sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

O LADO PRÁTICO DO EVANGELHO BÍBLICO

INTRODUÇÃO: Texto Bíblico Principal: Provérbios 24:10-12 

1. Deus quer abençoar-nos para abençoar outras pessoas carentes de Suas bênçãos: “Como é feliz aquele que se interessa pelo pobre! O Senhor o livra em tempos de adversidade. O Senhor o protegerá e preservará a sua vida; ele o fará feliz na terra e não os entregará ao desejo dos seus inimigos. O Senhor o susterá em seu leito de enfermidade, e da doença o restaurará” (Salmo 41:1-3).

2. Deus nos mostra na vida de Jó a mensagem do evangelho prático: Seu exemplo é um testemunho vivo em palavras e ações da atuação de Deus em Seus servos. “Todos os que me ouviam falavam bem de mim, e quem me via me elogiava, pois eu socorria o pobre que clamava por ajuda e o órfão que não tinha quem o ajudasse. O que estava à beira da morte me abençoava, e eu fazia regozijar-se o coração da viúva. A retidão era minha roupa; a justiça era meu manto e meu turbante. Eu era os olhos do cego e os pés do aleijado. Eu era o pai dos necessitados e me interessava pela defesa dos desconhecidos. Eu quebrava as presas dos ímpios e dos seus dentes arrancava as suas vítimas” (Jó 29:11-17).

3. Deus nos concede o poder do evangelho para enfrentarmos este mundo decadente: O evangelho é denominado “poder de Deus” (Romanos 1:16). E, Tiago fala da religião pura e perfeita em Tiago 1:27 que diz: “A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: Cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo”. Em nosso contexto, o princípio ainda vale. David Platt argumenta:

“Em um mundo marcado por escravidão e imoralidade sexuais, por abandono e assassinato de crianças, por racismo e perseguição, pelas necessidades dos pobres e por descaso com as viúvas, como devemos agir se fixarmos o olhar na santidade, no amor, na bondade, na verdade, na justiça, na autoridade e na misericórdia de Deus revelados no evangelho?”

I. O EVANGELHO CONCEDE FORÇA AO CRISTÃO DIANTE DAS ADVERSIDADES – Provérbios 24:10

1. Dificuldades não limitam as forças do cristão, pelo contrário, os fortalecem: Para estarem preparados e fortes, os saldados precisam treinar. Assim, provas da vida fortalecem aos cristãos para enfrentar dificuldades maiores. Confiando no poder de Deus, pode-se crescer em força para abençoar quem precisa de apoio e auxílio.

2. Dificuldades são vistas pelos cristãos como oportunidades de ajudar, não de vacilar: A parábola do Bom Samaritano deixa isso claro. O samaritano tomou atitude, correu riscos, desprendeu recursos, agiu em prol do moribundo assaltado e foi a base do evangelho de Cristo frente aos líderes religiosos que vacilaram.

3. Dificuldades revelam força do cristão, não visam revelar nossa fraqueza: O dia da dificuldade em vez de revelar e desculpar a fraqueza servirá como prova para avaliar o caráter das pessoas.

II. O EVANGELHO CAPACITA O CRISTÃO A ATENDER AS NECESSIDADES ALHEIAS – Provérbios 24:11

1. O cristão deve intervir para libertar quem está na pior: O pecado tem arruinado a humanidade no mundo. Por isso, muitos caminham rumo à destruição por situações adversas. Consequentemente, os cristãos se levantam para protestar contra a escravidão, contra o aborto, contra a exploração sexual, contra o abandono dos órfãos, contra as injustiças, contra as drogas, etc. Mas também entram em ação para auxiliar tais pessoais com alto grau de vulnerabilidade.

2. O cristão deve socorrer quem está ameaçado de morte: Seja culpado ou inocente, é preciso restaurar os condenados. Mais que isso, é preciso oferecer o evangelho que traz o plano divino de salvação a todo tipo de pecador. Ainda que o salario do pecado seja a morte, é preciso proclamar o dom gratuito de Deus (Romanos 6:23).

3. O cristão se importa com sofredores, oprimidos e indefesos: Essa foi a missão de Jesus e também é a missão de quem O segue de verdade (Lucas 4:16-20).

III. O EVANGELHO NÃO SE ESCONDE ATRÁS DE JUSTIFICATIVAS E DESCULPAS ESFARRAPADAS – Provérbios 24:12

1. Ignorar o que é perceptível é pecado e nada pode justificá-lo: Jó sabia muito bem disso. Sendo assim, ele declara:

“Se neguei justiça aos meus servos e servas, quando clamaram contra mim, que farei quando Deus me confrontar? Que responderei quando chamado a prestar contas? Aquele que me fez no ventre materno não os fez também? Não foi ele que nos formou, a mim e a eles, no interior de nossas mães?

