Egoístas, interesseiros, gananciosos e mesquinhos diante da obra de Deus não são dignos de serem aceitos pelo Deus que age generosamente em prol de Seus filhos.

1. A adoração genuína resulta da conversão integral: Quem adorar sem se render plenamente a Deus fará a coisa certa do jeito errado. A adoração só será correta se houver obediência e entrega por inteiro a Deus, inclusive do bolso, da bolsa, da carteira, do cartão de crédito e da conta bancária. Tudo! Adorar e confiar mais no dinheiro do que em Deus significa não ser um adorador verdadeiro.

2. A adoração genuína passa pela generosidade ao ter a Deus como prioridade: O serviço de culto, a orientação espiritual, o preparo para receber os adoradores, e o ambiente de adoração, precisam existir. No passado, Deus tinha os levitas e o Santuário; hoje há o templo, e os pastores são responsáveis pela obra de Deus: Ambos devem ser mantidos com dízimos (os líderes espirituais) e ofertas (as casa de culto). Nossa participação financeira revela o quanto Deus e Sua obra nos são prioridades.

3. A adoração pura e verdadeira valoriza a Deus ofertando-Lhe o melhor: O melhor não é o que eu acho que é bom, mas o que Deus pede. Qualquer coisa fora disso compromete a adoração. Seguir a própria opinião na adoração implica rejeitar a revelação de Deus, O qual consequentemente rejeitará a falsa adoração.

III. A ADORAÇÃO AO DEUS VERDADEIRO ENVOLVE RELACIONAMENTOS FELIZES – Deuteronômio 12:7, 12, 15-25

Há tantas coisas e tantos deuses exigindo atenção que deveria ser unicamente concedida a Deus, por isso o povo vive tão aflito, angustiado e estressado. Porém, Deus não quer Seu povo triste, mal humorado e tenso, mas alegre, feliz, contente e realizado. Ele trabalha para que a adoração seja um momento de celebração congregacional.

1. A adoração primeiramente deve acontecer na família, no lar: Deus é o Criador dos relacionamentos; Ele deseja que os membros da família se reúnam para estarem em Sua presença e desfrutarem de alegria pura.

2. A adoração coletiva é a reunião de várias famílias do povo de Deus: Deus preza por reuniões alegres em que adoradores se ajuntam para fortalecerem a adoração ao Deus que servem diariamente. Tais reuniões não devem ter notas fúnebres, pois são festivas. Os encontros dos adoradores devem ser diferentes dos funerais, pois são celebrações reconhecendo as maravilhosas obras de Deus por Seu povo.

3. A adoração real e verdadeira é aquela que ganha vida na comunidade: Em João 17 Jesus ora pela unidade de Sua igreja. Tal unidade é importante. Para isso, não deve haver status, classe social, raça ou nacionalidade superiores, todos igualmente devem alegrar-se juntos pelos mesmos motivos: a própria presença de Deus em meio aos indignos pecadores.

CONCLUSÃO:

1. Se na eternidade adoraremos a Deus em Sua presença literal, devemos aprender a adorá-Lo em Sua presença espiritual. Israel recebeu orientações antes de entrar na Terra Prometida para fazer a coisa certa quando estivesse desfrutando das bênçãos de Deus; nós que aguardamos a Pátria Prometida no ambiente celestial, devemos desfrutar da adoração aqui na Terra para continuá-la com os santos anjos no Céu.

2. Se na eternidade uma das atividades será adorar a Deus com intensidade, precisamos nos acostumar a adorá-L neste mundo. Como passar a eternidade adorando sem nos preparar para isso? As orientações bíblicas providas por inspiração divina devem ser aplicadas para aprendermos sobre o Deus que receberá nossa adoração por toda eternidade. Israel precisava de orientações, nós também.

3. Se na eternidade os salvos se deleitarão na adoração empolgante, então é preciso aprender a adorar corretamente aqui seguindo as orientações do Deus a Ser adorado. Adoração pautada na opinião do adorador será rejeitada pelo Deus que é alvo da adoração. Desprezar Seus requisitos implica adorar de qualquer jeito; porém, Deus não é qualquer Ser, nem aceita qualquer coisa oferecida sem consideração para com Suas orientações. Moisés prezava pelo cuidado na adoração, nós também precisamos prezar.

APELO:

1. Adore corretamente ao único Deus verdadeiro que expõe os princípios da verdadeira adoração.

2. Adore sinceramente com generosidade diante do Deus verdadeiro mesmo estando em uma sociedade pluralista que exige a atenção que Deus requer para Si.

