segunda-feira, 30 de maio de 2022

A DOR DA SOLIDÃO TEM SOLUÇÃO

INTRODUÇÃO: Texto bíblico: Eclesiastes 4:9-12

1. A amizade verdadeira é uma bênção proporcionada pelo Deus que nos criou para relacionamentos. Contudo, com a entrada do pecado, o egoísmo, o orgulho e a vaidade se tornam empecilhos para desenvolver verdadeiras amizades.

2. A amizade precisa ser cultivada tendo a ciência de que mais importante que desejar ter bons amigos é aspirar por ser um bom amigo para com as pessoas com quem convivemos.

3. A amizade deve ser prezada na comunidade cristã; é na igreja que a comunhão deveria ser mais bem desenvolvida. Jesus mesmo orou pela unidade de Seus seguidores.

I. A SOLIDÃO NÃO ESTAVA NOS PLANO DO CRIADOR – Eclesiastes 4:9

Está escrito: “É melhor ter companhia do que estar sozinho”; esta sentença corrobora com aquilo que foi dito no contexto de perfeição do jardim do Éden: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:18). A solidão nunca foi algo bom, nem mesmo antes do pecado.

1. Dotados de capacidade relacionais, pode-se dizer que Deus nos fez com carência de relacionamentos; eles são essenciais para o bom desenvolvimento de nossa existência.

2. Dotados da capacidade de relacionar-se, precisamos prezar por bons relacionamentos; principalmente no contexto de pecado, quando nossa natureza espinhosa muitas vezes nos leva a perder muitos amigos.

3. Dotados de capacidade racional, devemos nos empenhar ao máximo para manter a unidade na sociedade; viver em comunidade deve ser o papel do cristão, ainda que a desunião seja promovida por Satanás.

a) “A cooperação é muito valiosa e o isolamento é perigoso (comparar com o envio dos discípulos em Lc 10:1). Companheirismo e alegria mútua num empreendimento bem feito são bênçãos dignas de serem vividas (At 13:2; 14:27)” (CBASD, v. 3, p. 1219).

b) “Em todas as adversidades e decepções da vida, poucas coisas proporcionam satisfação mais real e duradoura do que a verdadeira amizade. Um amigo é um conforto na necessidade e uma ajuda nas dificuldades” (Duane A. Garrett, Manual Bíblico Vida Nova, p. 406).

II. A SOLIDÃO SE DESFAZ DIANTE DOS BENEFÍCIOS DA AMIZADE VERDADEIRA - Eclesiastes 4:9-12

O texto mostra que tendo companhia, o salário é mais compensador, a jornada da vida é mais gratificante, os invernos da existência se tornam mais suportáveis, e as vitórias se tornam mais garantidas.

1. O salário é melhor aproveitado quando usado para promover relacionamentos em vez de usá-lo para nutrir o egoísmo, a vaidade e o orgulho que conduzem ao individualismo, à busca por superioridade e em última instância à infelicidade da solidão – os quais enchem o coração de insatisfação. Por isso, “maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas” (Eclesiastes 4:9). Um pensamento judaico ilustra muito bem o significado destes versos: “Uma pessoa sem amigos é como a mão esquerda sem a mão direita”. Imagina lavar a mão suja sem a existência da outra mão?

2. A queda pode acontecer em qualquer lugar com qualquer pessoa, por isso a necessidade constante de ter companhia: Imagina cair numa valeta sem possibilidade alguma de sair dali sem ajuda! “Imagine o problema de um trabalhador que cai da escada sem ninguém por perto para prestar socorro” (William MacDonald, Comentário Bíblico Popular, p. 603). Além da queda física, pode acontecer quedas espirituais, morais, onde o pecador precisa de uma mão estendida diante de tantos dedos condenadores e acusadores e tantas palavras ferinas (Gálatas 6:1-2; Tiago 5:19-20). Por isso, o texto é claro que é melhor não estar só, porque “se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!” (Eclesiastes 4:10).

3. A vida neste mundo não tem apenas primaveras, muitas vezes o inverno da existência nos leva a provar suas frias e sombrias agruras. Portanto, tendo alguém para nos aquecer física, emocional e espiritualmente, a vida se torna mais agradável. O texto é claro: “Se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como porém, manter-se aquecido sozinho?” (Eclesiastes 4:11). Duane A. Garrett observa que: “o versículo 11 não se refere a relações sexuais, mas ao calor compartilhado por dois companheiros de viagem em uma noite fria e solitária. Ao mesmo tempo, pode estar subentendido que o melhor amigo para a vida deve ser o cônjuge” (Manual Bíblico Vida Nova, p. 406).

4. O destino almejado pode ser garantido se, durante a trajetória, verdadeiras amizades são preservadas. Neste mundo de alta periculosidade devido à crueldade humana, e pela incessante investida do Diabo que anda ao derredor buscando alguém para devorar (1 Pedro 5:8), o apoio dos amigos é mais do que um remédio contra a solidão. “As condições de viagem nos tempos antigos eram repletas de perigos devido aos precários meios de transporte e aos ladrões. Dois poderiam fazer uma viagem em segurança quando um sozinho poderia falhar” (CBASD, v. 3, p. 1219). “A ideia principal se refere aos benefícios e às alegrias da amizade e do convívio social que o solitário desperdiça em sua vida de isolamento” (William MacDonald). Diante disso, precisamos ter em mente que “um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se” (Eclesiastes 4:12).

III. A SOLIDÃO SE RESOLVE NA UNIÃO QUE PROMOVE COMUNHÃO – Eclesiastes 4:12

      Está escrito: “Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade”.

1. Quanto mais amigos verdadeiros tivermos, melhor será nossa existência. Imagine celebrar o aniversário sem companhia! Ou comemorar uma conquista mas não ter com que dividir a alegria! Ou ter de enfrentar grandes problemas da vida sem ter com quem contar, sem ter apoio ou com quem se aconselhar? “Três cordões unidos são três vezes mais resistentes que três cordões separados” (William MacDonald).

2. A comunhão com amigos faz bem ao coração, mas a solidão faz um grande mal. A solidão deve ser combatida com a comunhão. Warren W. Wiersbe destaca que no texto: “Salomão começa com o número um (v. 8) e termina com o número três (v. 12). Trata-se de um recurso típico da literatura hebraica (Pv 6:16; Am 1:3, 6, 9). Um cordão pode ser rompido com facilidade; dois cordões exigem mais força; mas se três cordões forem trançados, dificilmente se rompem. Se é melhor viajar em dois do que sozinho, melhor ainda é viajar em três. Salomão não está pensando apenas em números, mas também na união de três cordões entretecidos – que bela imagem de amizade” (Comentário Bíblico Expositivo, v. 3, p. 747).

3. A comunhão entre os irmãos, biológicos ou da comunidade de fé, é tão importante, gratificante e relevante que o Salmo 133 tem apenas 3 versículos, mas sua mensagem é de uma profundidade incrível:

Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!

É como óleo precioso derramado sobre a cabeça que desce pela barba, a barba de Arão, até a gola de suas vestes.

É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião.

Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre.

CONCLUSÃO:

1. Cristianismo é relacionamento. Igreja é o ajuntamento dos fieis que se unem para adorar, e também para se relacionar. O cristianismo combate o individualismo, o exclusivismo, o materialismo, o egoísmo e tudo aquilo que o pecado deturpou.

2. Cristianismo é convivência; a igreja é uma comunidade onde a irmandade busca cada vez mais a unidade que Cristo orou intensamente: “Minha oração não é apenas por eles [os discípulos daquela época]. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste” (João 17:20-21).

3. Cristianismo tem sua essência no amor, o qual é a essência do caráter divino: Em 1 João 4:8 diz: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. E, em João 13:34 e 35 Jesus é categórico ao dizer: “Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”.