“Se não atendi os desejos do pobre, ou se fatiguei os olhos da viúva, se comi meu pão sozinho, sem compartilhá-lo com o órfão, sendo que desde a minha juventude o criei como se fosse seu pai, e desde o nascimento guiei a viúva; se vi alguém morrendo por falta de roupa, ou um necessitado sem cobertor, e o seu coração não me abençoou porque o aqueci com a lã de minhas ovelhas, se levantei a mão contra o órfão, ciente da minha influência no tribunal, que o meu braço descaia do ombro e se quebre nas juntas. Pois eu tinha medo que Deus me destruísse, e, temendo o seu esplendor, não podia fazer tais coisas” (Jó 31:13-23).

4. Ignorar os sofredores implica ignorar o próprio Cristo: Tanto em Provérbios 24:10-12 como em Mateus 25:44-46, o juízo divino não aceitará desculpas indesculpáveis. O “não sabia” não resolverá o problema da indiferença. A indagação “Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não Te ajudamos?” não trará absolvição diante da sentença de Cristo: “Digo a verdade: O que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a Mim deixaram de fazê-lo. E estes irão para o fogo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25:44-46). Praticar o bem pode ter um custo alto, mas a covardia cobrará um preço ainda maior diante do tribunal de Deus.

2. Ignorar os pecadores é o maior descaso, permitindo que morram sem salvação: A maior negligência de nossa parte é não apresentar o evangelho aos que caminham para a sepultura sem esperança. Nossa pior atitude é preservar tão bem o evangelho a ponto de deixar multidões morrerem sem ele. Esse é o maior descaso social que o cristão pode cometer (Ezequiel 3:18-21; João 8:24; I Timóteo 4:14-16).

CONCLUSÃO:

1. Os evangélicos devem ser bênçãos num mundo que sofre a maldição acarretada pelo pecado: Se nós cristãos cruzarmos os braços frente ao sofrimento alheio, certamente “sofreremos condenação pelos pecados dos outros que poderíamos ter evitado ao mostrar o Salvador aos transgressores” (CBASD, v. 3, p. 1161).

2. Os evangélicos precisam interferir na legislação nacional visando o bem da população: “Quem exercerá decidido esforço para deter a obra de destruição?”, indaga Ellen White. E então responde tendo em mente a bebida alcoólica: “Que se forme um exército para fazer cessar a venda das bebidas que encerram drogas capazes de enlouquecer os homens. Torne-se patente o perigo do comércio de bebidas, e crie-se um sentimento público de molde a exigir sua proibição. Dê aos homens enlouquecidos pelo álcool oportunidades de escaparem a seu cativeiro. Exija a voz da nação de seus legisladores que se ponha um termo a esse tráfico infame” (CBV, p. 346).

3. Os evangélicos que reconhecem sua função não são indiferentes a seus irmãos: A seguinte citação de Ellen White lança luz à mensagem de Provérbios 24:10-12.“Muitos estão prontamente satisfeitos em oferecer a Deus atos insignificantes de serviço. O cristianismo deles é frágil. Cristo deu-Se aos pecadores. Quanta ansiedade pela salvação de almas deveríamos nós demonstrar quando vemos seres humanos que perecem em pecado! Essas pessoas foram compradas a um preço infinito. A morte do Filho de Deus na cruz do Calvário é a medida do valor dessas pessoas” (T8, p. 28).

APELO:

1. Apegue-se ao poder divino para ter força para enfrentar adversidades e ainda ajudar aos necessitados.

2. Internalize o verdadeiro evangelho que faz o cristão ser uma maravilhosa bênção a aos que carecem de atenção e auxílio.

3. Liberte-se das desculpas fazendo o que precisa ser feito para não precisar se desculpar no dia do juízo.

Pr. Heber Toth Armí

domingo, 5 de fevereiro de 2023

ESSÊNCIA, PROPÓSITO E APLICAÇÃO DO EVANGELHO

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: Romanos 1:16-17

1. Muitos não se preocupam se o evangelho que abraçaram é falso ou verdadeiro.

2. Muitos estão confundindo autoajuda com evangelho; palestras motivacionais ou recortes sensacionalistas de jornais ou mesmo teorias da conspiração como se fossem evangelhos para ser pregado no púlpito. Psicologia ou filosofia mística oriental nas igrejas é geralmente aceita como evangelho. Coaching e técnicas de marketing empresariais são aplicados nos sermões, considerados como evangelho...

3. Muitos evangélicos ingerem tudo o que não é evangelho como se fosse o mais puro evangelho. Ledo engano! Então...

a) O que é o verdadeiro evangelho?

b) Para que serve o verdadeiro evangelho?

c) Quem se beneficia do verdadeiro evangelho?

I. O EVANGELHO É O PODER DE DEUS – Romanos 1:16

1. O evangelho não é qualquer poder: Paulo aqui não se refere ao poder destruidor como de uma bomba atômica; fala sim de um poder maior que do que qualquer bomba, maior que o poder ameaçador do Império Romano, ele trata de um poder cujo objetivo é restaurar. Não é uma mensagem fraquinha, filosofias humanistas, ou um monte de conceitos e regras. É o poder de Deus!

