INTRODUÇÃO:
1. Sem
o evangelho, relacionamentos arruinados não teriam expectativa nenhuma de serem
verdadeiramente restaurados.
2. Sem
o poder do evangelho, a reconciliação seria impossível após um acirrado desentendimento
entre pessoas radicalmente diferentes.
3. Sem
o efeito do evangelho em nossa vida, os relacionamentos seriam mais difíceis,
os problemas seriam insolúveis e, a reaproximação seria impraticável após
intenso conflito.
I. CADA
PESSOA TEM SEU JEITO PECULIAR DE SER, PENSAR E AGIR:
1. João
Marcos representa um jovem inexperiente e tímido no início das atividades
eclesiásticas: João, de sobrenome Marcos, provavelmente órfão
de pai, morava com sua mãe Maria em Jerusalém, onde os crentes se reuniam para
orar (Atos 12:12). Como seguidor de Jesus, cheio de curiosidade pelo que
acontecia certa noite nas ruas de Jerusalém, saiu às pressas enrolado num
lençol para observar a prisão do Messias; porém, se deu mal, pois os soldados
lançaram mão dele e, para livrar-se, soltou o lençol e saiu pelado pelas
escuras ruas da cidade até a sua casa (Marcos 14:51-52).
2. Barnabé
representa um homem experiente, maduro e dedicado à missão de Cristo:
José, com sobrenome Barnabé, foi considerado, por comentaristas, como um dos
participantes do projeto de Cristo de enviar 35 duplas missionárias como
evangelistas (Lucas 10:1). Possuindo ele experiência evangelística e maturidade
cristã, disponibilizou seus recursos para o desenvolvimento da igreja que
estava iniciando (Atos 4:36-37). Como cristão dedicado, foi usado por Deus
para, miraculosamente, inserir Saulo no ceio da igreja cristã (Atos 9:26-27).
Depois, quando Barnabé precisou de reforço evangelístico, procurou por Saulo, e
ambos formaram uma dupla missionária (Atos 11:22-30). A dedicação de ambos
levou-os a serem consagrados a evangelistas itinerantes pelo mundo (Atos 13:1-4).
E chamaram a João Marcos, primo de Barnabé (Colossenses 4:10), para os auxiliar,
formando assim um trio missionário (Atos 12:25; 13:5).
3. Saulo
representa um jovem ousado, destemido e inteligente envolvido na missão:
Saulo, que também era chamado de Paulo (Atos 13:9), passou por uma conversão
radical (Atos 9:1-12). Ele era fariseu, filho de fariseu (Atos 23:6 ver
Filipenses 3:5-6); após sua conversão, foi incluído à igreja cristã através de
Barnabé; e, logo tornou-se evangelista destemido (Atos 9:28-29). José Barnabé,
Saulo chamado de Paulo, e João Marcos formaram poderoso trio missionário da
igreja cristã primitiva; porém, nem tudo deu certo...
II. CADA PESSOA TEM SUAS RAZÕES DIANTE DE TOMADAS DE
DECISÕES:
O
trio missionário brigou e se desintegrou. Barnabé e Paulo se desentenderam por
causa do jovem João Marcos. Discutiram, mas não houve consenso, nem solução;
por isso, cada um tomou rumos diferentes. Cada um é exclusivo no mundo. Numa discussão
cada pessoa tem suas razões, observe:
1. Jovens
inexperientes e tímidos têm suas razões para tomar decisões.
João Marcos teve suas razões para abandonar a missão quando Paulo e Barnabé mais
precisavam. Estudiosos sugerem pelo menos três justificativas:
a) Primeira,
insegurança: Inicialmente a liderança do trio estava com
Barnabé, primo de João Marcos; após certa altura, Paulo assumiu a liderança.
