INTRODUÇÃO:
1. A transformação em
direção do amor é a essência do cristianismo bíblico: João, cujo nome
significa “gracioso” contrastava com o adjetivo “filho do trovão”. Ele tinha
muitos defeitos, graves falhas de caráter. Ele era orgulhoso, petulante e ávido
por honras (Marcos 10:35-41). Somando a isso, ele era afoito e respirava
vingança (Lucas 9:51-56). Por isso, filho do trovão (Marcos 3:17).
2. A transformação deve alcançar a cada seguidor de Cristo: Assim como João, que
foi a Jesus com seu mau gênio, possuído do fogo da vingança e dominado pelo
espírito de crítica, transformou-se no discípulo amado, há esperança àquele que
procura a Jesus para ser transformado.
3. A transformação que resulta do poder que emana de Cristo
chega aonde o poder da psicologia humana é incapaz de alcançar: De agressivo e
intolerante filho do trovão, o convívio com Jesus fez de João o dócil discípulo
do amor (João 13:23; 19:26; 20:2; 21:7, 20). Não há caso perdido para quem
encontra e aceita o evangelho verdadeiro.
I. O EVANGELHO VERDADEIRO TEM O PODER MIRACULOSO DE TRANSFORMAR QUALQUER
PESSOA:
1. Não importa quão deformado seja o caráter de um indivíduo, a
intimidade com Cristo promove uma transformação genuína: O alvo de Cristo é que
Seus discípulos tenham intimidade com Ele a tal ponto de assimilar, não apenas
Seus ensinamentos de misericórdia, perdão, bondade e perdão, como também
refletir Seu próprio comportamento.
2. Não importa quão difícil seja mudar a vida arruinada de um
pecador, a intimidade com Cristo transforma até os casos que julgamos impossíveis: O alvo de Cristo é
tornar o ser humano, de um estado deplorável, em Seu amigo íntimo; assim, ao
aprender a perdoar e a tolerar (com Cristo) possa tornar-se mais humano.
3. Não importa quão terrível seja o indivíduo, a intimidade com
Cristo o torna radicalmente diferente: Assim como a intimidade de João com Cristo o
ajudou a lidar com paciência a rejeição e a enfrentar com serenidade as
injustiças, o mesmo pode acontecer comigo e com você caso aprendamos a andar
com Cristo. Considere o que Ellen G. White escreveu no livro “Atos dos
Apóstolos” sobre João, nas páginas 544 e 545:
a) “As lições de Cristo apresentando mansidão, humildade e amor
como essenciais ao crescimento da graça e como condições para Seu trabalho,
foram do mais alto valor para João. Ele entesourou cada lição, e constantemente
procurou levar sua vida em harmonia com o divino padrão. João tinha começado a
discernir a glória de Cristo – não a pompa e o poder terrenos que tinha sido
ensinado a esperar, mas ‘a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade’ (João 1:14)”.
b) “A fervente e profunda afeição de João por Seu Mestre não
era a causa do amor de Cristo para com Ele, mas o efeito desse amor. João
desejava tornar-se semelhante a Jesus; e sob a transformadora influência do
amor de Cristo, tornou-se manso e meigo. O eu estava escondido em Jesus. Mais
do que todos os seus companheiros, João se rendeu ao poder dessa extraordinária
vida”.
c) “O Salvador amava a
todos os seus companheiros, mas o espírito de João era mais receptivo. Ele era
mais jovem que os outros, e com confiança mais infantil abria o coração a
Cristo, e por meio dele os mais profundos ensinos espirituais do Salvador foram
comunicados ao povo. Jesus ama aos que representam o Pai, e João podia falar do
amor do Pai como nenhum outro discípulo poderia fazê-lo”.
II. O VERDADEIRO EVANGELHO
TORNA-SE VISÍVEL QUANDO O CONVERTIDO LIDA COM PESSOAS:
1. O amor é notório nas palavras daqueles que desenvolvem
intimidade com Jesus:
O apóstolo do amor usa palavras dóceis, empapuçadas de carinho ao escrever aos
seus destinatários. Além de ser o único que descreve o encontro de Jesus com
Nicodemos, onde cita “Porque Deus amou ao
mundo, de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito...” (João 3:16), nota-se
em suas cartas um amor intenso:
a) Ele escreve: “Fillhinhos meus...” (I João 2:1); “Amados...” (2:7; 3:21; 4:1...); “Filhinhos...” (2:12, 14, 18, 28; 3:7...).
