Em nossos dias há abundante informação
nutricional. Todavia, a humanidade peca na quantidade, qualidade e frequência
na ingestão de alimentos. Assim, uns sofrem de obesidade e outros de inanição. Se
não há equilíbrio na nutrição física, o que dizer então da nutrição espiritual?
O profeta Amós, há cerca de 750 a.C.,
previu dias de fome na Terra (Amós 8:11-12). Não de pão, mas de ouvir a Palavra
de Deus. Dias de busca intensa, sem, contudo, nenhum resultado. Naquele tempo, o
povo vivia em regalada prosperidade. Porém, a religiosidade regredia. Mesmo sem
ignorar as reuniões do templo, a sociedade vivia em baixo nível moral e social.
Em dias de fartura, o profeta ergueu a voz e anunciou o pior tipo de fome: a
espiritual. O dia fatídico veio quando, em 723/722 a.C., Samaria, a capital de
Israel, foi cercada por Sargão II, até ser invadida após três anos, de forma
cruel, sem nenhum profeta para lhes proferir palavras do Senhor.
Nos dias atuais, há fartura de alimento
espiritual. Entretanto, o povo sofre de inanição espiritual (Apocalipse
3:14-21; 2 Timóteo 4:1-5; 2 Tessalonicenses 2:9-10). Muitos cristãos se
satisfazem com uma religiosidade simplista e superficial, sem substância
bíblica; pois falta-lhes tempo para orar, estudar a Bíblia e testemunhar como
deveriam. Há abundância de Bíblias disponíveis. Ao rico e ao pobre tornou-se
comum tê-la. Porém, praticá-la não tem sido prioridade de muitos. Randy Maxwell
alerta: “Embora as Bíblias estejam em todo lugar (hoje existem mais de 300
traduções da Bíblia), conhecimento da Palavra de Deus é raro, mesmo para muitos
cristãos” (O Retorno da Glória. Pág. 31). Sermões bíblicos são ouvidos e, na
prática, ignorados. Por isso, o pecado penetra nos recônditos da Igreja, tal como
nos dias de Amós.
No tempo do fim, a Palavra de Deus será
retirada, por ter sido ignorada. “No ‘dia do Senhor’ um pouco antes do segundo
advento de Cristo, essa experiência do antigo Israel se repetirá. Impenitentes
do mundo todo, sofrendo sobre as sete últimas pragas, buscarão escapar das
calamidades por todos os meios, até mesmo se voltando para a Palavra de Deus,
cujo estudo e obediência foram rejeitados no passado” (Comentário Bíblico
Adventista, vol 4, Isaías a Malaquias, pág. 1086). Assim, quem faz jejum desta
Palavra no presente, em breve, morrerá de fome espiritual, e,
desesperadoramente.
Em tempo de fome, humanos disputam
comidas nos lixões, com insetos, animais e aves; pior é ver famintos
espirituais aceitando caldos ralos de uma graça barata que não nutrem a alma. Em
dias fartos de conceitos teológicos, pessoas sinceras reviram lixões
espirituais em busca de algum alimento para a alma. Há muita gente perecendo
espiritualmente! E quem se responsabilizará por isso? Estamos cuidando de nosso
estoque de alimento espiritual, quando há tantos mendigando por ele?
O alerta profético é que agora é o tempo
de valorizar a Palavra de Deus, meditar nela e proclamá-la ao mundo. Os
cristãos remanescentes devem ser garçons do restaurante de Deus, para servir
alimento nutritivo à humanidade moribunda, que sofre inanição espiritual. É
tempo de oferecer o cardápio do Céu aos mendigos espirituais da Terra. Aproveite
a abundância do tempo presente a fim de ajuntar suprimento para os dias de
escassez. É preciso alimentar as almas famintas com a Palavra de Deus – eis a
melhor forma de preparar-se para a maior e pior fome da história. Se cada um se
preocupar em salvar um, estaremos alimentando a muitos. Enfim, una-se ao
projeto “Cada um salvando um” e garanta, assim, sua presença nas Bodas do
Cordeiro.
Pr. Heber Toth Armí
Artigo escrito para a Revista Proclamai
1 Comentários
ESSA É A GRANDE REALIDADE DO POVO E PRECISA SER MUDADA,DIZ A PALAVRA MUITOS ERRAM POR NÃO CONHECER AS ESCRITURAS...
ResponderExcluirDê seu parecer respeitando a ética cristã. Sua opinião será bem-vinda: