PERSEVERANÇA EM MEIO AO SOFRIMENTO

INTRODUÇÃO: Texto bíblico: Uma visão geral de I Pedro 1:1-5:14

1. Pedro escreveu essa carta com o coração amadurecido no amor despertado por seu Salvador no mar de Tiberíades (João 21:1, 15-19; 1 Pedro 1:8). Sua carta demonstra intimidade com Cristo após Ele ter ascendido aos Céus.

a) Pedro escreveu entre o início da perseguição de Nero (em outubro de 64) e seu martírio nessa perseguição (na primavera de 65); provavelmente essa carta foi escrita no final do outono de 64 d.C.

b) Essa carta de Pedro faz parte das epístolas católicas (do grego), ou cartas gerais (latim) à igreja cristã.

c) Em julho de 64 Roma ardia em fogo. Em outubro desse mesmo ano, Nero, o imperador romano:

1) Jogou a culpa do incêndio de Roma sobre os cristãos.

2) Declarou o cristianismo ser religião separada da religião legal, o judaísmo.

3) Declarou o cristianismo ser ilegal.

4) Começou a perseguição de cristãos, de Roma até as províncias periféricas romanas, incluindo a Ásia Menor das igrejas citadas na carta (I Pedro 1:1).

2. Pedro escreveu a carta a cristãos que corriam risco de perder a fé. Aceitar o cristianismo fez com que os fieis rompessem os vínculos com parentes e vizinhos pagãos. Esse era um dos motivos do sofrimento que ameaçava solapar a fé dos cristãos.

3. Pedro escreveu a quem cria falsas expectativas do evangelho, que crê que tornar-se cristão o blindará contra o sofrimento. Naquela época, os cristãos foram:

a) Acusados de promoverem rebelião (3:13-17).

b) Acusados de serem antissociais (4:4).

c) Assombrados com uma perspectiva de perseguição ainda pior no futuro (4:12).

d) Maltratados e caluniados simplesmente por serem cristãos (4:14-16).

I. DEUS CONSIDERA NOSSAS NECESSIDADES REAFIRMANDO-NOS NO EVANGELHO:

1. O Pai, o Filho e o Espírito Santo trabalham unidos visando oferecer-nos nova vida (1:3-5; 4:1-6):

a) A antiga vida foi plenamente perdoada por Deus (2:24; 3:18).

b) A vida presente é protegida e motivada por Deus (1:5; 4:1-2).

c) A vida futura é assegurada por Deus (1:4).

2. O agir da Trindade em nós promove um estilo de vida que deve ser cultivado:

a) Na vida prática, além da teoria (1:13-16).

b) Na vida relacional, no dia a dia, principalmente no casamento (2:16; 3:1, 7).

3. O resultado da ação da Trindade nos cristãos os tornam seguidores de Jesus para:

a) Viver no mundo real do aqui e agora em contraste com a vida imoral (4:1-4).

b) Viver no mundo vindouro preparado para os fieis (5:10).

II. DEUS CONSIDERA O SOFRIMENTO COMO PARTE DE NOSSA JORNADA CRISTÃ:

1. O sofrimento na vida cristã tem algumas finalidades importantes:

a) Prova a seriedade de nosso discipulado (1:7).

b) Promove nossa união e identificação com nossos irmãos em Cristo (5:9).

c) Promete a reivindicação no dia do juízo (4:16-19).

2. O sofrimento do cristão nos ensina que:

a) Ainda que possamos ser expatriados e espalhados pelo mundo (1:1; 5:9) somos parte do povo peregrino de Deus (2:5, 9).

b) Ainda que estejamos neste mundo de sofrimento, estamos avançando rumo ao Lar Celestial na casa do Pai Divino (1:3-4).

3. O sofrimento, corretamente entendido, nos faz:

a) Avançar com fé durante a jornada nesta vida (1:17).

b) Testemunhar de nossa fé prática aos incrédulos (2:12).

c) Desejar o fim do sofrimento no grande dia em que receberemos a imperecível coroa da glória (5:4).

CONCLUSÃO:

O sofrimento terá fim. Perseverança é a garantia de nossa herança cristã. Pedro escreveu como quem prevê o grande discorrer do véu nos últimos dias, e usa a raiz grega apocalyp (revelação) para descrever a segunda vinda de Cristo. Desse modo, ele relembra seus leitores que:

1. O Cristo invisível nunca está longe; por isso, aqueles que compartilham dos Seus sofrimentos, terão o privilégio de receber da Sua glória quando Ele Se revelar.

a) Na segunda vinda de Cristo, a salvação do cristão será finalmente completada (1:7; 5:10).

b) Na segunda vinda de Cristo, os salvos entrarão em sua herança completa (1:4-5).

c) Naquele grande dia, com a fé plenamente honrada os cristãos perceberão mais claramente a extensão da graça de Deus (1:13).

d) Naquele grande dia, a glória de Cristo será compartilhada e todo serviço a Ele será recompensado (5:1, 4).

2. A expectativa da segunda vinda de Cristo é um argumento poderoso para a vida consagrada a Deus e para a cuidadosa mordomia de cada dia em que vivemos aguardando a nossa recompensa (4:7-11). A esperança cristã promove perseverança na caminhada em meio às dificuldades rumo à herança futura prometida aos fieis.

3. A esperança em meio ao sofrimento promove a perseverança. Diz Ellen White que “nesta esperança de uma herança segura na Terra renovada rejubilavam-se os primeiros cristãos, mesmo em tempos de severa prova e aflição”, sim, esse foi o propósito da carta, pois “as palavras do apóstolo foram escritas com o objetivo de instruir os crentes de todas as épocas, e têm significado especial para os que vivem no tempo em que ‘já está próximo o fim de todas as coisas’. Suas exortações e advertências, bem como suas palavras de fé e ânimo, são de necessidade para todos os que desejam conservar sua fé ‘firmemente’ ‘até ao fim’. Heb 3:14” (AA, p. 518).

APELO:

1. Leia com atenção cada frase da primeira carta de Pedro, permitindo que Deus fale bondosamente ao teu coração.

2. Assimile a tua vida cada ensinamento precioso desta carta, ainda que enfrente os desafios do sofrimento.

3. Permita que a expectativa de uma herança celestial molde tua vida no presente.

Pr. Heber Toth Armí

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