DOIS MANDAMENTOS: A ESSÊNCIA DA RELIGIÃO SIMPLIFICADA


INTRODUÇÃO: Texto bíblico: Mateus 22:34-40

1. Existem mandamentos mais importantes que outros? Rabinos dividiram mandamentos em importantes (pesados) e não importantes (leves) para que os religiosos se ocupassem mais com uns do que com outros imperativos divinos.

2. Existem pessoas que tornam complexas as orientações divinas? Doutores da Lei da época de Jesus conseguiram complicá-las com suas teologias legalistas, talvez hoje muitos teólogos façam o mesmo.

3. Existe como facilitar a revelação de Deus para torná-la compreensível a qualquer pessoa? Jesus demonstrou que sim. Vale a pena prestar atenção às Suas sublimes declarações. No texto deste sermão pode se observar que:

a) Ao sair-Se bem diante dos ataques dos saduceus, os fariseus intentaram medir força e conhecimento teológico com Jesus.
b) A teologia dos fariseus era lógica, fundamentada na Palavra Divina, e, a de Jesus também; entretanto havia discordância teológica entre eles.
c) A teologia de Jesus contrastada com a teologia dos fariseus merece nossa atenção, estudo a assimilação. 

I. MUITOS TEÓLOGOS COMPLICAM A RELIGIÃO TORNANDO COMPLEXA A PRÁTICA DA FÉ – Mateus 22:34-36

1. A prolixidade dos líderes espirituais torna complexa a religião: No primeiro século da era cristã, os líderes eclesiásticos do judaísmo tinham desenvolvido um sistema religioso complexo com 613 leis. A razão desse número se deu pelo número de letras contidas no texto hebraico dos Dez Mandamentos.

2. A prolixidade dos teólogos facilmente tende à complexidade da espiritualidade: Os líderes religiosos da época de Cristo procuraram no Pentateuco 613 mandamentos; depois de sintetizados, os classificaram em dois tipos:

a) Mandamentos afirmativos (faça).
b) Mandamentos negativos (não faça).

3. A criatividade exagerada avança na teologia muito além do necessário, complicando assim a compreensão do adorador: Dentre os mandamentos afirmativos (faça), foram classificados 248, um mandamento para cada parte do corpo humano, como entendiam na época. E, listaram 365 mandamentos negativos, um para cada dia do ano. Após isso, os judeus intelectuais dividiram a lista em mandamentos compulsórios e não compulsórios.

4. A criatividade exacerbada divide opiniões, gerando discussões: Por causa das conclusões alcançadas após estudos sistemáticos, os judeus passavam dias infindáveis questionando se aquela divisão e classificação dos mandamentos, dentro daquela divisão, eram corretas. Com isso em mente:

a) Os fariseus pensavam que sabiam muito, que eram intelectuais, bem mais que Jesus, O qual não frequentou nenhuma escola tradicional.
b) Os fariseus achavam que Jesus não entendia de teologia, pois não cogitava em nenhum de Seus sermões sobre as conclusões deles.
c) Os fariseus criam que poderiam derrotar Jesus com perguntas bem elaboradas.

II. JESUS MOSTRA COMO DESCOMPLICAR A RELIGIÃO PARA QUE SEJA ACESSÍVEL A TODOS – Mateus 22:37-40

1. Jesus disse que o grande mandamento na Lei não era apenas um, mas dois: Ele não titubeou frente à pergunta capciosa dos fariseus nem recusou a respondê-la; Ele afirmou declaradamente:

a) O primeiro maior mandamento é: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”.
b) O segundo maior mandamento é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

2. Jesus foi além das teorias teológicas; contudo, Sua teologia é descomplicada. Ele disse que toda a lei (e acrescentou os Profetas) se resume nesta síntese simples e perfeita: Ame intensamente ao Senhor e ame ao teu próximo como a ti mesmo.

3. Jesus encerra a questão com uma conclusão clara: “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. Com isso, Jesus não estava abolindo a Lei; estava, na verdade, captando todo seu espírito, toda a sua essência, em uma única afirmação. Ele resumiu não apenas 613 mandamentos em duas sentenças objetivas, mas todo o Pentateuco, de onde os judeus haviam extraído todo seu complexo legal. Não apenas o Pentateuco, Jesus resumiu a Bíblia inteira nesses dois mandamentos.

III. A TEOLOGIA DE JESUS É SIMPLES, MAS NÃO É SIMPLISTA – Mateus 22:37-39

1. Amar a Deus é tão amplo que significa colocá-lO acima de tudo. Esse texto não é revelação inédita de Jesus, Ele citou Deuteronômio 16:5, reforçado em 10:12-13 e reiterado em 30:6; contudo, acrescentou, “de todo o teu entendimento”. Tal mandamento envolve a vida integral do ser humano:

a) Amar a Deus com a totalidade do ser.
b) Amar a Deus com tudo o que tem: Coração, alma e entendimento, envolvendo sentimento, vontade e intelecto.
c) Amar a Deus com um amor que domina todas as nossas emoções, que envolva todos os nossos sentimentos e que motive todas as nossas ações – isso tudo forma a essência da verdadeira religião.

2. Amar ao próximo é tão amplo quanto o interesse por nós mesmos. Esse texto também não é revelação nova, Jesus extraiu essa frase de Levítico 19:18.

a) Amar é o aspecto intelectual mais difícil de ser alcançado na prática, contudo, Jesus não quer superficialidade no amor a Deus nem no amor ao próximo.
b) Amar de verdade ao próximo só será possível após uma entrega total a Deus e uma cura total do egoísmo e do orgulho, para, então exalar tolerância, compaixão, paciência, bondade, misericórdia e perdão em toda situação.
c) Amar ao próximo só valerá perante Deus se não ficar aquém e nem além do amor por si mesmo.

CONCLUSÃO:

1. Sem amor, por mais complexa que seja a religião, ela jamais será completa.
2. Sem amor integral e intenso para com Deus, dificilmente os relacionamentos interpessoais serão reais.
3. Sem amor para com o próximo na mesma proporção do amor a si mesmo, é um sinal para repensar a tua religião, se ela é verdadeira. 

APELO:

1. “Ame o Senhor teu Deus com toda a paixão, toda a fé e toda a inteligência”, pois, “esse é o [mandamento] mais importante, o primeiro de qualquer lista”;

2. Porém, não se esqueça de que, “há um segundo [mandamento], ligado a esse: ‘Ame o próximo como a você mesmo’”, porque “esses dois mandamentos são como elos de uma corrente: tudo que está na Lei de Deus e nos Profetas deriva deles’” (Bíblia: A Mensagem).
 
Pr. Heber Toth Armí
 

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