2. O evangelho não é coercivo, embora seja poderoso: O evangelho não força ou obriga as pessoas a aceitarem o que elas não querem, ou a fazerem algo contra a própria vontade. Seu poder tem a ver com prover o que não é possível da nossa perspectiva para nos salvar da morte.

3. O evangelho é o poder de Deus: O evangelho é poder porque a fonte desse poder é o Deus Todo-poderoso. Vinculado a Deus, o evangelho pode transformar miseráveis pecadores escravos do pecado em filhos de Dele, cuja herança é o Céu. Portanto...

a) Não viva com vergonha do evangelho.

b) Não seja a vergonha do evangelho.

c) Viva com coragem e ousadia o poder do evangelho.

II. O EVANGELHO VISA A SALVAÇÃO – Romanos 1:16

1. A salvação não é autoajuda: Psicologia, coaching, educação, disciplina, força, foco e determinação capacitam qualquer pessoa a chegar a patamares incríveis, porém, nada pode reverter a situação deprimente de ser condenado por causa do pecado, a não ser o evangelho. O evangelho faz o que nenhuma ciência humanista consegue fazer.

2. A salvação não é das doenças, das dívidas financeiras ou da pobreza: Médicos, doutores, mestres, economistas e especialistas em todas essas áreas podem reverter até quadros sem esperança, mas nada fazem para oferecer perdão ao condenado pecador acorrentado pelas correntes do pecado no cabresto do diabo. Só o evangelho tem capacidade de lidar com essa questão.

3. A salvação provida pelo evangelho é a libertação das garras do diabo: Considere estes o processo do evangelho na salvação do condenado pecador:

a) O evangelho salva da sentença do pecado; isso é justificação (Tito 3:4-7).

b) O evangelho salva do poder do pecado; isso é libertação, santificação (I Tessalonicenses 5:23-24).

c) O evangelho salva da presença do pecado; isso é glorificação (Filipenses 3:20-21).

III. O EVANGELHO ATUA EM QUEM CRÊ – Romanos 1:16-17

1. O evangelho não exige dinheiro: Nenhuma quantia de dinheiro poderia subornar a justiça de Deus para que Ele pratique uma injustiça libertando um condenado que merece punição máxima. Nenhum montante em dinheiro (ou em ouro, ou qualquer coisa preciosa) é capaz de comprar o perdão para nossa reconciliação com Deus. Nada que podemos oferecer a Deus é suficiente para livrar qualquer pecador da ira divina e reintegrá-lo à comunhão que tinha com Deus no Jardim do Éden.

2. O evangelho não exige proezas humanas: Se a nossa justiça não passa de trapo de imundícia diante de Deus (Isaías 64:6), o que poderíamos dar-Lhe para conquistar nossa salvação? Quais habilidades ou capacidade poderia nos fazer ser dignos de perdão, se estamos mortos em nossos delitos e pecados, como diz Paulo em Efésios 2:1? Não há nenhum justo sequer, todos se desviaram, “portanto, ninguém será declarado justo diante dEle baseando-se na obediência à Lei” (Romanos 3:10-20).

3. O evangelho requer fé, não obras: Desta forma, o evangelho é universal para quem crê, pois todo aquele que crê será salvo; porém, ele é limitado, beneficiando apenas aquele que crer. É por isso que Paulo afirma: “Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: ‘O justo viverá pela fé’” (Romanos 1:17).

a) A fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus: A fé não é algo inerente a nós, é um dom de Deus; nós a recebemos quando optamos por ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:17).

b) A fé nos leva a confessar Jesus como Senhor e crer que Deus O ressuscitou dos mortos: Não é qualquer fé e nem fé em qualquer coisa ou em qualquer pessoa ou filosofia; para ser salvo é preciso exercer o dom da fé da forma certa, no Salvador certo e, no Deus certo (Romanos 10:9).

c) A fé não é mero acúmulo de crenças, mas ação: Crer até o diabo crê e estremece, sem ser suficiente para a salvação (Tiago 2:19). Sem ação, a fé é ilusão (Tiago 2:26); porém, a ação é fruto do poder do evangelho atuando em quem crê; isso é suficiente para a salvação.

CONCLUSÃO:

1. O poder do evangelho é tão grande que não há como esconder quando ele está atuando na existência de alguém que o assimilou à sua vida.

2. A salvação das correntes do pecado, das filosofias do inferno e das garras do diabo resultantes do poder do evangelho garante mais do que vida eterna, pois oferece também uma herança eterna ao que crê.

3. Apenas aquele que crê corretamente no Cristo que proveu o evangelho é que usufrui diariamente do poder sobrenatural do evangelho, que é o poder de Deus, aguardando a herança eterna no Reino dos Céus.

APELO: Por tudo isso,

1. Não viva com vergonha do evangelho.

2. Não seja a vergonha do evangelho.

3. Viva com coragem e ousadia o poder do evangelho.

Pr. Heber Toth Armí.

 

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