INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: Malaquias 1:2-3
Antes
de entrar propriamente na mensagem do texto, reflita nestes itens:
1.
Deus
existe e é real: Essa verdade deve ficar clara antes de adentrar
no significado do texto. Há ateus declarados, acreditam e defendem que Deus não
existe; há, também, ateus práticos, os quais, embora afirmem e defendam a
existência do Deus da Bíblia, vivem como Se Ele não existisse. Tanto este como
aquele precisa admitir com sinceridade a existência de um Criador, para então
assimilar as ideias dos versos supracitados.
2.
Deus
tem graus de tolerância: Provérbios 6:16-19 revela que existem seis
coisas que Deus odeia (arrogância, mentira, assassinos de inocentes, maldade,
impiedade, falsidade) e uma que Ele considera pior que as seis (quem provoca
brigas e discórdias entre irmãos).
3.
Deus
tem sentimentos: Em I João 4:8 diz que Deus é amor. Esse Deus revela
Seus sentimentos ao povo de Israel em Malaquias 1:2-3, na NTLH diz assim: “Esaú e Jacó eram irmãos, no entanto, eu
tenho amado a Jacó e os seus descendentes, mas tenho odiado a Esaú e seus descendentes”.
I. DEUS TENTA PROVAR SEU AMOR FALANDO DE ÓDIO – Malaquias 1:2-3
Pelo menos é isso que observamos no texto em análise! Leia bem, com atenção! Como Deus pode provar Seu amor falando de ódio? Pior, Ele está tentando deixar claro para Israel que Seu amor por eles é tão real quanto os defeitos e falhas de caráter que eles possuíam (veja todo o livro de Malaquias). Para provar Seu amor incondicional por Israel, Deus apelou para Seu desprezo e ódio para com Esaú.
1. É preciso analisar os detalhes para entender os sentimentos de Deus: Observe o contexto do texto! Nesse relato, Edom é uma nação, tanto quanto Israel também o é. De Edom surgiram os edomitas; o qual, outrora chamava-se Esaú, mas, após vender sua primogenitura por um prato de lentilhas avermelhadas, passou a chamar-se Edom, que significa avermelhado.
2. É preciso observar o contexto mais amplo para tentar entender os sentimentos de Deus: Começando por Edom, os passos dos edomitas sintetizados são os seguintes:
a) Rejeição
das coisas espirituais: Ao dar mais importância aos seus
interesses momentâneos, Esaú rejeitou privilégios espirituais oriundos da
primogenitura. Em seguida, o relato revela seu casamento bígamo com mulheres
heteias, evidenciando as desgraças que sobrevém quando pecadores rejeitam a
graça divina (Gênesis 26:34-35; 36:1-2).
b) Recusa
da prática do bem para seus irmãos: Chegando à reta final de sua
jornada, o povo de Israel pediu gentilmente permissão para atravessar rumo à Canaã
pelas terras edomitas. Apesar da intenção pacífica de Israel, Edom respondeu
negativamente, além de sair armados para impedir qualquer tentativa de passagem
– obrigando assim os israelitas a darem enorme volta em sua jornada (Números
2:14-21; Deuteronômio 2:8).
c) Renúncia
do amor verdadeiro em qualquer de suas formas: Além
de outras coisas que suscitaram o ódio de Deus pelos edomitas, a gota d`água
parece ter sido a completa falta de amor nas atitudes edomitas. Quando o povo
de Israel era levado à Babilônia para a disciplina aplicada por Deus, os
edomitas se alegraram com a sorte deprimente de seus irmãos (Salmo 137:7). Além
disso, saquearam Jerusalém junto com os caldeus, olharam com prazer para a
desgraça do próximo, pararam nas encruzilhadas para matar quem intentasse fugir
ou os entregavam aos babilônicos para serem mortos ao fio da espada (Oseias
10-14).