b) Sua mensagem é: “Aquele que guarda a Sua Palavra, nele,
verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus” (2:5); “aquele que diz
estar na luz e odeia a seu irmão, até agora está nas trevas. Aquele que ama a
seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço...” (2:9-10); “porque
a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos
outros... Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os
irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia a seu
irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna
permanente em si... Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de
fato e de verdade” (3:11, 14-15, 18).
c) Seu apelo em prol do
amor é feito com amor baseado no amor de Deus: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e
todo aquele que ama é nascido de Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus,
pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus
enviado o Seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dEle. Nisto
consiste o amor: Não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou
e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se de tal
maneira Deus nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais
viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o Seu amor é,
em nós, aperfeiçoado... Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar seu irmão, é
mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a
Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dEle, este mandamento: Aquele que ama
a Deus ame também a seu irmão” (4:7-12, 20-21).
2. O amor é a característica principal daqueles que passaram a
seguir a Jesus:
São contundentes e não deixam margens para dúvidas as palavras prescritivas de
Jesus, citadas em João 13:35. Veja: “Nisto
conhecerão todos que sois Meus discípulos: Se tiverdes amor uns aos outros”.
Eis aí a maior evidência do discipulado bíblico.
III. AS PROFECIAS
APOCALÍPTICAS ESCRITAS POR JOÃO ESTÃO PERMEADAS DE AMOR:
1. De forma geral: No livro de Apocalipse, você encontrará:
a) A ternura e o amor de um
Jesus todo-poderoso cuidando de Sua amada e fraca igreja, conduzindo-a a um
clímax glorioso.
b) O divino e notório amor
de Cristo em conduzir Sua preciosa igreja durante toda a história frente aos
conflitos de diversos inimigos, o qual culminará na vitória do remanescente.
c) O eterno amor fazendo
com que Cristo retorne à Terra para buscar Sua igreja e levá-la a uma festa
nupcial – um casamento que durará por toda a eternidade (amor eterno).
2. De forma específica: Jesus é apresentado (Apocalipse 1:5-6):
a) Como “Aquele que nos ama”.
b) Como Aquele que por amor
derramou Seu sangue para “nos libertou de
nossos pecados”.
c) Constituindo-nos reinos
e sacerdotes para Deus tendo por base Seu amor.
3. De forma profética: A primeira das sete igrejas é Éfeso, que
significa “desejável”; extremamente zelosa na doutrina, totalmente envolvida na
obra divina e permanecia perseverantemente em meio às tribulações; contudo,
tinha o pior dos problemas: A apostasia do amor (Apocalipse 2:1-7). Quando
chegamos à Laodicéia, representando o último período da igreja cristã, vemos o
auge da falta de amor: Indiferença. Jesus está ao lado de fora, batendo à porta,
esperando alguém ouvir para deixa-lO entrar, para um relacionamento duradouro: “Entrarei em Sua casa e cearei com ele, e
ele, comigo” (Apocalipse 3:20). Ah! Não se esqueça do amor. Jesus diz: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo!”
(Apocalipse 3:19). Içami Tiba afirma que, “Quem
ama, educa!”.
CONCLUSÃO: Considerando tudo o que foi estudado, fica
nítido que:
1. Cristianismo é relacionamento íntimo com Cristo. Em outras palavras,
ter crenças e doutrinas certas, defender a doutrina bíblica e ser um excelente
apologista, não é a mesma coisa que amar e seguir ao amoroso Salvador. João, o
filho do trovão, deixou isso bem claro.
2. Cristianismo é estar tão
próximo de Cristo, convivendo com Ele diariamente, que o discípulo assimila
tanto Seu amor que revelará isso em cada uma de suas atitudes. João exemplifica
essa verdade em sua biografia e deixa seus escritos inspirados como poderoso
legado a cada um de nós.
3. Cristianismo sem amor é
falso. É impossível ser cristão de fato sem o verdadeiro amor no coração.
Cristianismo é amor genuíno na prática!
APELO:
1. Experimente a transformação que João desfrutou
aproximando-se de Jesus assim como ele se aproximou.
2. Permita que o amor tome
conta de teu coração a fim de que ele se manifeste regendo cada uma de tuas
ações.
3. Persevere em amar
profundamente ao ponto das pessoas perceberem Jesus em cada uma de tuas atitudes.
Pr. Heber Toth Armí
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