3. Adore alegremente almejando adorar por toda eternidade, promovendo a unidade na comunidade.

Pr. Heber Toth Armí.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

LIÇÕES ESPIRITUAIS EXTRAÍDAS DO URIM E TUMIM


 INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: Êxodo 28:29-30

1. As encruzilhadas da vida exigem que saibamos tomar as decisões certas para não errar no destino almejado: Infelizmente, muitos tomam certos atalhos ilusórios que de certa forma os satisfazem, como o horóscopo, quiromancia, tarôs, búzios, numerologia, cartomancia, bolas de cristal, etc.

2. Os desafios da existência nos chamam à responsabilidade ao fazer escolhas para evitar sofrimentos intensos no futuro: Os emaranhados de problemas da vida nos levam à entender a grande necessidade de saber escolher para não se enredar numa complexidade tal que tira o prazer de viver, a paz do coração e deixa o indivíduo no fundo de uma cama mergulhado nas profundezas da depressão.

3. Os dilemas deste mundo nos mostram nossa carência por algo que ultrapassa a visão, a inteligência e a sabedoria humanas: A complexidade da existência nos leva a entender nossa gritante necessidade de ajuda externa para decidir e agir acertadamente.

I. PRIMEIRA LIÇÃO: SEM REVELAÇÃO SOBRENATURAL, NÃO DÁ PARA TOMAR DECISÕES CERTAS – Êxodo 28:29-30

1. Antes do pecado era fundamental a revelação divina: Mesmo Adão e Eva, criados perfeitos, vivendo o matrimônio perfeito, com cérebro e intelectos perfeitos, possuindo discernimento e percepção perfeitos, sem natureza pecaminosa, tendência e inclinação para o mal, ainda assim precisavam da revelação e orientação de Deus para não tomar decisões erradas.

2. Depois do pecado tornou ainda mais necessária a revelação divina: Com a entrada do pecado, nossa percepção embotou, nossa capacidade mental arruinou, nossa sabedoria diminuiu radicalmente, nossos desejos se deturparam, tornando assim ainda mais difícil acertar em nossas escolhas e decisões sem a revelação de Deus.

3. No início da revelação de Deus foram necessárias várias estratégias para comunicar orientações aos pecadores: Deus foi revelando Sua vontade gradativamente. Vários meios foram por Ele utilizados, da comunicação oral e escrita ao Urim e Tumim. Estas duas pedras engastadas no peitoral do sumo sacerdote foram necessárias quando começava a revelação de Deus para os pecadores.

a) A Bíblia informa: “Toda vez que Arão entrar no Lugar Santo, levará os nomes dos filhos de Israel sobre o seu coração no peitoral de decisões, como memorial permanente perante o Senhor. Ponha também o Urim e o Tumim no peitoral das decisões, para que estejam sobre o coração de Arão sempre que ele entrar na presença do Senhor. Assim, Arão levará sempre sobre o coração, na presença do Senhor, os meios para tomar decisões em Israel” (Êxodo 28:29-30).

b) O Dicionário Bíblico Adventista explica: “O Sumo sacerdote usava esses dois objetos [Urim e Tumim] para certificar-se da vontade de Deus em questões duvidosas que envolvessem o bem estar da nação, geralmente quando requisitados por seus líderes (cf. Nm 27:21; 1Sm 22:10). A Bíblia não deixa claro o meio pelo qual esses objetos certificavam a vontade divina. Depois de Deus ter rejeitado a Saul como rei, Ele Se recusou a responder-lhe por meio desse método (1Sm 28:6)”.

c) Ellen G. White esclarece: “À direita e à esquerda do peitoral havia duas grandes pedras de grande brilho. Estas eram conhecidas por Urim e Tumim. Por meio delas fazia-se saber a vontade de Deus pelo sumo sacerdote. Quando se traziam perante o Senhor questões para serem decididas, uma auréola de luz que rodeava a pedra preciosa à direita, era sinal do consentimento ou aprovação divina, ao passo que uma nuvem que ensombrava a pedra à esquerda, era prova de negação ou reprovação” (Patriarcas e Profetas, p. 351).

II. SEGUNDA LIÇÃO: A REVELAÇÃO SOBRENATURAL PARA NOSSO BEM VEM DO CORAÇÃO DE DEUS – Êxodo 28:29-30

1. As pedras de Urim e Tumim no coração do Sumo Sacerdote revelam que as respostas de Deus surgem de Seu coração: Deus ama revelar Sua perfeita vontade aos imperfeitos pecadores. Deus preza pelo bem de Seus amados que O consultam para conhecer a melhor decisão a ser tomada. Deus anseia ver Seus filhos desfrutando de felicidade e paz neste mundo complicado.