3. É preciso notar que o texto não direciona o ódio de Deus a um indivíduo específico nem está atrelado a apenas um ato isolado: A humanidade é dotada de moralidade, consequentemente, a perversidade e imoralidade exigem justiça da parte do Soberano do Universo. Desta forma, Edom merecia a execução do juízo divino por tamanha violência executada contra seu irmão Israel. O que está implícito nisso?
a) A rebelião constante contra os seres humanos
suscita ira e ódio a Deus, assim como um pai amoroso se enfurece contra quem
vive torturando seu filho.
b) A rejeição da bondade, compaixão e misericórdia
equivale à rejeição do próprio Deus, cujo trono tem o amor como fundamento.
c) A punição mais intensa aplicada por Deus a quem merece
é permitir que a pessoa sofra as devidas consequências oriundas da própria
perversão praticada.
II. DEUS REVELA SEU AMOR E ÓDIO NA EXECUÇÃO DO PLANO DA SALVAÇÃO –
Malaquias 1:2-3
1. Deus odeia pecados, não pecadores: Em Apocalipse 2:6, 15-16 Jesus diz que odeia as obras dos nicolaítas, não os nicolaítas; evidenciando que Deus odeia o mal, o pecado, as heresias, mas não os pecadores.
2. Deus odeia as obras dos pecadores, mas ama aos pecadores: O texto de Malaquias onde Deus tenta provar Seu amor por Israel demonstrando ódio para com Esaú apresenta essa ideia. Os israelitas eram pecadores, cheios de falhas e infiéis como pode ser visto no decorrer de toda sua história. Além disso, na referência aos nicolaítas, é possível concluir que Deus odeia a maldade, mas ama intensa e incondicionalmente à humanidade. As obras de Edom para com o povo de onde nasceria o salvador do mundo, revelam rejeição aberta ao plano de salvação no qual está incluso o amor e ódio simultâneo de Deus.
3. Deus prova Seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores: É exatamente isso que Romanos 5:6-9 nos diz. “Quando estávamos completamente desamparados, Cristo veio na hora certa e morreu por nós, pecadores. É pouco provável que alguém morresse por um justo, embora alguém talvez se dispusesse a morrer por uma pessoa boa. Mas Deus nos prova Seu grande amor ao enviar Cristo para morrer por nós quando ainda éramos pecadores. E, uma vez que fomos declarados justos por Seu sangue, certamente seremos salvos da ira de Deus por meio dele” (Nova Almeida Atualizada).
CONCLUSÃO:
1. Da
mesma forma que Deus intentava mostrar amor ao Israel pecador no passado, Ele
tenta provar Seu amor pelos pecadores de hoje:
Outrora, Ele provou Seu amor odiando aos inimigos e opressores de Seu povo;
agora, Ele prova Seu amor por nós, ao ter dado Seu amado Filho para morrer em
lugar dos injustos e transgressores de Sua Lei.
2. Da
mesma forma que em Deus encontramos amor e ódio, Seus seguidores também devem
possuir esse perfil: Ódio pelas obras erradas e perversas dos
pecadores como se nota na carta de João à igreja de Éfeso; mas, por outro lado,
deve-se demonstrar amor pelos pecadores (Apocalipse 2:4, 6).
3. Da mesma forma que Malaquias 1:2 e 3 e Apocalipse 2:4 e 6 unem amor e ódio, a cruz também revela esses dois sentimentos de certa forma antagônicos: Na cruz de Cristo fica nitidamente evidente o ódio de Deus pelo pecado; e também, com a mesma intensidade, nota-se a maior prova de amor pelos pecadores, os quais mereciam a sentença da morte que Jesus experimentava.
APELO:
1. Experimente o infinito amor de Deus e de
Cristo por você.
2. Reconheça que o amor de Deus é tão grande
quanto Seu ódio para com o pecado.
3. Reflita o caráter de Deus odiando o pecado,
mas amando ao pecador!
Pr. Heber Toth Armí
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