Isso pode ter gerado insegurança no jovem por não gostar do jeito ousado e
sistemático de Paulo. Por isso... deve ter desistido.
b) Segunda, medo:
Os perigos pareciam aumentar ao avançarem na missão. Ao deixarem a região
costeira e adentrarem a região montanhosa, a viagem se tornava mais perigosa. Temendo
não poder suportar, João Marcos desistiu...
c) Terceira,
preconceito: Após Paulo assumir a liderança, o trabalho
seria mais focado nos gentios; isso pode não ter agradado a João Marcos que pode
não ter se livrado totalmente dos preconceitos contra os gentios. Então...
abandonou a missão!
2. Líderes
ousados, destemidos e inteligentes muitas vezes são intolerantes com os mais
sensíveis. Ao organizar a segunda viagem missionária, ele
convidou Barnabé, que aceitou o convite; porém, alegou que levaria seu primo
João Marcos (Atos 15:36-37). Paulo não achou justo levar o jovem que o decepcionara
abandonando a equipe missionária quando mais precisava dele. Determinado, Paulo
não cedeu; estava disposto a perder Barnabé, mas não permitiria que João Marcos
participasse mais da equipe (Atos 15:38). Então, não houve acerto entre eles. “Houve entre eles tal desavença, que vieram
a separar-se” (Atos 15:39). Então, Paulo chamou Silas e seguiu seu caminho
(Atos 15:40).
3. Indivíduos
experientes, maduros e dedicados não abrem mão de quem eles percebem que tem
potencial. Barnabé poderia ter resolvido o conflito com
Paulo com apenas concordar com ele de deixar João Marcos. Mas, teimosa e
decididamente, ele não cedeu aos caprichos de Paulo (Atos 15:37, 39). Barnabé
deixou Paulo, e seguiu seu caminho com Barnabé. Pela experiência, Barnabé via
potencial em seu inexperiente primo. O que de fato comprovou-se mais tarde,
pois o primeiro evangelho foi escrito e recebeu o nome dele: Marcos.
III. CADA PESSOA PODE PROVAR DO PRAZER DA RECONCILIAÇÃO
PROVIDA PELO EVANGELHO:
1. O
evangelho da graça restaura relacionamentos desfeitos:
Paulo e Barnabé, após algum tempo separados pelo orgulho, se reconciliaram e
voltaram a trabalhar na mesma equipe missionária. É possível perceber que em I
Coríntios 9:6 a dupla foi restaurada. O evangelho que ambos pregava passou da
teoria à prática – ambos se reconciliaram.
2. O
evangelho da graça reaproxima os diferentes: Paulo e João
Marcos voltaram a se encontrar e se tornaram tão íntimos que Paulo chama aquele
que, outrora fora considerado imprestável, de seu cooperador (Filemom 24); e,
quando esteve na prisão, prevendo o próprio martírio, o velho apóstolo pediu
para trazer-lhe João Marcos, pois lhe era muito útil no ministério (II Timóteo
4:11).
3. O
evangelho da graça une pessoas separadas pelos desentendimentos:
O trio João Marcos, Barnabé e Saulo são pessoas normais, e suas histórias
revelam que os diferentes podem enfrentar desavenças, conflitos e separação; contudo,
o evangelho da graça restaura qualquer situação. Em Colossenses 4:10 Paulo cita
a Barnabé e a João Marcos.
CONCLUSÃO:
1. O
evangelho é excelente remédio para qualquer tipo de relacionamento arruinado; o
verdadeiro evangelho tem poder para restaurar amizades fragmentadas, promover
união onde há desunião, e, refazer tudo aquilo que o orgulho destruiu.
2. O
evangelho é promotor de união e unidade, ainda que as diversidades de personalidades
provoquem adversidades. Sua função nos relacionamentos é indispensável.
3. O
evangelho é um ato da graça divina para reparar todas as desgraças causadas
pelo pecado, até mesmo os relacionamentos deteriorados aparentemente sem
solução.
APELO:
1. Experimente incluir o evangelho em todos
os teus relacionamentos, inclusive nos arruinados.
2. Experimente
viver o poder restaurador do evangelho em cada um dos teus relacionamentos.
3. Experimente
os efeitos do evangelho em teu dia a dia e desfrutarás de grandes alegrias.
Pr. Heber Toth
Armí
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