2. As pedras de Urim e Tumim no coração indicam que as respostas de Deus são pautadas pelo amor: Deus é amor (1 João 4:8); Ele amou ao mundo de tal maneira que deu Seu filho para morrer por nós a fim de dar-nos a vida eterna (João 3:16); Ele, que não poupou Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós (Romanos 8:32) oferece respostas baseadas no amor desejando o melhor para nós.

3. As pedras de Urim e Tumim no coração revelam que as orientações de Deus são confiáveis: Deus não quer o mal para ninguém; Ele sempre almeja o bem. Sendo assim, quando Lhe consultamos, certamente nos dará instruções que valem a pena seguir ainda que possam parecer sem lógica humana.

III. TERCEIRA LIÇÃO: A REVELAÇÃO DE DEUS COMPLEMENTA O DISCERNIMENTO HUMANO – Êxodo 28:29-30

1. Deus é o Legislador Soberano do Universo que deseja reger a vida de todo pecador: Em Números 27:21 claramente notamos que o Sumo Sacerdote usava o Urim e Tumim para consultar o Legislador, para obter conhecimento da vontade de Deus, para saber qual direção tomar, para buscar orientação divina para certas questões que envolvia a nação de Israel.

2. Deus como Legislador responde sobre o procedimento correto a seguir sobre qualquer questão: Em 1 Samuel 14:41-42 notamos que Deus aponta para a revelação de algo desconhecido, que precisa ser esclarecido a fim de que se pratique a justiça. Das coisas simples às mais complexas, Deus entende nossa necessidade por conhecer a orientação correta.

3. Deus, sendo o Legislador, orienta ao pecador sobre o viver santo: Embora fomos criados com capacidade moral, sem a busca e compreensão pela vontade de Deus viveremos na imoralidade. O termo “peitoral do juízo” deixa isso bem claro. O Urim e Tumim ficavam nesse peitoral também chamado de peitoral do julgamento ou das decisões; pois, era por meio do Urim e Tumim que Deus dava os vereditos. “O sumo sacerdote era o juiz do povo e fazia suas resoluções servindo-se destas pedras. Simbolizavam poder e sabedoria na tomada de decisões” (Comentário Bíblico Beacon).

CONCLUSÃO:

1. Ciente da necessidade, Deus está sempre disposto a contribuir com informações para o bem de Seu povo: A pré-disposição de Deus em responder perguntas revela Sua intenção de auxiliar aos pecadores em suas decisões. “O peitoral era para as vestes do sumo sacerdote o que o propiciatório era para o santuário. Em ambos, Deus revelava Sua glória e vontade (cf. Êx 25:22; Sl 80:1; Is 37:16)”, declara o Comentário Bíblico Adventista.

2. Ciente de nossa condição, Deus providenciou não apenas comunicação, mas também solução para nós: O Dicionário Bíblico Adventista observa que “os dois termos hebraicos [Urim e Tumim] começam com a primeira e a última letra do alfabeto, respectivamente”. R. Alen Cole sugere que as duas pedras podem “ter sido usadas no sentido de ‘alfa e ômega’, princípio e fim (Ap 1:8) já que os dois nomes começam respectivamente com a primeira e a última letras do alfabeto hebraico” (Série Cultura Bíblica). Jesus é a resposta de Deus para nossos problemas.

3. Ciente de que mesmo com a Bíblia carecemos de instrução e orientação, Jesus age como nosso Sumo Sacerdote junto ao Pai: Em Hebreus, Jesus é reconhecido como Rei e Sumo Sacerdote. Nele, realeza e sacerdócio estão vinculados, como acontecia quando Israel vivia num sistema de Teocracia. Suas funções estavam ilustradas na figura do sumo sacerdote do santuário do Antigo Testamento (Hebreus 8:1-7). O julgamento da humanidade foi entregue em Suas mãos (João 5:22; 8:16). Sua entrega como oferta de sacrifício possibilitou atender a todo aquele que O busca para obter orientação em qualquer situação (Hebreus 7:28; 4:14-16).

APELO:

1. Busque orientações em Jesus: A orientação de Deus está à nossa disposição à distância de uma oração ao Sumo Sacerdote que intercede no Céu por nós.

2. Estude intensamente a Bíblia: A orientação divina para nós hoje está na revelação deixada por Deus nas páginas das Sagradas Escrituras.

3. Dependa constantemente de Deus: Não é nada sábio ignorar a revelação para confiar em nossas ingênuas opiniões; então estudemos as revelações de Deus!

Pr. Heber Toth Armí.


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