APELO:

1. Procure ser bom amigo para teus amigos, conhecendo intimamente a Deus.

2. Invista na unidade da comunidade da fé, promovendo um ambiente de amor.

3. Atraia mais pessoas para o círculo do amor cristão que combate a solidão.

Pr. Heber Toth Armí

quarta-feira, 11 de maio de 2022

INSISTA, PERSISTA, NÃO DESITA DE ORAR

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: I Tessalonicenses 5:17

1. O contexto desse texto trata das práticas cristãs dos membros da igreja para preservar a essência espiritual:

a) Os membros genuinamente convertidos de uma igreja dinâmica não vivem como se estivessem num velório, mas como se estivessem alegres numa celebração.

b) Os membros verdadeiramente restaurados desfrutam da oração particular que resulta em oração coletiva ao congregarem para buscar a Deus.

c) Os membros plenamente cheios do Espírito Santo têm o coração transbordando de gratidão pelo que Deus fez, faz e fará pelos pecadores.

2. Uma análise contextual de I Tessalonicenses 5:17 fornece interessantes informações:

a) Assim como há uma ênfase intensa no imperativo no versículo 16 “Alegrem-se sempre”, há também uma ênfase intensa no imperativo: “Orem continuamente”. A mesma ênfase intensa é vista no versículo 18: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus”.

b) Assim como o “sempre” do versículo 15 na frase “tenham cuidado para que ninguém retribua o mal com o mal, mas sejam SEMPRE bondosos uns para com os outros e para com todos”, indica continuidade e intensidade, essa mesma ênfase está presente no versículo 17: “Orem continuamente”, ordenando perseverança e constância na oração.

·  O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia indica a ênfase existente no termo grego traduzido para “sempre” no versículo 16, que mostra a força do texto, apontando que, “quem reclama constantemente não tem religião genuína”. A mesma ênfase está no versículo 17, indicando que “quem não clama a Deus constantemente não tem religião genuína. A ênfase do texto grego está sobre a ideia de ‘continuidade’”. E então complementa: “Um espírito de constante oração deve exalar da vida cristã. A conexão com o Céu nunca deve ser quebrada. Paulo trabalhava ‘noite e dia’ (1Ts 2:9) e também orava ‘noite e dia’ (1Ts 3:10). As muitas atividades do apóstolo não diminuíram o tempo em oração e sempre mantinha ligação ativa com o Pai Celestial. Assim deve ser conosco” (CBASD, v. 7. P. 257).

·     Ellen G. White, mostra que a oração ininterrupta não implica em permanecer sempre ajoelhados. “O Salvador disse que orássemos sem cessar. O cristão não pode estar sempre de joelhos em oração, mas seus pensamentos e desejos podem ser de contínuo elevados ao Céu” (CBASD, v. 3, p. 1311).

I. O IMPERATIVO BÍBLICO IMPLICA EM ORDEM DIVINA: “OREM”

1. A oração é tão significativa que Deus a considerou num mandamento: Orar significa entregar-se a Deus a fim de manter comunhão com Ele, eis a importância da ordem para orar. Ele quer relacionar-Se conosco constantemente. Por isso, o ato de orar é visto em forma de relacionamento: “A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo” (Ellen G. White. Caminho a Cristo, p. 93).

2. A oração é tão importante que Deus incentiva a oração congregacional: Não basta orar sozinho, é preciso compartilhar nossas orações. Orar significa recorrer a Deus para depender dEle e buscar suprimentos de força para que, mesmo com nossas fraquezas e necessidades, possamos ser revigorados para lidar com atividades desafiadoras e provações que nos assolam; podemos fazer isso em casa e na igreja (coletivamente). “A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual” (Ellen G. White. Mensagem aos Jovens, p. 249). Por isso, a importância de atender ao imperativo “orem”.

