INSISTA, PERSISTA, NÃO DESITA DE ORAR

INTRODUÇÃO: Texto bíblico principal: I Tessalonicenses 5:17

1. O contexto desse texto trata das práticas cristãs dos membros da igreja para preservar a essência espiritual:

a) Os membros genuinamente convertidos de uma igreja dinâmica não vivem como se estivessem num velório, mas como se estivessem alegres numa celebração.

b) Os membros verdadeiramente restaurados desfrutam da oração particular que resulta em oração coletiva ao congregarem para buscar a Deus.

c) Os membros plenamente cheios do Espírito Santo têm o coração transbordando de gratidão pelo que Deus fez, faz e fará pelos pecadores.

2. Uma análise contextual de I Tessalonicenses 5:17 fornece interessantes informações:

a) Assim como há uma ênfase intensa no imperativo no versículo 16 “Alegrem-se sempre”, há também uma ênfase intensa no imperativo: “Orem continuamente”. A mesma ênfase intensa é vista no versículo 18: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus”.

b) Assim como o “sempre” do versículo 15 na frase “tenham cuidado para que ninguém retribua o mal com o mal, mas sejam SEMPRE bondosos uns para com os outros e para com todos”, indica continuidade e intensidade, essa mesma ênfase está presente no versículo 17: “Orem continuamente”, ordenando perseverança e constância na oração.

·  O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia indica a ênfase existente no termo grego traduzido para “sempre” no versículo 16, que mostra a força do texto, apontando que, “quem reclama constantemente não tem religião genuína”. A mesma ênfase está no versículo 17, indicando que “quem não clama a Deus constantemente não tem religião genuína. A ênfase do texto grego está sobre a ideia de ‘continuidade’”. E então complementa: “Um espírito de constante oração deve exalar da vida cristã. A conexão com o Céu nunca deve ser quebrada. Paulo trabalhava ‘noite e dia’ (1Ts 2:9) e também orava ‘noite e dia’ (1Ts 3:10). As muitas atividades do apóstolo não diminuíram o tempo em oração e sempre mantinha ligação ativa com o Pai Celestial. Assim deve ser conosco” (CBASD, v. 7. P. 257).

·     Ellen G. White, mostra que a oração ininterrupta não implica em permanecer sempre ajoelhados. “O Salvador disse que orássemos sem cessar. O cristão não pode estar sempre de joelhos em oração, mas seus pensamentos e desejos podem ser de contínuo elevados ao Céu” (CBASD, v. 3, p. 1311).

I. O IMPERATIVO BÍBLICO IMPLICA EM ORDEM DIVINA: “OREM”

1. A oração é tão significativa que Deus a considerou num mandamento: Orar significa entregar-se a Deus a fim de manter comunhão com Ele, eis a importância da ordem para orar. Ele quer relacionar-Se conosco constantemente. Por isso, o ato de orar é visto em forma de relacionamento: “A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo” (Ellen G. White. Caminho a Cristo, p. 93).

2. A oração é tão importante que Deus incentiva a oração congregacional: Não basta orar sozinho, é preciso compartilhar nossas orações. Orar significa recorrer a Deus para depender dEle e buscar suprimentos de força para que, mesmo com nossas fraquezas e necessidades, possamos ser revigorados para lidar com atividades desafiadoras e provações que nos assolam; podemos fazer isso em casa e na igreja (coletivamente). “A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual” (Ellen G. White. Mensagem aos Jovens, p. 249). Por isso, a importância de atender ao imperativo “orem”.

3. Orar significa encontrar conforto e alegria no relacionamento com Deus: A oração é uma necessidade devido a nossa fragilidade, mas também um privilégio, devido a possibilidade de manter comunhão com o Soberano Deus do Universo. Deus nos ordena orar porque almeja falar conosco e prover conforto e alegria a nossa existência.

a) A ordem de Deus a nós para orar é relevante porque nossa fraqueza, debilidade e egoísmo nos impedem até mesmo de reconhecer a necessidade e os privilégios da oração.

b) A ordem de Deus a nós para orar se deve ao fato dEle ansiar por nossa companhia, e satisfazer nosso coração com Sua presença.

c) A ordem de Deus a nós para orar é importante porque através da oração somos revigorados para viver feliz com Ele e para Ele.

II. O IMPERATIVO DIVINO QUANTO À DURAÇÃO DA ORAÇÃO: “CONTINUAMENTE”

1. O ato de orar não deve ser interrompido: Orar é tão ou mais importante que respirar. Sem oração morremos espiritualmente, assim como sem respirar morremos fisicamente. Por isso, “é necessário que a oração seja diligente. Coisa alguma deve fazer você deixar de orar. Faça tudo o que estiver ao seu alcance para conservar aberta a comunhão entre Jesus e você” (Caminho a Cristo, p. 98).

2. Em todo momento é tempo de dedicar-se à oração: Você pode e deve orar trabalhando, estudando, comprando, vendendo, passeando, tomando banho, comendo, descansando, etc. “Devemos manter conexão permanentemente ativa com Deus, de modo que nossa oração faça parte de uma longa conversa sem interrupções” (Warren Wiersbe. Novo Testamento, v. 2, p. 245).

3. Em todo lugar é possível manter viva a chama da oração: A compreensão incorreta pode atrapalhar a prática bíblica da oração. Por exemplo, ao acreditar que a oração deva ser feita exclusivamente ajoelhados, assim que a pessoa se levantar, a oração será interrompida. Além disso, quando se ora diante de uma imagem, é um atalho que desvia e intercepta a comunhão com Deus. Também, achar que só no templo ou em mosteiros se devem elevar orações a Deus, limita nossa comunhão com Ele. Tais concepções são oriundas do laboratório teológico do inferno a fim de impedir o relacionamento contínuo de Deus com Seus filhos.

CONCLUSÃO:

1. Através de análise de I Tessalonicenses 5:17, entendemos que, “onde quer que nos encontremos podemos manter comunhão íntima com Deus” (Caminho a Cristo, p. 99). Por conseguinte, interrompendo a oração, estaremos rompendo nossa comunhão espiritual com Deus. Diante disso, vale assimilar as palavras de William MacDonald: “A oração deveria ser a atitude constante do cristão. Isso não quer dizer que ele deva abandonar suas obrigações normais e entregar-se obrigatoriamente à tarefa de orar. O crente tem suas horas marcadas para a oração, mas também faz orações extemporâneas, quando surge uma necessidade, e, orando sempre, desfruta comunhão contínua com o Senhor” (Comentário Bíblico Popular, p. 731).

2. Através da reflexão de I Tessalonicenses 5:17 que trata da oração, podemos nos conscientizar que “não há tempo nem lugares impróprios para fazer uma prece a Deus. Nada nos pode impedir de elevar o coração no espírito de uma oração sincera. Entre as pessoas na rua, ou em meio a uma transação comercial, podemos elevar a Deus um pedido, solicitando a direção divina como fez Neemias quando apresentou seu pedido perante o rei Artarxerxes. Onde quer que nos encontramos podemos manter comunhão íntima com Deus” (Caminho a Cristo, p. 99).

3. Através do estudo de I Tessalonicenses 5:17 entendemos que é correto concluir que “enquanto estamos envolvidos em nosso trabalho diário, devemos elevar a mente em oração. Esses pedidos silenciosos sobem como incenso diante do trono da graça; e o inimigo é frustrado” (Mensagem aos Jovens, p. 249).

APELO:

1. Ore diariamente.

2. Ore intensamente.

3. Ore sem cessar.

Pr. Heber Toth Armí

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