3. Orar significa encontrar conforto e alegria no relacionamento com Deus: A oração é uma necessidade devido a nossa fragilidade, mas também um privilégio, devido a possibilidade de manter comunhão com o Soberano Deus do Universo. Deus nos ordena orar porque almeja falar conosco e prover conforto e alegria a nossa existência.

a) A ordem de Deus a nós para orar é relevante porque nossa fraqueza, debilidade e egoísmo nos impedem até mesmo de reconhecer a necessidade e os privilégios da oração.

b) A ordem de Deus a nós para orar se deve ao fato dEle ansiar por nossa companhia, e satisfazer nosso coração com Sua presença.

c) A ordem de Deus a nós para orar é importante porque através da oração somos revigorados para viver feliz com Ele e para Ele.

II. O IMPERATIVO DIVINO QUANTO À DURAÇÃO DA ORAÇÃO: “CONTINUAMENTE”

1. O ato de orar não deve ser interrompido: Orar é tão ou mais importante que respirar. Sem oração morremos espiritualmente, assim como sem respirar morremos fisicamente. Por isso, “é necessário que a oração seja diligente. Coisa alguma deve fazer você deixar de orar. Faça tudo o que estiver ao seu alcance para conservar aberta a comunhão entre Jesus e você” (Caminho a Cristo, p. 98).

2. Em todo momento é tempo de dedicar-se à oração: Você pode e deve orar trabalhando, estudando, comprando, vendendo, passeando, tomando banho, comendo, descansando, etc. “Devemos manter conexão permanentemente ativa com Deus, de modo que nossa oração faça parte de uma longa conversa sem interrupções” (Warren Wiersbe. Novo Testamento, v. 2, p. 245).

3. Em todo lugar é possível manter viva a chama da oração: A compreensão incorreta pode atrapalhar a prática bíblica da oração. Por exemplo, ao acreditar que a oração deva ser feita exclusivamente ajoelhados, assim que a pessoa se levantar, a oração será interrompida. Além disso, quando se ora diante de uma imagem, é um atalho que desvia e intercepta a comunhão com Deus. Também, achar que só no templo ou em mosteiros se devem elevar orações a Deus, limita nossa comunhão com Ele. Tais concepções são oriundas do laboratório teológico do inferno a fim de impedir o relacionamento contínuo de Deus com Seus filhos.

CONCLUSÃO:

1. Através de análise de I Tessalonicenses 5:17, entendemos que, “onde quer que nos encontremos podemos manter comunhão íntima com Deus” (Caminho a Cristo, p. 99). Por conseguinte, interrompendo a oração, estaremos rompendo nossa comunhão espiritual com Deus. Diante disso, vale assimilar as palavras de William MacDonald: “A oração deveria ser a atitude constante do cristão. Isso não quer dizer que ele deva abandonar suas obrigações normais e entregar-se obrigatoriamente à tarefa de orar. O crente tem suas horas marcadas para a oração, mas também faz orações extemporâneas, quando surge uma necessidade, e, orando sempre, desfruta comunhão contínua com o Senhor” (Comentário Bíblico Popular, p. 731).

2. Através da reflexão de I Tessalonicenses 5:17 que trata da oração, podemos nos conscientizar que “não há tempo nem lugares impróprios para fazer uma prece a Deus. Nada nos pode impedir de elevar o coração no espírito de uma oração sincera. Entre as pessoas na rua, ou em meio a uma transação comercial, podemos elevar a Deus um pedido, solicitando a direção divina como fez Neemias quando apresentou seu pedido perante o rei Artarxerxes. Onde quer que nos encontramos podemos manter comunhão íntima com Deus” (Caminho a Cristo, p. 99).

3. Através do estudo de I Tessalonicenses 5:17 entendemos que é correto concluir que “enquanto estamos envolvidos em nosso trabalho diário, devemos elevar a mente em oração. Esses pedidos silenciosos sobem como incenso diante do trono da graça; e o inimigo é frustrado” (Mensagem aos Jovens, p. 249).

APELO:

1. Ore diariamente.

2. Ore intensamente.

3. Ore sem cessar.

Pr. Heber Toth Armí

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